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Zona de exclusão aérea na Líbia exigiria bombardeios, diz EUA

Chefe do Comando Central do exército americano avisou que antes de realizar a operação, será necessário destruir o sistema de defesa líbio

O porta-avião americano USS Enterprise poderia ser usado na operação (US Navy)

O porta-avião americano USS Enterprise poderia ser usado na operação (US Navy)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2011 às 17h27.

Washington - O ato de garantir o respeito a uma zona de exclusão aérea na Líbia, como tem sido discutido pela Otan, exigiria o bombardeamento dos sistemas de defesa aérea daquele país, afirmou nesta terça-feira o general James Mattis, chefe do Comando Central americano.

Para estabelecer a zona de exclusão aérea, seria necessário anular "as capacidades de defesa aérea", insistiu Mattis, durante uma audiência no Senado.

"Seria uma operação militar", afirmou.

Os Estados Unidos e seus aliados estão estudando a possibilidade de uma ação militar na Líbia, incluindo a criação de uma zona de exclusão aérea, para impedir o ditador Muammar Kadhafi de continuar usando suas forças de segurança para massacrar os manifestantes, que protestam exigindo sua renúncia.

Embora o exército de Kadhafi possua armamento bastante defasado em relação aos arsenais dos Estados Unidos e da Otan, o regime mantém ativos dezenas de mísseis terra-ar capazes de derrubar os caças da Aliança Atlântica.

A doutrina militar americana normalmente exige que as defesas aéreas e os radares de um potencial adversário sejam neutralizadas antes de qualquer bombardeio.

Pouco antes das declarações do general Mattis, as forças armadas americanas já haviam se mobilizado nas proximidades da costa líbia para o caso de uma ação militar conjunta com a Otan, incluindo um porta-aviões com centenas de fuzileiros navais a bordo.

Além disso, o USS Kearsarge, um navio anfíbio de assalto acompanhado por duas outras embarcações, devem cruzar o Canal de Suez vindo do Mar Vermelho em breve, segundo dois oficiais americanos que pediram o anonimato.

A tripulação anfíbia do USS Kearsarge conta com 800 fuzileiros navais, uma frota de helicópteros e unidades médicas. Este gigante é útil tanto em ações humanitárias quanto em operações militares.

Chefes militares americanos também estão preparando uma série de opções para o presidente Barack Obama, ao mesmo tempo em que discutem a situação com seus pares europeus. Entretanto, as chances de uma intervenção militar na Líbia permanecem nebulosas, de acordo com os oficiais americanos entrevistados pela AFP.

"Acho que (as sugestões para Obama) incluem tudo, de uma demonstração de força a algo com maior envolvimento", estimou uma das fontes. "O presidente ainda não tomou nenhuma decisão sobre o uso das forças armadas".

Analistas acreditam que uma simples demonstração de força ocidental na costa da Líbia por si já seria o suficiente para aumentar a pressão sobre Kadhafi, mas um dos oficiais americanos estimou que a mobilização do poderio americano não foi um gesto vazio.

"Há marinheiros em navios indo naquela direção, é real", destacou.

Outro porta-aviões americano, o USS Enterprise - cujos caças seriam usados para garantir a zona de exclusão aérea - também pode ser mobilizado para a crise líbia.

O navio encontra-se atualmente no norte do Mar Vermelho, perto da entrada do Canal de Suez, segundo o site da Marinha americana.

Para manter a zona de exclusão aérea, entretanto, seria necessário um número muito maior de aeronaves. Para isto, os Estados Unidos poderiam recorrer às bases que mantêm no sul da Itália.

Mesmo assim, Washington precisaria pedir a autorização para utilizar o espaço aéreo de países da região, como o Egito e a Tunísia.

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