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Soldado americano comete massacre de civis no Afeganistão

Militar matou 17 civis e feriu outros cinco durante incursão armada na província de Kandahar

Militar abriu fogo por razões desconhecidas; entre as vítimas, estão mulheres e crianças (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2012 às 10h51.

Cabul - Um soldado americano matou neste domingo 17 civis e feriu cinco durante uma incursão armada realizada de madrugada perto de uma base militar na província de Kandahar, no sul do Afeganistão , em um fato que está sendo investigado pela Otan.

Um membro do conselho administrativo local, Agha Lalay, informou à Agência Efe que entre as vítimas há mulheres e crianças, e que o militar americano abriu fogo contra as pessoas após deixar sua base, localizada no distrito de Panjwai, por razões desconhecidas.

A Força Internacional de Assistência para Segurança (Isaf, missão militar da Otan no Afeganistão) divulgou no começo da manhã um comunicado no qual lamentou 'um incidente que causou vítimas afegãs' e expressou suas condolência às famílias dos envolvidos.

A nota informou que o autor do 'incidente' havia sido detido, mas não revelou o número de vítimas causadas por sua ação. O texto também não indicou o motivo que o teria levado a cometer o massacre, sobre o qual a Isaf anunciou que abrirá uma 'investigação'.

Segundo fontes militares disseram posteriormente, o soldado foi vítima de uma crise nervosa.

O porta-voz da Isaf em Cabul, Justin Brockhoff, confirmou à Efe a detenção do militar, e declarou que 'segundo os relatórios preliminares não houve mortos, apenas feridos'.

Por outro lado, em declarações à agência local 'AIP', um porta-voz do movimento talibã, Qari Muhammad Yousaf Ahmadi, afirmava que 45 civis haviam morrido no incidente e que não havia se tratado de uma ação individual.

'Não foi obra de um soldado só, mas de vários que entraram nas casas para matar as pessoas', disse o porta-voz insurgente, que garantiu que em apenas um povoado tinham morrido 11 membros da mesma família.


No entanto, é comum o movimento talibã superestimar os incidentes armados entre a população local e as tropas internacionais.

Berço do movimento talibã na década de 1990, Kandahar é um dos principais redutos dos insurgentes, que contam com a simpatia popular na província e a transformaram em palco frequente de operações armadas.

Em declarações dadas ao canal de televisão local 'Tolo', o porta-voz do Ministério de Interior afegão Sediq Sediqi fez um apelo à calma, e pediu à população de Kandahar que permaneça tranquila até que 'o incidente seja esclarecido'.

O massacre ocorreu em meio a um forte clima antiamericano no Afeganistão registrado após a queima do Corão por soldados dos Estados Unidos no final de fevereiro na base de Bagram, próxima a Cabul e a principal da Otan em solo afegão.

Cerca de 30 pessoas morreram na repressão das manifestações de protesto convocadas em diversos pontos do Afeganistão contra a profanação, que o comando americano lamentou e atribuiu a 'um equívoco'.

Um total de 130 mil soldados estrangeiros permanecem no Afeganistão após o começo da retirada gradual do contingente da Otan desdobrado no país, de acordo com um calendário que está previsto que termine em 2014.

O processo coincide com uma dos períodos mais sangrentos do conflito iniciado há mais de uma década.

Além disso, abre incógnitas sobre o futuro do Afeganistão diante do fracasso das tentativas de iniciar um processo de negociação entre o governo do presidente Hamid Karzai e o movimento talibã, para garantir a paz no país. EFE

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Cabul - Um soldado americano matou neste domingo 17 civis e feriu cinco durante uma incursão armada realizada de madrugada perto de uma base militar na província de Kandahar, no sul do Afeganistão , em um fato que está sendo investigado pela Otan.

Um membro do conselho administrativo local, Agha Lalay, informou à Agência Efe que entre as vítimas há mulheres e crianças, e que o militar americano abriu fogo contra as pessoas após deixar sua base, localizada no distrito de Panjwai, por razões desconhecidas.

A Força Internacional de Assistência para Segurança (Isaf, missão militar da Otan no Afeganistão) divulgou no começo da manhã um comunicado no qual lamentou 'um incidente que causou vítimas afegãs' e expressou suas condolência às famílias dos envolvidos.

A nota informou que o autor do 'incidente' havia sido detido, mas não revelou o número de vítimas causadas por sua ação. O texto também não indicou o motivo que o teria levado a cometer o massacre, sobre o qual a Isaf anunciou que abrirá uma 'investigação'.

Segundo fontes militares disseram posteriormente, o soldado foi vítima de uma crise nervosa.

O porta-voz da Isaf em Cabul, Justin Brockhoff, confirmou à Efe a detenção do militar, e declarou que 'segundo os relatórios preliminares não houve mortos, apenas feridos'.

Por outro lado, em declarações à agência local 'AIP', um porta-voz do movimento talibã, Qari Muhammad Yousaf Ahmadi, afirmava que 45 civis haviam morrido no incidente e que não havia se tratado de uma ação individual.

'Não foi obra de um soldado só, mas de vários que entraram nas casas para matar as pessoas', disse o porta-voz insurgente, que garantiu que em apenas um povoado tinham morrido 11 membros da mesma família.


No entanto, é comum o movimento talibã superestimar os incidentes armados entre a população local e as tropas internacionais.

Berço do movimento talibã na década de 1990, Kandahar é um dos principais redutos dos insurgentes, que contam com a simpatia popular na província e a transformaram em palco frequente de operações armadas.

Em declarações dadas ao canal de televisão local 'Tolo', o porta-voz do Ministério de Interior afegão Sediq Sediqi fez um apelo à calma, e pediu à população de Kandahar que permaneça tranquila até que 'o incidente seja esclarecido'.

O massacre ocorreu em meio a um forte clima antiamericano no Afeganistão registrado após a queima do Corão por soldados dos Estados Unidos no final de fevereiro na base de Bagram, próxima a Cabul e a principal da Otan em solo afegão.

Cerca de 30 pessoas morreram na repressão das manifestações de protesto convocadas em diversos pontos do Afeganistão contra a profanação, que o comando americano lamentou e atribuiu a 'um equívoco'.

Um total de 130 mil soldados estrangeiros permanecem no Afeganistão após o começo da retirada gradual do contingente da Otan desdobrado no país, de acordo com um calendário que está previsto que termine em 2014.

O processo coincide com uma dos períodos mais sangrentos do conflito iniciado há mais de uma década.

Além disso, abre incógnitas sobre o futuro do Afeganistão diante do fracasso das tentativas de iniciar um processo de negociação entre o governo do presidente Hamid Karzai e o movimento talibã, para garantir a paz no país. EFE

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