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Sobreviventes do terremoto e tsunami estão à escuras e passam frio

Pouco após a meia-noite, hora local, a energia ainda não havia sido restabelecida, enquanto réplicas fortes do terremoto continuavam a ocorrer

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2011 às 23h17.

Tóquio - Os sobreviventes da cidade de Sendai, no nordeste do Japão, região atingida nesta sexta-feira por um forte terremoto seguido de tsunami, preparavam-se para passar a noite com medo, frio e na escuridão total, após a queda da rede elétrica.

Pouco após a meia-noite, hora local, a energia ainda não havia sido restabelecida, enquanto réplicas fortes do sismo continuavam a ocorrer, testemunhou Makiko Tazaki, que mora nesta cidade de um milhão de habitantes, capital da prefeitura de Miyagi.

"Está tudo às escuras no meu bairro. Não temos eletricidade e nem água potável", contou à AFP por telefone. "Não temos aquecimento também e está muito frio".

Tazaki estava sozinha em casa quando o terremoto começou. "Me segurei num pilar", relatou, acrescentando que ela teve a impressão que o fenômeno havia durado vários longos minutos.

"Logo percebi que se tratava de um terremoto como nunca vi antes. Fiquei apavorada". Tazaki, que tem um filho de 11 anos, foi em seguida à escola para garantir que tudo estava bem com a criança.

Todos os alunos estavam reunidos no pátio do colégio. "Eles evacuaram o prédio o mais rápido possível. Os meninos bagunçavam um pouco, mas algumas meninas estavam aos prantos", disse.

Sua casa fica situada em um ponto alto da cidade, longe da costa que foi varrida pelo tsunami. Segundo a imprensa, que cita a polícia local, entre 200 e 300 corpos já foram encontrados no litoral de Sendai.

"Escutei no rádio que a havia tido muita destruição na costa. Não consigo acreditar no que aconteceu", lamentou.

A Agência Meteorológica japonesa anunciou que o terremoto de magnitude 8,9 foi o mais forte já registrado no Japão.

Os canais de televisão transmitiam sem parar imagens de barcos, carros e casas sendo arrastados pela correnteza de lama e destroços que irrompeu pelas cidades portuárias com uma velocidade impressionante.

Na prefeitura vizinha de Iwate, uma onda de vários metros de altura se formou na baia de Rikuzen Takada, ficando ainda mais alta e poderosa a medida que o mar recuava. Prédios e casas foram literalmente arrancados do chão pelo tsunami e arrastados por vários metros para o interior da cidade.

Nas ruas das localidades costeiras, enormes fissuras eram visíveis no asfalto. Alguns pontos estavam tão rachados que pareciam resultado de uma explosão - mais uma evidência da força dos tremores.

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