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Sobrenome de 26 letras traz problemas a imigrantes na Suíça

Os Thirugnanasampanthamoorthy são um exemplo de como é difícil para imigrantes dominar a complexidade da vida diária na Suíça

Suíça: “quando vamos ao hospital, eles têm problemas para pronunciá-lo, é longo demais”, disse a senhora Thirugnanasampanthamoorthy (.)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2015 às 16h41.

Para uma família de cingaleses na Suíça , as provações e atribulações da vida diária se combinam no seu sobrenome: Thirugnanasampanthamoorthy.

Tendo 26 letras, ele não cabe na campainha do edifício de apartamentos da família, pintado de cor-de-rosa, que flanqueia uma rua agitada em Bellinzona, na região de Ticino, de fala italiana.

Encaixar o nome ali não é o único desafio enfrentado pela família.

“Quando vamos ao hospital, eles têm problemas para pronunciá-lo, é longo demais”, disse Sivagala, 31, cujo marido, Srikrishnan, chegou ao país como refugiado em 1992.

“Quando ele foi pedir a cidadania suíça, não havia suficiente espaço no formulário para colocar seu nome”.

Ainda que seu nome seja único, os Thirugnanasampanthamoorthy não são os únicos com dificuldades para dominar a complexidade da vida diária na Suíça.

Cerca de dois milhões de estrangeiros – quase um quarto da população do país – devem abrir caminho em um país que depende da sua contribuição econômica, mas enfatiza a assimilação cultural e dificulta a obtenção da cidadania.

Depois que o país votou por enrijecer as normas de residência no ano passado, o assunto será uma questão importante nas eleições de 18 de outubro.

A população suíça cresceu mais de 10 por cento desde que restrições à imigração para cidadãos da União Europeia foram suspensas em 2002 e umas 35.000 pessoas recebem um passaporte suíço por ano.

Entre 2010 e 2014, a Suíça foi a quarta colocada no ranking de pedidos de asilo com base per capita, segundo dados das Nações Unidas.

Restrições

No ano passado, os suíços votaram deixar de dar plena liberdade aos cidadãos da UE para arrumar empregos e morar no país, embora o governo ainda não tenha implementado a mudança.

As normas para pedir asilo foram endurecidas nos últimos anos, e o Partido Popular da Suíça (SVP, na sigla em alemão), está cogitando uma iniciativa para restringir ainda mais o processo.

Uma pesquisa anual feita pelo Credit Suisse Group AG com eleitores suíços concluiu que o ceticismo em relação à “influência estrangeira” era “muito alto”.

Estrangeiros e cidadãos suíços de ascendência estrangeira correm um maior perigo de serem pobres do que seus colegas locais, segundo dados da secretaria de estatística.

Os suíços com antepassados nascidos no exterior são menos propensos a se unir a um clube ou associação do que seus pares “criados em casa”, e votam menos frequentemente em referendos. Isto é um motivo potencial de preocupação em um país cujo sistema de democracia direta, com poucos políticos assalariados de horário integral, está baseando no ativismo de bases.

Sem indiferença

Não obstante, isso não significa que os suíços sejam indiferentes com os recém-chegados. Em Zurique, são oferecidos aos novos moradores aulas de alemão e um manual de uso dos serviços da cidade e da vida local em várias línguas, do albanês até turco.

“A princípio, eu não podia falar italiano e muitas pessoas me ajudavam”, disse Sivagala, cujo pedido de cidadania está pendente e que, diferentemente de seu marido, fala inglês. “E lentamente, lentamente eu aprendi”.

Diante da futura eleição, onde serão escolhidos não apenas os membros de ambas as câmaras do parlamento, mas também os ministros no governo, os políticos estão reagindo à inquietação dos eleitores.

O SVP, o maior setor no parlamento, está fazendo campanha por uma redução “notável” da imigração, uma redução dos gastos em ajuda a estrangeiros e uma repressão dos chamados “turistas criminosos”, que cruzam a fronteira com a Suíça para arrombar casas. Um recém-chegado deve “observar a lei e a ordem, se entrosar, e ganhar seu próprio sustento”, segundo um panfleto da campanha.

Quanto ao Sr. e à Sra. Thirugnanasampanthamoorthy, eles levaram a mensagem do SVP a sério, apesar de não quererem mudar seu sobrenome – o mais comprido da Suíça, de acordo com um estudo feito pelo jornal Tages-Anzeiger – que segundo eles é incomum até mesmo em Sri Lanka.

Srikrishnan, que trabalha como cozinheiro, participa ativamente dos referendos nacionais, de acordo com sua esposa, que não disse qual é a postura dele.

“Seja quem for que vier à Suíça, a pessoa deve se entrosar, manter tudo limpo”, disse ela, sentada em um sofá com uma estampa de tigre em um café do lado do seu edifício de apartamentos. “Não dê às pessoas a oportunidade de abusar da Suíça”.

São Paulo – A Letônia é o país que tem as piores condições para receber imigrantes , segundo o índice MIPEX, produzido em parceira entre o British Council e a organização europeia para políticas de imigração Migration Policy Group, revisado periodicamente. O ranking avaliou países europeus, o Canadá e os Estados Unidos. Recentemente, a pesquisa também incluiu o Japão (que ficou em 29º lugar do ranking) e a Austrália (que figurou em quinto lugar). Foram analisados 33 países no total e, por conta desta metodologia, nenhum país da América Latina apareceu no ranking. O estudo aplicou uma nota de até 100 para sete áreas principais: mobilidade no mercado de trabalho, possibilidade de reunir a família no país, educação, participação do imigrante na política, residência de longo prazo, acesso à nacionalidade e políticas contra discriminação. Nenhuma nação alcançou a nota máxima. Confira nas fotos ao lado e confira os piores países para ser imigrante segundo a classificação geral, além da nota em cada um dos critérios estudados.
  • 2. 33º) Letônia – 31 pontos

    2 /12(Wikimedia Commons)

  • Veja também

    Mobilidade no mercado de trabalho: 36
    Possibilidade de reunir a família: 46
    Residência de longo prazo: 59
    Políticas contra discriminação: 25
    Participação política: 18
    Acesso à nacionalidade: 15
    Educação: 17
  • 3. 32º) Chipre – 35 pontos

    3 /12(Getty Images)

  • Mobilidade no mercado de trabalho: 21
    Possibilidade de reunir a família: 39
    Residência de longo prazo: 37
    Políticas contra discriminação: 59
    Participação política: 25
    Acesso à nacionalidade: 32
    Educação: 33
  • 4. 31º) Eslováquia – 36 pontos

    4 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 21
    Possibilidade de reunir a família: 53
    Residência de longo prazo: 50
    Políticas contra discriminação: 59
    Participação política: 21
    Acesso à nacionalidade: 27
    Educação: 24
  • 5. 30º) Malta – 37 pontos

    5 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 43
    Possibilidade de reunir a família:
    48
    Residência de longo prazo:
    64
    Políticas contra discriminação:
    36
    Participação política:
    25
    Acesso à nacionalidade:
    26
    Educação:
    16
  • 6. 29º) Japão – 38 pontos

    6 /12(Kiyoshi Ota/Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 62
    Possibilidade de reunir a família:
    51
    Residência de longo prazo:
    58
    Políticas contra discriminação:
    14
    Participação política:
    27
    Acesso à nacionalidade:
    33
    Educação:
    19
  • 7. 28º) Lituânia – 40 pontos

    7 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 46
    Possibilidade de reunir a família:
    59
    Residência de longo prazo:
    57
    Políticas contra discriminação:
    55
    Participação política:
    25
    Acesso à nacionalidade:
    20
    Educação:
    17
  • 8. 27º) Bulgária – 41 pontos

    8 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 40
    Possibilidade de reunir a família: 51
    Residência de longo prazo: 57
    Políticas contra discriminação: 80
    Participação política: 17
    Acesso à nacionalidade: 24
    Educação: 15
  • 9. 26º) Polônia – 42 pontos

    9 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 48
    Possibilidade de reunir a família: 67
    Residência de longo prazo: 65
    Políticas contra discriminação: 36
    Participação política: 13
    Acesso à nacionalidade: 35
    Educação: 29
  • 10. 25º) Áustria – 42 pontos

    10 /12(Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 56
    Possibilidade de reunir a família: 41
    Residência de longo prazo: 58
    Políticas contra discriminação: 40
    Participação política: 33
    Acesso à nacionalidade: 22
    Educação: 44
  • 11. 24º) Suíça – 43 pontos

    11 /12(Mike Hewitt/Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 53
    Possibilidade de reunir a família: 40
    Residência de longo prazo: 41
    Políticas contra discriminação: 31
    Participação política: 59
    Acesso à nacionalidade: 36
    Educação: 45
  • 12. Agora veja a ponta contrária do ranking

    12 /12(Sean Gallup/Getty Images)

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