Exame Logo

"Sniper Americano" gera ameaças contra muçulmanos, diz grupo

Comitê Árabe-Americano Anti-Discriminação disse que seus membros se tornaram alvos de "ameaças violentas" desde a estreia do filme "American Sniper"

Cena de "Sniper Americano": organização de direitos civis árabe-americana pede que diretor e ator do filme denunciem o ódio aos muçulmanos (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2015 às 10h46.

Chicago - Uma organização de direitos civis árabe-americana pediu que o diretor de ""Sniper Americano" (American Sniper"), Clint Eastwood, e o ator Bradley Cooper denunciem a linguagem de ódio direcionada aos árabes e muçulmanos norte-americanos após a estreia do filme de Hollywood sobre um atirador da marinha norte-americana.

O Comitê Árabe-Americano Anti-Discriminação (ADC, na sigla em inglês) disse em carta a Eastwood e Cooper que seus membros se tornaram alvos de "ameaças violentas" desde o início da semana passada, dias depois da estreia de "American Sniper".

O filme recebeu seis indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, além de ser sucesso de bilheteria.

O ADC disse estar trabalhando com a polícia federal norte-americana (FBI) para avaliar as ameaças. A carta diz que Eastwood e Cooper, produtor e estrela do filme, podem dar credibilidade à mensagem de tolerância do comitê.

O filme conta a história de Chris Kyle, um membro da Marinha dos EUA que foi franco-atirador no Iraque. Kyle teve 160 mortes no Iraque, uma contagem que é considerada a maior da história militar dos EUA. Muitos acreditam que o filme limpa a representação de Kyle, que chamou os muçulmanos de "selvagens" em seu livro de memórias, e que o filme glorifica a guerra.

"É nossa opinião que vocês poderiam desempenhar um papel importante em nos ajudar a aliviar o perigo que estamos enfrentando", diz a carta, datada de 21 de janeiro. Uma cópia foi fornecida à Reuters no sábado.

Kyle foi morto a tiros por um veterano norte-americano descontente perto de sua casa no Texas, no início de 2013.

O presidente do ADC Samer Khalaf disse no sábado que não fazia sentido chamar um boicote para o filme, por conta de seu sucesso de bilheteria.

"As pessoas vão ver o filme. Se boicotarmos, só vai fazer com que as pessoas queiram vê-lo ainda mais", disse.

Em vez disso, o Comitê ADC baseado em Washington pediu que árabes e muçulmanos enviem mensagens consideradas como ameaças. Mais de 100 foram coletadas, todas nas redes sociais.

"É bom ver um filme onde os árabes são retratados pelo que eles realmente são - vermes escória com a intenção de nos destruir", afirma uma mensagem publicada no Twitter e coletada pelo ADC.

Nenhum incidente de violência física foi reportado desde a estreia do filme.

Khalaf, que não viu o filme, disse que comunicados públicos de Eastwood e Cooper, enviariam uma mensagem de que "árabes são americanos e muçulmanos são americanos".

Ele afirmou não ter recebido uma resposta de Eastwood ou Cooper. O porta-voz de ambos não respondeu pedidos de comentários sobre o assunto.

Veja também

Chicago - Uma organização de direitos civis árabe-americana pediu que o diretor de ""Sniper Americano" (American Sniper"), Clint Eastwood, e o ator Bradley Cooper denunciem a linguagem de ódio direcionada aos árabes e muçulmanos norte-americanos após a estreia do filme de Hollywood sobre um atirador da marinha norte-americana.

O Comitê Árabe-Americano Anti-Discriminação (ADC, na sigla em inglês) disse em carta a Eastwood e Cooper que seus membros se tornaram alvos de "ameaças violentas" desde o início da semana passada, dias depois da estreia de "American Sniper".

O filme recebeu seis indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, além de ser sucesso de bilheteria.

O ADC disse estar trabalhando com a polícia federal norte-americana (FBI) para avaliar as ameaças. A carta diz que Eastwood e Cooper, produtor e estrela do filme, podem dar credibilidade à mensagem de tolerância do comitê.

O filme conta a história de Chris Kyle, um membro da Marinha dos EUA que foi franco-atirador no Iraque. Kyle teve 160 mortes no Iraque, uma contagem que é considerada a maior da história militar dos EUA. Muitos acreditam que o filme limpa a representação de Kyle, que chamou os muçulmanos de "selvagens" em seu livro de memórias, e que o filme glorifica a guerra.

"É nossa opinião que vocês poderiam desempenhar um papel importante em nos ajudar a aliviar o perigo que estamos enfrentando", diz a carta, datada de 21 de janeiro. Uma cópia foi fornecida à Reuters no sábado.

Kyle foi morto a tiros por um veterano norte-americano descontente perto de sua casa no Texas, no início de 2013.

O presidente do ADC Samer Khalaf disse no sábado que não fazia sentido chamar um boicote para o filme, por conta de seu sucesso de bilheteria.

"As pessoas vão ver o filme. Se boicotarmos, só vai fazer com que as pessoas queiram vê-lo ainda mais", disse.

Em vez disso, o Comitê ADC baseado em Washington pediu que árabes e muçulmanos enviem mensagens consideradas como ameaças. Mais de 100 foram coletadas, todas nas redes sociais.

"É bom ver um filme onde os árabes são retratados pelo que eles realmente são - vermes escória com a intenção de nos destruir", afirma uma mensagem publicada no Twitter e coletada pelo ADC.

Nenhum incidente de violência física foi reportado desde a estreia do filme.

Khalaf, que não viu o filme, disse que comunicados públicos de Eastwood e Cooper, enviariam uma mensagem de que "árabes são americanos e muçulmanos são americanos".

Ele afirmou não ter recebido uma resposta de Eastwood ou Cooper. O porta-voz de ambos não respondeu pedidos de comentários sobre o assunto.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)FilmesMuçulmanosPaíses ricos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame