Setor turístico mundial teme pânico pelo coronavírus da China
Segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, outras epidemias como a do H1N1 e do SARS deram prejuízos de cerca de 50 bilhões de dólares
AFP
Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 11h41.
Última atualização em 27 de janeiro de 2020 às 12h44.
São Paulo — O novo coronavírus que surgiu na China ameaça causar sérias consequências econômicas se desatar pânico, alertou nesta sexta-feira o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC).
"Casos anteriores mostraram que o fechamento de aeroportos, cancelamento de voos e fechamento de fronteiras geralmente tem um impacto econômico mais importante do que a própria epidemia", comentou a presidente do WTTC, Gloria Guevara.
Embora ciente da necessidade de "ativação rápida de planos de emergência eficazes", ela destaca a importância da "comunicação rápida, precisa e transparente para conter o pânico e mitigar as consequências econômicas negativas".
"Conter a propagação de um pânico inútil é tão importante quanto conter o próprio vírus", estimou, comentando as medidas da China para combater a disseminação do coronavírus que apareceu em dezembro num mercado de Wuhan (centro).
Quase 41 milhões de pessoas foram confinadas em 13 cidades chinesas e atrações turísticas como a Cidade Proibida e a Grande Muralha foram fechadas.
O vírus deixou 26 mortos e 830 contaminados, dos quais 177 estão em estado grave, de acordo com o último balanço oficial.
Segundo o WTTC, o impacto econômico global do vírus H1N1 foi de cerca de 55 bilhões de dólares.
China, Hong Kong, Singapura e Canadá também sofreram as consequências econômicas da epidemia de SARS em 2003, com prejuízos para o setor mundial de viagens e turismo que variaram de 30 a 50 bilhões de dólares.