'Servo do Povo': HBO Max exibe série com Zelensky, presidente da Ucrânia
A série satírica "Servo do Povo", de 2015, foi a responsável por alçar Zelensky à fama na Ucrânia. Produção chegou ao catálogo da HBO no Brasil
Carolina Riveira
Publicado em 13 de maio de 2022 às 16h13.
Última atualização em 13 de maio de 2022 às 17h26.
A plataforma de streaming HBO Max colocou no catálogo brasileiro nesta sexta-feira, 13, a série de TV "Servo do Povo", protagonizada pelo presidente da Ucrânia , Volodymyr Zelensky.
A série (que é totalmente fictícia) foi veiculada originalmente na Ucrânia entre 2015 e 2019, tendo sido a responsável por alçar Zelensky - que, antes de ser presidente, era comediante e ator - à fama nacional.
A trama é de uma sátira política, em que Zelensky interpreta o protagonista Vasily Petrovych Goloborodko, um professor de história com 30 e poucos anos. O personagem é inesperadamente eleito à presidência da Ucrânia após um vídeo gravado por um aluno viralizar nas redes sociais com críticas do professor aos políticos ucranianos.
A série foi criada e produzida pelo próprio Zelensky, por meio de sua produtora, a Kvartal 95.
Tempos depois, Zelensky se lançaria candidato à presidência, desta vez na vida real.
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Seu partido também foi batizado de "Servo do Povo", fazendo referência à série. A legenda foi fundada por Zelensky ao lado de outro nome que participou da série, seu amigo Ivan Bakanov, que foi advogado da produtora.
Com a fama nacional, Zelensky saiu vitorioso com 70% dos votos no segundo turno das eleições de 2019. A vitória aconteceu apesar de o ex-comediante não ter histórico partidário, em meio a um movimento antipolítica no país sobretudo a partir de 2013.
Como assistir à série de Zelensky na HBO
O conteúdo disponível até o momento na HBO tem 23 episódios e somente uma temporada, e pode ser assistida com legendas em português, com classificação indicativa a partir dos dez anos de idade.
A série original teve ao todo três temporadas na TV ucraniana, além de um filme.
Na imagem de divulgação, a HBO apresenta a série com a descrição "presidente da Ucrânia já vivia absurdos antes de assumir o cargo", fazendo referência às semelhanças entre a produção e os acontecimentos que viriam a tomar conta da política ucraniana.
"O que acontece quando um homem comum e honesto é acidentalmente eleito presidente da Ucrânia? Uma sátira política que transformou a ficção em realidade, protagonizada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky", diz a sinopse escolhida pela HBO.
Não só a HBO se interessou pelo conteúdo. A Netflix também voltou a disponibilizar a série em seu catálogo nos EUA após o início da guerra na Ucrânia em fevereiro.
A distribuidora Eccho Rights, que cuida dos direitos do programa, disse à rede de TV americana Fox News que recebeu uma série de outros pedidos de transmissão, fechando contratos com emissoras em diversos países, sobretudo na Europa.
"Já é uma série relativamente velha", disse um sócio da companhia, Nicola Söderlund, à Fox. "Mas, claro, dadas as circunstâncias, se tornou muito, muito interessante para todo mundo".
Guerra na Ucrânia se arrasta
Inicialmente questionado por sua inexperiência política, Zelensky ganhou projeção internacional após a invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro.
O presidente foi elogiado por se recusar a deixar o país e, desde então, tem feito discursos em parlamentos estrangeiros e pedido apoio de potências ocidentais na guerra. As notícias dão conta de que a esposa e os dois filhos do presidente também continuaram na Ucrânia.
A guerra já dura mais de dois meses com altos custos humanos e econômicos aos dois países envolvidos. Negociações diplomáticas falharam em obter um cessar-fogo até o momento, e projeções de que o conflito deve se arrastar se tornam cada vez mais prováveis.
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A Ucrânia conseguiu segurar a investida russa sobretudo em fatias do norte, como nos arredores da capital Kiev, onde Zelensky se encontra atualmente. Do outro lado do país, a Rússia moveu nas últimas semanas as frentes de batalha para o leste, perto de sua fronteira e das regiões separatistas de Donbas, onde obteve avanços e cercou pontos estratégicos como a cidade de Mariupol, ao sul.
Inicialmente, a Rússia justificou a invasão afirmando ser contrária à possibilidade de ingresso da Ucrânia na Otan, aliança militar do Atlântico Norte que inclui EUA e potências da União Europeia.
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Desde então, o governo do presidente Vladimir Putin tem sido alvo de sanções sem precedentes das potências ocidentais, além da saída de parte das empresas estrangeiras que operam no país. Mas as pressões não têm surtido efeito para encerrar o conflito na Ucrânia.
A ONU estima mais de 14 mil mortes na guerra, incluindo quase 4 mil civis, embora aponte que o número deve ser maior, uma vez que nem todas as vítimas puderam ser confirmadas.
O número de refugiados que deixaram a Ucrânia superava 6 milhões até 12 de maio, segundo a ONU. A população de refugiados é majoritariamente de mulheres e crianças, uma vez que homens acima de 18 anos estão proibidos de deixar o país em meio à guerra.