Senado recusa convocação de novas testemunhas no impeachment de Trump
Decisão do Senado ignora pressão democrata para que John Bolton testemunhasse no julgamento de impeachment de Trump
EFE
Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 20h40.
Última atualização em 31 de janeiro de 2020 às 20h41.
Washington — O Senado dos Estados Unidos , controlado pelos republicanos, decidiu nesta sexta-feira não convocar novas testemunhas para o julgamento do impeachment do presidente do país, Donald Trump , o que abre caminho para o encerramento antecipado do processo.
Com 51 votos contrários e 49 favoráveis, a maioria republicana bloqueou a proposta dos democratas, que queriam ouvir, entre outras testemunhas, o ex-assessor de Segurança Nacional John Bolton.
Depois da votação, o Senado entrou em um breve recesso, deixando no ar a dúvida de quando os republicanos começarão as deliberações sobre a absolvição ou não de Trump das duas acusações apresentadas pela Câmara dos Representantes.
"A maioria do Senado dos EUA decidiu que os numerosos depoimentos apresentados e as mais de 28 mil páginas de documentos incluídos como evidência são suficientes para julgar as ações (de Trump) e encerrar este impeachment", afirmou o líder dos republicanos, Mitch McConnell.
Os democratas precisavam de quatro votos dos republicanos para conseguir incluir novos depoimentos e convocar Bolton a depor no processo. No entanto, as esperanças da oposição começaram a se esvair ontem, quando uma das apostas do partido, o senador Lamar Alexander, disse que já havia elementos suficientes para julgar e considerar que Trump não deve ser afastado do cargo.
Agora, os senadores vão se reunir para determinar como será a fase final do impeachment. Os republicanos querem uma votação rápida, sem grande deliberação, para inocentar Trump.
Já os democratas precisam fazer um cálculo político para avaliar é válido protelar o processo considerando que as primárias do partido para a Casa Branca começam na próxima segunda-feira, em Iowa. Quatro dos pré-candidatos são senadores: Bernie Sanders, Elizabeth Warren, Amy Klobuchar e Michael Bennet.
Ainda que os senadores ainda não tenham definido como será a reta final do caso de Trump, o processo já é bastante diferente do aberto contra o ex-presidente Bill Clinton, em 1999.
Na ocasião, o Senado convocou testemunhas e deliberou por três dias antes de absolvê-lo das acusações.