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Seguidores estão determinados a se despedir de Chávez

"Chávez vive, a luta continua", gritava a multidão aglomerada ao longo de uma fila de quilômetros, usando camisetas e boinas típicas do chavismo

Figura inflável do presidente venezuelano Hugo Chávez em Caracas: vendedores ambulantes percorrem a região vendendo cartazes, bandeiras e fotos de Chávez. (Jorge Dan Lopez/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de março de 2013 às 17h52.

Caracas - Durante toda a madrugada, sob o frio da noite, e depois sob um sol escaldante, milhares de venezuelanos passaram as últimas horas do lado de fora da Academia Militar de Caracas na esperança de poder entrar e prestar sua última homenagem a Hugo Chávez , que, na capela ardente, recebeu as honras de um funeral de Estado na presença de dezenas de dignitários de todo o mundo.

"Chávez vive, a luta continua", gritava a multidão aglomerada ao longo de uma fila de quilômetros, usando camisetas e boinas típicas do chavismo.

Por toda parte, os venezuelanos aguardavam indiferentes ao lixo acumulado em dois dias de peregrinação popular para chegar ao caixão de Chávez.

"Não importa quantas horas esperamos, mas vamos ficar aqui até que o vejamos", afirma Luis Herrera, utilizando a boina vermelha popularizada pelo líder venezuelano.

Herrera, um motorista de 49 anos, chegou de um bairro de Caracas no fim da tarde de quinta-feira e à meia-noite ainda estava muito longe de entrar no recinto onde encontram-se expostos os restos do ex-presidente, falecido na terça-feira após uma longa batalha contra um câncer.

Seus olhos se enchem de lágrimas ao pensar no que fará quando o vir: "rezarei um pai-nosso para que Deus o receba com os braços abertos", explica.


Jogar cartas, cantar e gritar slogans em homenagem ao presidente: tudo é válido para suportar as longas horas de espera para chegar à capela ardente.

Logo, o grito "Eu sou Chávez!" explode na voz de um grupo de manifestantes e se espalha como pólvora entre o resto das pessoas que aguardam na fila.

Vendedores ambulantes percorrem a região vendendo cartazes, bandeiras e fotos de Chávez.

Aos 65 anos, Aura Hernández estava há mais de dez horas na fila, mas não renunciava ao desejo de prestar sua última homenagem ao ex-presidente venezuelano.

"Dói tudo, mas eu vou", afirma decidida Hernández, uma costureira que agradece a Chávez não apenas por suas duas máquinas de costura, mas "pela liberdade e pela independência" que afirma que ele proporcionou durante seus anos de governo.

Narda Barrios, de 33 anos e membro das milícias criadas por Chávez para defender seu processo revolucionário, adverte o vice-presidente Nicolás Maduro para que "se porte bem com o povo, porque, caso contrário, o povo irá castigá-lo. Haverá consequências", ressalta esta mulher, com as cores da bandeira venezuelana pintadas no rosto.

"Chávez travou 16 batalhas, mas o povo vai ganhar a 17ª em sua homenagem", afirma confiante Carolina Arellano, ao opinar sobre as novas eleições que se aproximam para designar o substituto do presidente falecido.


Uma mulher numa cadeira de rodas e com a bandeira venezuelana nas mãos chora desconsolada. "Meu presidente morreu, já não tenho mais ninguém. Há três dias estou aqui e vejam como estou doente", afirma, mostrando as úlceras em suas pernas.

A solenidade conduzida no salão de honra da Academia contrasta com a confusão que reina nas ruas ao redor: as pessoas choram, gritam, cantam slogans revolucionários, usam altos-falantes para expressar sua dor.

Um verdadeiro mercado tomou conta do funeral. Cartazes, fotos de Chávez com Fidel Castro, bandeiras, chapéus, camisetas, bonecos, óculos, pulseiras fazem a alegria dos chavistas desconsolados.

"Levem uma recordação do Comandante", apregoa um homem em uma esquina próximas do imponente monumento, tomada pelo formigueiro humano.

Nos telões instalados em vários pontos ao longo da fila é possível acompanhar a cerimônia.

Aplausos nutridos ressoam na rua quando se ouve os nomes de dirigentes como Raúl Castro, de Cuba, Evo Morales, da Bolívia, Rafael Correa, do Equador, Daniel Ortega, da Nicarágua. Os aplausos maiores foram para o iraniano Mahmud Ahmadinejad.

A segurança é garantida por soldados de distintos batalhões, que também fazem o trabalho de inteligência entre as pessoas, comentou à AFP Luis Arrieta, um general de Exército que dá instruções a seus homens em meio ao barulho das pessoas.

De cima de caminhões militares, os soldados jogam garrafas de água e sanduíches para a multidão. A fome é grande e o calor maior ainda. A música que toca é interrompida de tempos em tempos para anunciar os nomes de pessoas perdidas.

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Caracas - Durante toda a madrugada, sob o frio da noite, e depois sob um sol escaldante, milhares de venezuelanos passaram as últimas horas do lado de fora da Academia Militar de Caracas na esperança de poder entrar e prestar sua última homenagem a Hugo Chávez , que, na capela ardente, recebeu as honras de um funeral de Estado na presença de dezenas de dignitários de todo o mundo.

"Chávez vive, a luta continua", gritava a multidão aglomerada ao longo de uma fila de quilômetros, usando camisetas e boinas típicas do chavismo.

Por toda parte, os venezuelanos aguardavam indiferentes ao lixo acumulado em dois dias de peregrinação popular para chegar ao caixão de Chávez.

"Não importa quantas horas esperamos, mas vamos ficar aqui até que o vejamos", afirma Luis Herrera, utilizando a boina vermelha popularizada pelo líder venezuelano.

Herrera, um motorista de 49 anos, chegou de um bairro de Caracas no fim da tarde de quinta-feira e à meia-noite ainda estava muito longe de entrar no recinto onde encontram-se expostos os restos do ex-presidente, falecido na terça-feira após uma longa batalha contra um câncer.

Seus olhos se enchem de lágrimas ao pensar no que fará quando o vir: "rezarei um pai-nosso para que Deus o receba com os braços abertos", explica.


Jogar cartas, cantar e gritar slogans em homenagem ao presidente: tudo é válido para suportar as longas horas de espera para chegar à capela ardente.

Logo, o grito "Eu sou Chávez!" explode na voz de um grupo de manifestantes e se espalha como pólvora entre o resto das pessoas que aguardam na fila.

Vendedores ambulantes percorrem a região vendendo cartazes, bandeiras e fotos de Chávez.

Aos 65 anos, Aura Hernández estava há mais de dez horas na fila, mas não renunciava ao desejo de prestar sua última homenagem ao ex-presidente venezuelano.

"Dói tudo, mas eu vou", afirma decidida Hernández, uma costureira que agradece a Chávez não apenas por suas duas máquinas de costura, mas "pela liberdade e pela independência" que afirma que ele proporcionou durante seus anos de governo.

Narda Barrios, de 33 anos e membro das milícias criadas por Chávez para defender seu processo revolucionário, adverte o vice-presidente Nicolás Maduro para que "se porte bem com o povo, porque, caso contrário, o povo irá castigá-lo. Haverá consequências", ressalta esta mulher, com as cores da bandeira venezuelana pintadas no rosto.

"Chávez travou 16 batalhas, mas o povo vai ganhar a 17ª em sua homenagem", afirma confiante Carolina Arellano, ao opinar sobre as novas eleições que se aproximam para designar o substituto do presidente falecido.


Uma mulher numa cadeira de rodas e com a bandeira venezuelana nas mãos chora desconsolada. "Meu presidente morreu, já não tenho mais ninguém. Há três dias estou aqui e vejam como estou doente", afirma, mostrando as úlceras em suas pernas.

A solenidade conduzida no salão de honra da Academia contrasta com a confusão que reina nas ruas ao redor: as pessoas choram, gritam, cantam slogans revolucionários, usam altos-falantes para expressar sua dor.

Um verdadeiro mercado tomou conta do funeral. Cartazes, fotos de Chávez com Fidel Castro, bandeiras, chapéus, camisetas, bonecos, óculos, pulseiras fazem a alegria dos chavistas desconsolados.

"Levem uma recordação do Comandante", apregoa um homem em uma esquina próximas do imponente monumento, tomada pelo formigueiro humano.

Nos telões instalados em vários pontos ao longo da fila é possível acompanhar a cerimônia.

Aplausos nutridos ressoam na rua quando se ouve os nomes de dirigentes como Raúl Castro, de Cuba, Evo Morales, da Bolívia, Rafael Correa, do Equador, Daniel Ortega, da Nicarágua. Os aplausos maiores foram para o iraniano Mahmud Ahmadinejad.

A segurança é garantida por soldados de distintos batalhões, que também fazem o trabalho de inteligência entre as pessoas, comentou à AFP Luis Arrieta, um general de Exército que dá instruções a seus homens em meio ao barulho das pessoas.

De cima de caminhões militares, os soldados jogam garrafas de água e sanduíches para a multidão. A fome é grande e o calor maior ainda. A música que toca é interrompida de tempos em tempos para anunciar os nomes de pessoas perdidas.

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