O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin (E), e o chefe do Estado-Maior conjunto, general Mark Milley (D), participam de uma reunião virtual do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, em 18 de julho de 2023 (WIN MCNAMEE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 20 de novembro de 2023 às 13h01.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, chegou nesta segunda-feira (20) à Ucrânia para uma visita surpresa, na qual pretende garantir a Kiev o apoio "sólido" de Washington contra a invasão russa.
Austin "viajou à Ucrânia hoje (segunda-feira) para uma reunião com líderes ucranianos e para reforçar o apoio sólido dos Estados Unidos na luta da Ucrânia por sua liberdade", afirmou o Pentágono em um comunicado. A visita não foi anunciada com antecedência por motivos de segurança.
Segundo o Pentágono, o secretário insistirá no "compromisso contínuo dos Estados Unidos em fornecer à Ucrânia a ajuda de segurança necessária para sua defesa contra a agressão russa".
O governo dos Estados Unidos concedeu uma ajuda de dezenas de bilhões de dólares desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, e se comprometeu a apoiar Kiev pelo tempo que for necessário, mas a promessa está sob risco devido à oposição cada vez mais intensa dos congressistas republicanos.
O secretário de Defesa também se reunirá com presidente Volodimir Zelensky, o ministro da Defesa, Rustem Umerov, e o comandante das Forças Armadas ucranianas, Valeri Zalukhni.
A viagem a Kiev - de trem a partir da Polônia - é a segunda do chefe do Pentágono desde que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia.
Washington é, por ampla margem, o maior fornecedor de ajuda militar a Kiev. Uma redução na ajuda americana seria um duro golpe para a Ucrânia e seus esforços para libertar o sul e o leste ocupados do país.
Enquanto no Partido Republicano surgem vozes contrárias à ajuda financeira à Ucrânia, liberada pelo governo democrata do presidente Joe Biden, Austin e o secretário de Estado, Antony Blinken, pediram aos congressistas, durante uma audiência em outubro, a manutenção do apoio a Kiev. O chefe da Defesa americana declarou que "sem a nossa ajuda, (o presidente russo Vladimir) Putin triunfará".
A ajuda é ainda mais crucial para a Ucrânia levando em consideração que a contraofensiva para libertar os territórios ocupados foi um fracasso.
A Rússia retomou a ofensiva no leste em outubro e Kiev afirma que Moscou também pretende reiniciar a campanha de bombardeios de inverno (hemisfério norte, verão no Brasil) para deixar milhões de ucranianos no frio e na escuridão.
No campo de batalha, em Kherson, a grande cidade do sul atacada quase todos os dias pelo Exército russo, um bombardeio atingiu um estacionamento nesta segunda-feira e deixou dois mortos e dois feridos, informou o governo regional.
Perto de Kherson, uma das áreas mais importantes da contraofensiva ucraniana, onde as tropas do país conseguiram avançar na margem esquerda do rio Dnieper, ocupada pelos russos, as forças ucranianas "mantêm suas posições", informou o Estado-Maior ucraniano.