Sarney: frente parlamentar torna reforma política mais difícil
Presidente do Senado não gostou da participação de vários novos membros na discussão, como representantes da sociedade civil
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2011 às 19h46.
Brasília - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), criticou a decisão de senadores e deputados de criar uma frente parlamentar, com a participação de representantes da sociedade civil, para discutir e apresentar propostas à reforma política. A decisão foi tomada ontem (15), em reunião na liderança do PSB no Senado, da qual participaram senadores do partido, do PT, PCdoB e P-SOL.
Segundo Sarney, a instalação da frente “torna muito mais difícil” a aprovação da matéria ainda neste ano, uma vez que envolverá vários membros e todo o trabalho voltará “à estaca zero”. Ele acrescentou que as comissões especiais criadas no Senado e na Câmara de forma alguma excluirão a sociedade civil dos debates.
O presidente do Senado disse ainda que a intenção é ter uma proposta consolidada, que apresente a média das opiniões recolhidas nos debates, e que “não seja ampla entrando no terreno doutrinário, mas que aborde questões tópicas que estão postas”.
Para José Sarney, a divisão do trabalho torna muito mais difícil a aprovação de uma reforma política em 2011. “Nós devemos correr nesse assunto porque se não fizermos logo, não faremos depois. Nesse sentido, estamos fazendo a nossa parte. O Senado instala terça-feira (22) a comissão [especial]”, afirmou.
O receio dos pequenos partidos é que no debate das comissões especiais, os interesses das grandes legendas prevaleçam caso não haja uma ampla mobilização popular para discutir o assunto e apresentar as propostas.