Sanders diz ter estratégias para forçar saída de Trump da Casa Branca
Segundo o senador e ex-candidato, os democratas têm uma série de planos de contingência caso o atual presidente se recuse a aceitar o resultado das eleições
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2020 às 09h16.
Última atualização em 29 de setembro de 2020 às 17h53.
O senador Bernie Sanders, ex-candidato à presidência dos Estados Unidos , disse que os democratas têm uma estratégia para forçar a saída de Donald Trump da Casa Branca, caso o atual presidente se recuse a aceitar o resultado das eleições. “Meu ponto é que há certas coisas que precisamos fazer para garantir a vitória de Biden”, afirmou Sanders, no programa do comediante Bill Maher, no canal a cabo HBO. “Caso Trump tente se manter no cargo após a derrota, uma série de planos de contingência serão colocados em ação.”
Trump vem recorrentemente ameaçando levar a disputa pela presidência americana para além das urnas. “Acho que isso vai acabar na Suprema Corte e acho que é muito importante termos nove juízes”, disse o presidente, na semana passada. Um dia depois, ele se negou a assumir o compromisso de uma transferência pacífica de poder em caso de derrota nas eleições de 3 de novembro .
Seu oponente, Joe Biden, criticou a forma como Trump tem se comportado perante a possibilidade de derrota. “Em que país vivemos? É uma piada. Quero dizer, em que país estamos? Ele fala as coisas mais irracionais. Eu não sei o que dizer”, afirmou o candidato democrata. Para Sanders, a situação é insólita. “Nem em um milhão de anos, eu imaginava que faria um discurso sobre o que fazer caso um presidente americano se recuse a deixar o posto”, disse o senador a Maher.
O presidente recebeu críticas até de republicanos, como o senador Mitt Romney. “A transferência pacífica do poder é fundamental para nossa democracia; sem ela há Belarus. Qualquer sugestão de um presidente que pode evitar esta garantia constitucional é impensável e inaceitável”, escreveu Romney no Twitter.
Democratas na liderança
Pesquisas do Wall Street Journal e da NBC News neste mês e em setembro de 2016 mostram Biden com vantagem maior hoje do que Hillary quatro anos atrás. O ex-vice-presidente tem 8 pontos de vantagem sobre Trump neste mês, enquanto Hillary tinha 5. Além disso, Biden aparece com mais força do que a ex-secretária de Estado em muitos dos Estados cruciais na disputa.
Mas uma comparação das pesquisas nas duas eleições mostram que Trump tem espaço para conseguir vencer no Colégio Eleitoral sem ficar à frente no voto popular, como ocorreu em 2016. Eleitores brancos da classe trabalhadora, sem formação universitária, são parcelas grandes do eleitorado em Estados cruciais como Wisconsin, Michigan e Pensilvânia. Com isso, a força do presidente entre esse grupo pode ajudá-lo. A melhora da avaliação dele entre eleitores hispânicos poderia ajudar na Flórida, entre outros locais.