Rússia responde às pressões e fortalece controle na Crimeia
Rússia respondeu às pressões do Ocidente, que busca uma saída ao conflito em torno da península ucraniana da Crimeia
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2014 às 14h28.
Kiev - A Rússia respondeu nesta segunda-feira às pressões do Ocidente, que busca uma saída ao conflito em torno da península ucraniana da Crimeia, controlada por comandos armados pró-russos.
A crise, uma das mais graves entre Moscou e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria, provocava queda nas bolsas (a de Moscou fechou em baixa de quase 11%), assim como desvalorização do rublo e alta no preço do petróleo.
A tensão se estendia a outras regiões da Ucrânia . Em Donetsk (leste), reduto do presidente destituído Viktor Yanukovytch, 300 manifestantes pró-russos tomaram nesta segunda-feira de assalto a administração regional.
Retomando o tom das reivindicações ocidentais, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu a garantia "da independência, da unidade e da integridade territorial da Ucrânia" e apelou para que a Rússia "se abstenha de todo ato que possa conduzir a uma nova escalada".
As autoridades ucranianas denunciaram o fato de nas últimas 24 horas dez helicópteros de combate e oito aviões de transporte russos terem pousado na Crimeia, sem que elas tenham sido avisadas 72 horas antes, como preveem os acordos entre os dois países.
O ministério ucraniano da Defesa havia afirmado anteriormente que a Rússia há havia aumentado em 6.000 soldados sua presença militar na Crimeia, uma península russófona do sul da Ucrânia que abriga a frota russa do Mar Negro.
Moscou tem agora "um controle operacional pleno" sobre a Crimeia, afirmou no domingo em Washington um funcionário americano de alto escalão, que pediu o anonimato.
Nesta segunda-feira, todas as bases militares ucranianas estavam cercadas por soldados não identificados que atuam a serviço das autoridades pró-russas da Crimeia, segundo o ministro ucraniano da Defesa.
Durante uma visita a Kiev, onde se reuniu com as novas autoridades, o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, advertiu a Rússia que seus atos na Ucrânia terão um preço em nível econômico e diplomático.
Lavrov contra-ataca
De Genebra, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, contra-atacou denunciando as ameaças de sanções e boicotes proferidas pelas potências ocidentais.
O chanceler justificou os movimentos da Rússia na Ucrânia alegando que os ultranacionalistas deste país ameaçam "as vidas e os interesses regionais dos russos e das populações de língua russa".
Seu ministério respondeu diretamente ao secretário americano de Estado, John Kerry, taxando suas ameaças de "inadmissíveis".
Além disso, a chancelaria russa ressaltou o apoio de Pequim na questão, destacando "a ampla concordância de opiniões da Rússia e da China sobre a situação neste país (Ucrânia) e ao redor".
Kerry anunciou que viajará na terça-feira a Kiev para manifestar "o apoio decidido dos Estados Unidos à alta soberania, à independência e à integridade territorial da Ucrânia". No sábado havia denunciado "a invasão e a ocupação" deste país por parte da Rússia.
Os Estados Unidos também pediram o envio imediato à Ucrânia de observadores da Organização para a Cooperação e a Segurança na Europa (OSCE), para tentar "promover o respeito da integridade territorial" desta ex-república soviética, independente desde 1991.
Na terça-feira também chegará à Ucrânia uma equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI), a quem as novas autoridades de Kiev pediram ajuda para evitar a quebra, já que o país atravessa uma profunda crise econômica.
Já a chanceler alemã, Angela Merkel, quis se mostrar conciliadora dizendo através de seu porta-voz que não é muito tarde para uma solução política para a crise na Ucrânia, e que "não há opção militar".
Em uma conversa com ela no domingo, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a resposta da Rússia era totalmente adaptada à "ameaça constante de atos violentos por parte das forças ultranacionalistas" ucranianas.
No entanto, Putin aceitou a criação de um "grupo de contato" para iniciar um diálogo político sobre a Ucrânia.
Deserção do chefe da marinha ucraniana
Em terra não houve nenhum confronto na Crimeia, apesar da forte tensão.
Homens armados com uniformes sem distintivos e que podem ser soldados russos tinham o controle de vários pontos estratégicos da península, como bases militares, aeroportos e edifícios oficiais.
Em um golpe duro para as autoridades pró-europeias de Kiev, o comandante-em-chefe da marinha da Ucrânia, o almirante Denis Berezovski, nomeado há apenas alguns dias, anunciou no domingo sua adesão às autoridades pró-russas da Crimeia.
Nesta segunda-feira, homens armados e encapuzados bloqueavam a entrada do quartel-general da marinha ucraniana em Sebastopol, para impedir a entrada do novo comandante nomeado por Kiev.
Kiev - A Rússia respondeu nesta segunda-feira às pressões do Ocidente, que busca uma saída ao conflito em torno da península ucraniana da Crimeia, controlada por comandos armados pró-russos.
A crise, uma das mais graves entre Moscou e o Ocidente desde o fim da Guerra Fria, provocava queda nas bolsas (a de Moscou fechou em baixa de quase 11%), assim como desvalorização do rublo e alta no preço do petróleo.
A tensão se estendia a outras regiões da Ucrânia . Em Donetsk (leste), reduto do presidente destituído Viktor Yanukovytch, 300 manifestantes pró-russos tomaram nesta segunda-feira de assalto a administração regional.
Retomando o tom das reivindicações ocidentais, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu a garantia "da independência, da unidade e da integridade territorial da Ucrânia" e apelou para que a Rússia "se abstenha de todo ato que possa conduzir a uma nova escalada".
As autoridades ucranianas denunciaram o fato de nas últimas 24 horas dez helicópteros de combate e oito aviões de transporte russos terem pousado na Crimeia, sem que elas tenham sido avisadas 72 horas antes, como preveem os acordos entre os dois países.
O ministério ucraniano da Defesa havia afirmado anteriormente que a Rússia há havia aumentado em 6.000 soldados sua presença militar na Crimeia, uma península russófona do sul da Ucrânia que abriga a frota russa do Mar Negro.
Moscou tem agora "um controle operacional pleno" sobre a Crimeia, afirmou no domingo em Washington um funcionário americano de alto escalão, que pediu o anonimato.
Nesta segunda-feira, todas as bases militares ucranianas estavam cercadas por soldados não identificados que atuam a serviço das autoridades pró-russas da Crimeia, segundo o ministro ucraniano da Defesa.
Durante uma visita a Kiev, onde se reuniu com as novas autoridades, o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, advertiu a Rússia que seus atos na Ucrânia terão um preço em nível econômico e diplomático.
Lavrov contra-ataca
De Genebra, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, contra-atacou denunciando as ameaças de sanções e boicotes proferidas pelas potências ocidentais.
O chanceler justificou os movimentos da Rússia na Ucrânia alegando que os ultranacionalistas deste país ameaçam "as vidas e os interesses regionais dos russos e das populações de língua russa".
Seu ministério respondeu diretamente ao secretário americano de Estado, John Kerry, taxando suas ameaças de "inadmissíveis".
Além disso, a chancelaria russa ressaltou o apoio de Pequim na questão, destacando "a ampla concordância de opiniões da Rússia e da China sobre a situação neste país (Ucrânia) e ao redor".
Kerry anunciou que viajará na terça-feira a Kiev para manifestar "o apoio decidido dos Estados Unidos à alta soberania, à independência e à integridade territorial da Ucrânia". No sábado havia denunciado "a invasão e a ocupação" deste país por parte da Rússia.
Os Estados Unidos também pediram o envio imediato à Ucrânia de observadores da Organização para a Cooperação e a Segurança na Europa (OSCE), para tentar "promover o respeito da integridade territorial" desta ex-república soviética, independente desde 1991.
Na terça-feira também chegará à Ucrânia uma equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI), a quem as novas autoridades de Kiev pediram ajuda para evitar a quebra, já que o país atravessa uma profunda crise econômica.
Já a chanceler alemã, Angela Merkel, quis se mostrar conciliadora dizendo através de seu porta-voz que não é muito tarde para uma solução política para a crise na Ucrânia, e que "não há opção militar".
Em uma conversa com ela no domingo, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a resposta da Rússia era totalmente adaptada à "ameaça constante de atos violentos por parte das forças ultranacionalistas" ucranianas.
No entanto, Putin aceitou a criação de um "grupo de contato" para iniciar um diálogo político sobre a Ucrânia.
Deserção do chefe da marinha ucraniana
Em terra não houve nenhum confronto na Crimeia, apesar da forte tensão.
Homens armados com uniformes sem distintivos e que podem ser soldados russos tinham o controle de vários pontos estratégicos da península, como bases militares, aeroportos e edifícios oficiais.
Em um golpe duro para as autoridades pró-europeias de Kiev, o comandante-em-chefe da marinha da Ucrânia, o almirante Denis Berezovski, nomeado há apenas alguns dias, anunciou no domingo sua adesão às autoridades pró-russas da Crimeia.
Nesta segunda-feira, homens armados e encapuzados bloqueavam a entrada do quartel-general da marinha ucraniana em Sebastopol, para impedir a entrada do novo comandante nomeado por Kiev.