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Rússia ensaiou usar armas nucleares e temeu invasão da China, diz jornal

Arquivos militares secretos russos foram elaborados entre 2008 e 2014

Putin e Xi: mesmo com fortes laços, Rússia desconfiava da China (Mikhail Svetlov / Colaborador/Getty Images)

Putin e Xi: mesmo com fortes laços, Rússia desconfiava da China (Mikhail Svetlov / Colaborador/Getty Images)

Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 06h44.

As forças de Vladimir Putin ensaiaram o uso de armas nucleares táticas em um estágio inicial de conflito com uma grande potência mundial e incluíram cenários de treinamento para uma invasão da China. As informações são de documentos militares secretos da Rússia vazados nesta semana.
Segundo o Financial Times, os papéis confidenciais descrevem um limite para o uso de armas nucleares táticas que é menor do que a Rússia já admitiu publicamente.
A pasta consiste em 29 arquivos militares secretos russos elaborados entre 2008 e 2014, incluindo cenários para guerra e apresentações que discutem princípios operacionais para o uso de armas nucleares.
Os critérios para uma possível resposta nuclear variaram de uma incursão inimiga no território russo a dados mais específicos, como a destruição de 20% dos submarinos de mísseis balísticos estratégicos da Rússia ou 30% de seus submarinos de ataque com propulsão nuclear.

As armas nucleares da Rússia, que podem ser lançadas pela terra, mar ou ar, são projetadas para uso limitado no campo de batalha na Europa e na Ásia, em oposição às armas "estratégicas" maiores destinadas a atingir os EUA. As ogivas modernas podem liberar muito mais energia do que as armas lançadas em Nagasaki e Hiroshima em 1945.

Embora os arquivos datem de 10 anos atrás ou mais, os especialistas ouvidos pelo FT afirmam que eles continuam relevantes para a doutrina militar russa atual. 

Os planos expõem suspeitas profundas em relação à China entre a elite de segurança de Moscou, mesmo quando Putin começou a forjar uma aliança com Pequim.

Nos anos seguintes, a Rússia e a China aprofundaram sua parceria, especialmente desde que Xi Jinping assumiu o poder em 2012. A guerra na Ucrânia consolidou o status da aliança, com a China oferecendo a Moscou uma ajuda econômica vital para superar as sanções ocidentais.

No entanto, mesmo com a aproximação entre os países, os documentos mostram que o distrito militar oriental da Rússia estava ensaiando vários cenários que descreviam uma invasão chinesa.

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