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Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre incêndio na maior usina nuclear da Europa

Guerra vive momento tenso após ataques ucranianos ao território russo

Central nuclear de Zaporizhzhia é também uma das maiores do mundo (ANDREY BORODULIN/Getty Images)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 08h54.

Última atualização em 12 de agosto de 2024 às 09h48.

Rússia e Ucrânia trocaram acusações no domingo à noite sobre um incêndio na central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, no sul da Ucrânia. Mas as duas partes, assim como a agência nuclear da ONU, descartaram o risco de vazamento. "Não foi relatado nenhum impacto na segurança nuclear", afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que tem um grupo de especialistas no local.

A AIEA solicitou que uma equipe da agência tenha "acesso imediato à torre de refrigeração para avaliar os danos". Kiev e Moscou também indicaram que não foi detectado nenhum aumento nos níveis de radiação no entorno da usina, ocupada pelas tropas russas desde o início de sua ofensiva militar.

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Ordens da Rússia após ataque da Ucrânia

A Rússia ordenou nesta segunda-feira, 12, a saída de mais moradores de uma região na fronteira com a Ucrânia, enquanto tenta conter uma ofensiva sem precedentes iniciada pelas tropas de Kiev em seu território.

A Ucrânia iniciou na semana passada uma operação surpreendente em larga escala no oblast (província) russo de Kursk, na fronteira, dois anos e meio após o início da invasão da Ucrânia e depois de meses de recuo perante as forças russas no front leste.

Esta ofensiva, que provocou a fuga de dezenas de milhares de pessoas, é o maior ataque de um Exército estrangeiro em território russo desde a Segunda Guerra Mundial.

A operação pretende "desestabilizar" Moscou e dispersar as forças mobilizadas na invasão da Ucrânia, afirmou no domingo uma fonte dos serviços de segurança de Kiev à AFP.

A ofensiva pareceu pegar desprevenido o Exército russo, que no domingo reconheceu que a Ucrânia entrou profundamente em seu território, ao afirmar, em comunicado, que tinha impedido "tentativas de avanço" em Tolpino, Zhuravli e Obshchi Kolodez, três cidades localizadas cerca de 30 km da fronteira com a ex-república soviética.

Os avanços foram contidos por bombardeios aéreos, drones e artilharia, assim como pelo envio de contingentes do agrupamento "norte", destacados na província ucraniana de Kharkiv, segundo a mesma fonte.

"O objetivo é deslocar as posições do inimigo, infligir o máximo de perdas, desestabilizar a situação na Rússia – porque eles são incapazes de proteger suas próprias fronteiras – e transferir a guerra para o território russo", disse um funcionário do serviço de Segurança ucraniano no sábado, sob condição de anonimato.

O funcionário assegurou que "milhares" de soldados ucranianos participam da operação.

"Pela segurança da vida e da saúde da nossa população, estamos começando a transferir os habitantes do distrito", acrescentou.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou nesta segunda-feira que seus sistemas de defesa aérea destruíram 18 drones ucranianos, 11 deles sobre a região de Kursk.

O ataque ao oblast de Kursk foi a maior e mais bem-sucedida ofensiva transfronteiriça de Kiev até agora.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, admitiu pela primeira vez no sábado o envolvimento de seu país na incursão na Rússia, afirmando que a operação visa "deslocar a guerra para o território do agressor".

Segundo Moscou, que prometeu uma "resposta severa", os ucranianos atiraram, na noite de sábado, um míssil contra um prédio na cidade de Kursk, ferindo 15 pessoas.

A Rússia já anunciou a retirada de mais de 76 mil pessoas da região.

A operadora ferroviária russa fretou trens de emergência de Kursk para Moscou, a 450 km de distância, para quem quiser deixar o local.

"Dá medo ter helicópteros sobrevoando a sua cabeça todo o tempo. Quando foi possível ir embora, parti", declarou Marina, que chegou à capital russa de trem no domingo. Ela se negou a revelar seu sobrenome.

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