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Rússia diz que pode reduzir gás à Ucrânia a partir de junho

O ministro de Energia da Rússia anunciou que seu governo poderá reduzir a provisão de gás à Ucrânia a partir de junho

Tubulação de gás na região de Kiev: segundo a Gazprom, a Ucrânia mantém uma dívida de US$ 3,5 bilhões pelo gás russo importado (Andrey Sinitsin/AFP)
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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2014 às 16h19.

Varsóvia - O ministro de Energia da Rússia , Alexander Nowak, anunciou nesta sexta-feira que seu governo poderá reduzir a provisão de gás à Ucrânia a partir de junho, caso não receba o pagamento das dívidas acumuladas até o fim deste mês.

Nowak, que se reuniu hoje em Varsóvia com o ministro de Energia ucraniano, Yuriy Prodan, e com o comissário europeu, Günther Oettinger, expressou sua preocupação com o fato da Ucrânia não ser capaz de armazenar gás suficiente durante os meses de verão para garantir o fluxo aos países europeus na temporada de inverno.

A companhia russa Gazprom ofereceu ao redor de 30% do gás natural que a Europa consumiu em 2013, quase 163 bilhões de metros cúbicos.

Como a maior parte dessa provisão passa pelo gasoduto da Ucrânia, qualquer diminuição no volume de carburante direcionado à Ucrânia também afetará a UE.

Segundo a Gazprom, a Ucrânia mantém uma dívida de US$ 3,5 bilhões pelo gás russo importado.

Diante deste cenário, Rússia, Ucrânia e a União Europeia não conseguiram alcançar um acordo na conversa tripartite mantida hoje em Varsóvia, embora o comissário europeu tenha anunciado dois novos encontros durante o mês de maio para tentar desbloquear essa situação.

Oettinger, quem também se reuniu hoje com o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, propôs que o gás russo importado tenha um preço uniforme entre União Europeia, Ucrânia, Geórgia e Bálcãs ocidentais, algo que poderá ser definido mediante a criação de uma instituição paneuropea encarregada de negociar as tarifas com Moscou.

Para o comissário europeu, esta fórmula, proposta pela Polônia, evitará a fraqueza que cada estado arrasta frente à Rússia na hora de negociar os preços do gás.

Oettinger também reconheceu a existência da dívida de gás da Ucrânia, e assinalou que a Comissão Europeia estuda oferecer assistência financeira à companhia energética ucraniana Naftogaz.

Por sua parte, o ministro ucraniano de energia adiantou que a Ucrânia dará início a uma arbitragem internacional com a Gazprom se não obter um acordo sobre os preços do gás, já que, sob as condições atuais, o país não é capaz de pagar os preços exigidos.

O ministro ucraniano, por sua vez, qualificou as atuais condições como "discriminatórias" e lembrou que seu país tem a taxa mais alta de gás entre todos os clientes da Gazprom - US$ 485,5 por mil metros cúbicos -, muito acima do preço médio, já que o governo russo anulou os descontos que estavam sendo aplicados até abril.

Desta forma, o titular de Energia ucraniano também se mostrou a favor da instauração de um preço único para o gás em toda Europa, como propôs Oettinger.

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Varsóvia - O ministro de Energia da Rússia , Alexander Nowak, anunciou nesta sexta-feira que seu governo poderá reduzir a provisão de gás à Ucrânia a partir de junho, caso não receba o pagamento das dívidas acumuladas até o fim deste mês.

Nowak, que se reuniu hoje em Varsóvia com o ministro de Energia ucraniano, Yuriy Prodan, e com o comissário europeu, Günther Oettinger, expressou sua preocupação com o fato da Ucrânia não ser capaz de armazenar gás suficiente durante os meses de verão para garantir o fluxo aos países europeus na temporada de inverno.

A companhia russa Gazprom ofereceu ao redor de 30% do gás natural que a Europa consumiu em 2013, quase 163 bilhões de metros cúbicos.

Como a maior parte dessa provisão passa pelo gasoduto da Ucrânia, qualquer diminuição no volume de carburante direcionado à Ucrânia também afetará a UE.

Segundo a Gazprom, a Ucrânia mantém uma dívida de US$ 3,5 bilhões pelo gás russo importado.

Diante deste cenário, Rússia, Ucrânia e a União Europeia não conseguiram alcançar um acordo na conversa tripartite mantida hoje em Varsóvia, embora o comissário europeu tenha anunciado dois novos encontros durante o mês de maio para tentar desbloquear essa situação.

Oettinger, quem também se reuniu hoje com o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, propôs que o gás russo importado tenha um preço uniforme entre União Europeia, Ucrânia, Geórgia e Bálcãs ocidentais, algo que poderá ser definido mediante a criação de uma instituição paneuropea encarregada de negociar as tarifas com Moscou.

Para o comissário europeu, esta fórmula, proposta pela Polônia, evitará a fraqueza que cada estado arrasta frente à Rússia na hora de negociar os preços do gás.

Oettinger também reconheceu a existência da dívida de gás da Ucrânia, e assinalou que a Comissão Europeia estuda oferecer assistência financeira à companhia energética ucraniana Naftogaz.

Por sua parte, o ministro ucraniano de energia adiantou que a Ucrânia dará início a uma arbitragem internacional com a Gazprom se não obter um acordo sobre os preços do gás, já que, sob as condições atuais, o país não é capaz de pagar os preços exigidos.

O ministro ucraniano, por sua vez, qualificou as atuais condições como "discriminatórias" e lembrou que seu país tem a taxa mais alta de gás entre todos os clientes da Gazprom - US$ 485,5 por mil metros cúbicos -, muito acima do preço médio, já que o governo russo anulou os descontos que estavam sendo aplicados até abril.

Desta forma, o titular de Energia ucraniano também se mostrou a favor da instauração de um preço único para o gás em toda Europa, como propôs Oettinger.

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