Rússia "consultará" população para definir fronteiras de regiões anexadas
Putin formalizou a anexação de Kherson e Zaporizhzhia, assim como de outras duas regiões da Ucrânia, Donetsk e Lugansk, na última sexta-feira
AFP
Publicado em 3 de outubro de 2022 às 09h15.
A Rússia "consultará" a população para estabelecer as fronteiras das regiões anexadas de Kherson e Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
"Seguiremos consultando a população destas regiões", respondeu Peskov ao ser questionado se a Rússia estava anexando a totalidade ou apenas partes do território que ocupa nestas regiões.
O presidente russo Vladimir Putin formalizou a anexação de Kherson e Zaporizhzhia, assim como de outras duas regiões da Ucrânia , Donetsk e Lugansk, em uma cerimônia na sexta-feira no Kremlin.
As regiões de Donetsk e Lugansk foram anexadas em sua totalidade, depois que Moscou reconheceu a soberania dos regimes separatistas pró-Rússia no fim de fevereiro, pouco antes do início da ofensiva na Ucrânia.
Mas o Kremlin afirmou na semana passada que as fronteiras das regiões de Kherson e Zaporizhzhia precisavam ser "esclarecidas".
O ISW (Institute for the Study of War), centro de pesquisas com sede nos Estados Unidos, afirma que a Rússia controla 72% da região de Zaporizhzhia.
Além disso, quase 88% de Kherson e sua capital de mesmo nome estão sob ocupação russa.
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A Rússia organizou às pressas os referendos nas quatro regiões ucranianas, votações criticadas como "farsas" pela Ucrânia e seus aliados ocidentais.
Também nesta segunda-feira, as autoridades russas anunciaram que o funcionário responsável pelo recrutamento militar na região de Khabarovsk, Yuri Laiko, foi suspenso de suas funções após a convocação por engano milhares de pessoas para lutar na Ucrânia.
"Isto não terá nenhum impacto na meta estabelecida pelo presidente", disse o governador Mikhail Degtyaryov no Telegram. Khabarovsk fica no extremo leste da Rússia.
"Em 10 dias, vários compatriotas receberam intimações e compareceram aos postos militares. Fizemos que metade deles retornassem para casa porque não preenchiam os critérios de seleção para entrar no exército”, disse o governador.
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