Mundo

Rússia avisa que uso da força no Leste vai minar negociações

No último domingo, o governo de Kiev desencadeou uma "operação antiterrorista", no Leste do país, contra rebeldes armados pró-russos


	O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov: "não podemos fazer convites para negociações e, ao mesmo tempo, emitir ordens criminosas para recorrer ao uso de armas contra pessoas naquela área"
 (Vasily Maximov/AFP)

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov: "não podemos fazer convites para negociações e, ao mesmo tempo, emitir ordens criminosas para recorrer ao uso de armas contra pessoas naquela área" (Vasily Maximov/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 09h21.

São Paulo - O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, alertou hoje (15) Kiev sobre o uso da força para dominar os separatistas pró-Moscou no Leste da Ucrânia. Ele disse que esse "ato criminoso" vai minar as negociações de Genebra. "Não podemos fazer convites para negociações e, ao mesmo tempo, emitir ordens criminosas para recorrer ao uso de armas contra pessoas naquela área", acrescentou Lavrov, durante visita a Pequim.

No último domingo (13), o governo de Kiev desencadeou uma "operação antiterrorista", no Leste do país, contra rebeldes armados pró-russos. Moscou denunciou de imediato "a ordem criminosa de Turchinov [o presidente ucraniano Olexandre], de recorrer ao Exército para reprimir os protestos", e advertiu as autoridades ucranianas pró-europeias para que abandonem "a guerra contra o próprio povo".

Uma série de ataques visivelmente coordenados foi lançada, no sábado (12), nas cidades do Leste da Ucrânia, região fronteiriça da Rússia, por homens armados, que usavam, na maior parte dos casos, uniformes sem identificação.

Esse aumento de tensão levou ao receio de que Moscou, que concentrou até 40 mil homens na fronteira, aproveite esse pretexto para uma intervenção, uma vez que o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu defender "a qualquer preço" os cidadãos russos no espaço da ex-União Soviética.

Moscou nunca reconheceu o governo provisório pró-europeu, que chegou ao poder após a queda, no fim de fevereiro, do presidente pró-russo Viktor Ianukóvitch, na sequência de manifestações violentas na capital ucraniana.

Uma missão da Organização das Nações Unidas (ONU), que visitou a Crimeia nos dias 21 e 22 de março, considerou que a presença de grupos paramilitares, de autodefesa e de soldados não identificados afetou o desenvolvimento do referendo no qual a República Autônoma ucraniana aceitou integrar a Rússia.

"A presença paramilitar e dos chamados grupos de autodefesa, além de soldados não identificados considerados oriundos da Rússia, não permitiu um ambiente em que a vontade dos eleitores pudesse ser manifestada livremente", indicou relatório apresentado hoje pela missão.

A missão da ONU concluiu ainda que foi "amplamente verificado" que os nativos russos na Crimeia não foram alvo de ameaças antes da integração desse território à Rússia.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrise políticaEuropaRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Republicanos exigem renúncia de Biden, e democratas celebram legado

Apesar de Kamala ter melhor desempenho que Biden, pesquisas mostram vantagem de Trump após ataque

A estratégia dos republicanos para lidar com a saída de Biden

Se eleita, Kamala será primeira mulher a presidir os EUA

Mais na Exame