Rússia anuncia disposição de falar sobre cessar-fogo sírio
"Estamos preparados para falar das modalidades de um cessar-fogo", disse o vice-ministro russo das Relações Exteriores
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2016 às 09h36.
A Rússia anunciou que está disposta a falar sobre um cessar-fogo na Síria em uma reunião nesta quinta-feira em Munique para tentar reativar as negociações de paz e conter a onda de refugiados sírios para a Turquia.
"Estamos preparados para falar das modalidades de um cessar-fogo", disse o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Gennady Gatilov, poucas horas antes da reunião na cidade alemã.
"Vamos (à conferência internacional sobre a Síria) para falar sobre isto", completou.
As negociações para acabar com o conflito que provocou 260.000 mortes desde 2011 foram interrompidas no início do mês em Genebra, em meio a acusações dos países ocidentais e da oposição síria de que a Rússia bombardeia grupos opositores e civis em Aleppo.
Além disso, desde 1º de fevereiro o regime de Bashar al-Assad, apoiado por Moscou, executa uma violenta ofensiva contra os rebeldes de Aleppo (norte), o que provocou a fuga de 30.000 pessoas para a fronteira turca.
Esta ofensiva, que deixou até o momento 500 mortos, provocou a interrupção das conversações de Genebra, cuja retomada, prevista para 25 de fevereiro, é incerta.
O secretário de Estado americano, John Kerry, que se mostrou otimista sobre a reunião de Munique, pediu ao chefe da diplomacia da Rússia, Serguei Lavrov, para que trabalhe em um cessar-fogo e contribua a criar um clima que possibilite as negociações.
Ao mesmo tempo, em Bruxelas, os ministros da Defesa da coalizão militar, liderada pelos Estados Unidos, também se reunirão na quinta-feira para reforçar a luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) que, segundo Washington, se aproveita do avanço do regime sírio ante os rebeldes mais moderados.
Washington pediu aos russos a interrupção dos bombardeios que "matam mulheres e crianças em grande número", obrigando por sua vez milhares de civis a fugir de Aleppo.
A Rússia reafirmou a intenção de continuar com os "legítimos" ataques contra "terroristas", mas prometeu propor "novas ideias" em Munique para avançar a um cessar-fogo.
As negociações na Alemanha abordarão especialmente um acesso humanitário às cidades cercadas pelas forças pró-governo, especialmente Aleppo, onde os rebeldes estão retidos nos bairros da zona leste com 350.000 civis.
Os países ocidentais acusam Moscou de ter torpedeado, com os bombardeios em Aleppo, as negociações entre o regime de Bashar al-Assad e a oposição síria.
Para Joseph Bahout, da Fundação Carnegie em Washington, os participantes na reunião "deve chegar a um acordo de cessar-fogo que não será aplicado, já que os russos continuarão bombardeando os 'terroristas'".
Os ocidentais estão quase impotentes, a menos que se arrisquem a uma oposição frontal aos russos, que ganham tempo nos campos militar e diplomático.
"Para a Rússia, o que está em jogo na guerra da Síria é muito mais que Assad. O objetivo do presidente (Vladimir) Putin é desestabilizar e debilitar o Ocidente", afirma Koert Debeuf, pesquisador da Universidade de Oxford, citado pelo centro de estudos Carnegie Europa.
Na Turquia, o presidente conservador-islâmico Recep Tayyip Erdogan denunciou as pressões internacionais para que abra suas fronteiras aos milhares de refugiados sírios que fogem dos combates em Aleppo e insinuou que poderá enviá-los a outros países.
A Rússia anunciou que está disposta a falar sobre um cessar-fogo na Síria em uma reunião nesta quinta-feira em Munique para tentar reativar as negociações de paz e conter a onda de refugiados sírios para a Turquia.
"Estamos preparados para falar das modalidades de um cessar-fogo", disse o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Gennady Gatilov, poucas horas antes da reunião na cidade alemã.
"Vamos (à conferência internacional sobre a Síria) para falar sobre isto", completou.
As negociações para acabar com o conflito que provocou 260.000 mortes desde 2011 foram interrompidas no início do mês em Genebra, em meio a acusações dos países ocidentais e da oposição síria de que a Rússia bombardeia grupos opositores e civis em Aleppo.
Além disso, desde 1º de fevereiro o regime de Bashar al-Assad, apoiado por Moscou, executa uma violenta ofensiva contra os rebeldes de Aleppo (norte), o que provocou a fuga de 30.000 pessoas para a fronteira turca.
Esta ofensiva, que deixou até o momento 500 mortos, provocou a interrupção das conversações de Genebra, cuja retomada, prevista para 25 de fevereiro, é incerta.
O secretário de Estado americano, John Kerry, que se mostrou otimista sobre a reunião de Munique, pediu ao chefe da diplomacia da Rússia, Serguei Lavrov, para que trabalhe em um cessar-fogo e contribua a criar um clima que possibilite as negociações.
Ao mesmo tempo, em Bruxelas, os ministros da Defesa da coalizão militar, liderada pelos Estados Unidos, também se reunirão na quinta-feira para reforçar a luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) que, segundo Washington, se aproveita do avanço do regime sírio ante os rebeldes mais moderados.
Washington pediu aos russos a interrupção dos bombardeios que "matam mulheres e crianças em grande número", obrigando por sua vez milhares de civis a fugir de Aleppo.
A Rússia reafirmou a intenção de continuar com os "legítimos" ataques contra "terroristas", mas prometeu propor "novas ideias" em Munique para avançar a um cessar-fogo.
As negociações na Alemanha abordarão especialmente um acesso humanitário às cidades cercadas pelas forças pró-governo, especialmente Aleppo, onde os rebeldes estão retidos nos bairros da zona leste com 350.000 civis.
Os países ocidentais acusam Moscou de ter torpedeado, com os bombardeios em Aleppo, as negociações entre o regime de Bashar al-Assad e a oposição síria.
Para Joseph Bahout, da Fundação Carnegie em Washington, os participantes na reunião "deve chegar a um acordo de cessar-fogo que não será aplicado, já que os russos continuarão bombardeando os 'terroristas'".
Os ocidentais estão quase impotentes, a menos que se arrisquem a uma oposição frontal aos russos, que ganham tempo nos campos militar e diplomático.
"Para a Rússia, o que está em jogo na guerra da Síria é muito mais que Assad. O objetivo do presidente (Vladimir) Putin é desestabilizar e debilitar o Ocidente", afirma Koert Debeuf, pesquisador da Universidade de Oxford, citado pelo centro de estudos Carnegie Europa.
Na Turquia, o presidente conservador-islâmico Recep Tayyip Erdogan denunciou as pressões internacionais para que abra suas fronteiras aos milhares de refugiados sírios que fogem dos combates em Aleppo e insinuou que poderá enviá-los a outros países.