Vladimir Putin (Adam Berry / Correspondente/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de janeiro de 2022 às 09h33.
A Rússia alertou, nesta quarta-feira, 26, que tomará rapidamente "medidas de retaliação" se os Estados Unidos e aliados rejeitarem suas demandas de segurança e continuarem suas políticas "agressivas", aumentando a pressão sobre o Ocidente em meio a preocupações de que Moscou esteja planejando invadir a Ucrânia.
A Rússia negou repetidamente que tenha essa intenção, mas os EUA e demais integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estão preocupados porque o Kremlin reuniu cerca de 100 mil soldados perto da fronteira com o território ucraniano e realizou uma série de exercícios militares na região.
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No centro do impasse estão questões sobre o futuro da Ucrânia: a Rússia exigiu garantias de que a Otan nunca admitirá o país e outras nações ex-soviéticas como membros e que a aliança reverterá o envio de tropas em outros países do antigo bloco soviético. As exigências criaram um impasse que muitos analistas temem que só possa terminar em uma guerra.
Falando a parlamentares nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que ele e outros altos funcionários aconselharão o presidente russo, Vladimir Putin, sobre os próximos passos depois de receber respostas por escrito dos Estados Unidos às demandas. Essas respostas são esperadas esta semana - embora os EUA e seus aliados já tenham deixado claro que rejeitarão as principais.
"Se o Ocidente continuar seu curso agressivo, Moscou tomará as medidas de retaliação necessárias", disse ele.
Enquanto a Rússia aguarda a resposta americana, Lavrov indicou que não esperaria para sempre: "não permitiremos que nossas propostas sejam afogadas em discussões intermináveis", disse ele.
Questionado pelos legisladores se a Rússia poderia expandir a cooperação militar com Cuba, Venezuela e Nicarágua, Lavrov respondeu que Moscou tem laços estreitos com esses países. No início deste mês, o vice de Lavrov se recusou a descartar o envio de ativos militares russos para Cuba e Venezuela - muito mais perto dos EUA do que da Ucrânia - se as exigências de segurança de Moscou não forem atendidas.