Rússia ainda influencia opinião pública e eleições nos EUA, dizem agências
Interferências do país na eleição presidencial de 2016 conduziu o ministério da Justiça a nomear um procurador especial encarregado de investigar esses atos
EFE
Publicado em 2 de agosto de 2018 às 15h47.
Última atualização em 2 de agosto de 2018 às 16h20.
O Diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos , Dan Coats, fez nesta quinta-feira um alerta sobre a existência de uma ampla campanha de mensagens por parte da Rússia para interferir nas próximas eleições legislativas americanas, marcadas para ocorrer em novembro, e dividir o país.
"Continuamos vendo uma ampla campanha de mensagens da Rússia para debilitar e dividir o país", declarou Coats em entrevista coletiva.
O presidente dos EUA, Donald Trump , encarregou a Direção de Inteligência Nacional de investigar com prioridade a questão da interferência nos processos eleitorais do país.
No entanto, Coats disse que o Kremlin ainda não promoveu um esforço tão robusto como nas eleições de 2016 nessa nova tentativa de influenciar um pleito americano.
Coats estava acompanhado pelo diretor do FBI , Christopher Wray, pela secretária de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen, e o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton.
Wray indicou que a Rússia segue envolvida em ter uma "influência maligna" nas eleições americanas e destacou que essa ameaça não vai desaparecer no futuro próximo.
Além disso, o diretor do FBI explicou que esses tipos de ações não se limitam ao período eleitoral e enumerou uma série de exemplos de como os adversários do país tentam minar a democracia americana.
Por esse motivo, Wray ressaltou a importância das empresas de tecnologia colaborarem com as autoridades na hora de defender os interesses nacionais.
"As redes sociais têm um papel muito importante nesse tipo de interferência. As empresas devem vigiar os conteúdos que nelas circulam", disse o diretor do FBI.
As declarações ocorrem depois da cúpula entre Trump e o presidente da Rússia , Vladimir Putin, no último dia 16 de julho.
Na reunião, Trump desautorizou as agências de inteligência americanas por afirmar que acreditava na palavra de Putin de que a Rússia não interferiu nas eleições de 2016, uma opinião contrária a dos principais órgãos de segurança do país.
Criticado pelas afirmações, Trump voltou atrás pouco depois e disse ter plena confiança nas agências americanas.