Rússia acusa EUA de intervirem nas eleições da Venezuela
Segundo a Chancelaria russa, os EUA e países ocidentais boicotaram abertamente as eleições na qual Maduro foi reeleito e ficará no cargo até 2025
EFE
Publicado em 21 de maio de 2018 às 09h39.
Última atualização em 21 de maio de 2018 às 09h57.
Moscou - Os Estados Unidos e outros países ocidentais intervieram nas eleições presidenciais da Venezuela e trataram de colocar impedimentos com suas chamadas ao boicote e seus anúncios de que não reconheceriam os resultados, disse nesta segunda-feira um responsável da Chancelaria russa.
"Infelizmente temos que constatar que nestas eleições, além dos dois participantes tradicionais, isto é, o povo venezuelano, os eleitores, por um lado, e por outro os candidatos que apresentaram seus programas... houve um terceiro participante, os governos que chamaram abertamente a boicotar as votações", afirmou Alexander Schetinin, diretor do Departamento da América Latina do Ministério de Relações Exteriores.
Na primeira reação da Rússia ao pleito deste domingo, nos quais o atual líder, Nicolás Maduro, foi reeleito para o período 2019-2025, Schetinin afirmou que Moscou é acusado com frequência de intervir em eleições de outros países, e ressaltou que no caso da Venezuela alguns países fizeram isso de maneira dissimulada.
"É ainda pior quando uma série de governos, incluído o que o senhor está nomeando (os Estados Unidos), a priori declararam que não iriam reconhecer os resultados", afirmou a um grupo de jornalistas, segundo a agência "Interfax".
Já que, acrescentou, alguns países impuseram obstáculos "entre outros para entorpecer as votações em territórios dos venezuelanos que estão no exterior".
"As eleições foram realizadas. Os seus resultados já têm um caráter irreversível: dois terços dos votos foram para o atual presidente do país, Nicolás Maduro", acrescentou.
Maduro ganhou no domingo eleições marcadas pela altíssima abstenção e a exigência dos derrotados da repetição das mesmas pelas irregularidades registradas.