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Romney afirma que fará mais que Obama por pobres

''A pergunta nesta campanha não é quem se preocupa com os pobres e a classe média. Eu me preocupo. Ele também'', disse o republicano


	O candidato republicano Mitt Romney: A questão é ''quem pode ajudar aos pobres e à classe média. Eu posso. Ele (Obama) não pode e demonstrou isso em quatro anos''
 (Jewel Samad/AFP)

O candidato republicano Mitt Romney: A questão é ''quem pode ajudar aos pobres e à classe média. Eu posso. Ele (Obama) não pode e demonstrou isso em quatro anos'' (Jewel Samad/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2012 às 21h44.

Washington - O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, disse nesta quarta-feira que, caso vença as eleições, fará mais pelos pobres e pela classe média que o atual presidente Barack Obama, após a divulgação de um polêmico vídeo em que aparece dizendo que 47% dos eleitores não lhe interessam porque ''dependem'' do governo.

''A pergunta nesta campanha não é quem se preocupa com os pobres e a classe média. Eu me preocupo. Ele também'', afirmou Romney em um ato de arrecadação de fundos de campanha na cidade de Atlanta.

A questão é ''quem pode ajudar aos pobres e à classe média. Eu posso. Ele (Obama) não pode e demonstrou isso em quatro anos'', disse o candidato, além de declarar que não acredita na ''redistribuição'' da riqueza, ''o que nunca foi uma característica dos EUA''.

Romney tenta, dessa forma, amenizar os problemas causados por um vídeo gravado em um jantar privado com doadores importantes no dia 17 de maio em Boca Raton (Flórida) e que foi divulgado no site da revista ''Mother Jones'', de tendência esquerdista.

No vídeo, Romney está relaxado e comenta que 47% dos americanos votarão em Obama, porque ''acreditam que são vítimas, que o governo tem a responsabilidade de cuidar deles, que eles têm direito a saúde, alimentação, moradia ou como o quiserem chamar''.

''Meu trabalho não é me preocupar com essas pessoas. Nunca os convencerei de que deveriam assumir suas responsabilidades e se preocuparem com suas vidas'', continua Romney, para quem os 47% que apoiarão Obama são aqueles que não pagam imposto de renda.

O percentual daqueles que não pagam impostos nos EUA inclui idosos, veteranos de guerra e pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, e muitos deles são eleitores republicanos.


O vídeo, além disso, mostra um candidato que parece distante das preocupações do cidadão médio, uma imagem da qual Romney tentou se afastar durante toda a campanha.

As polêmicas declarações de Romney, que também fala no vídeo que ''para os palestinos, não interessa ficar em paz com Israel'', além de fazer piadas a respeito dos hispânicos, foram rejeitadas em bloco pelos democratas, por alguns de seus companheiros de partido e por colunistas conservadores.

''Há uma sensação ampla e crescente atualmente entre os republicanos de que a coisa está escapando das mãos de Romney'', escreveu a colunista Peggy Noonan, do conservador ''The Wall Street Journal'', para quem ''é hora de admitir'' que a campanha do candidato ''é incompetente''.

Diante da revolução causada pelo vídeo, a campanha republicana desenterrou uma gravação de 1998 em que Obama, então membro do Senado, é apresentado como um radical partidário da intervenção do Estado e da redistribuição da riqueza.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, classificou hoje a divulgação desse vídeo de Obama como um ''esforço desesperado'' de Romney para desviar a atenção de suas declarações controversas.

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