Retórica de Trump provoca ataques, denunciam ativistas
A retórica anti-imigração de Donald Trump se traduziu em ataques que vão desde insultos racistas até um menor baleado pelas costas
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2015 às 19h03.
Chicago - A retórica anti- imigração de Donald Trump colocou o magnata na liderança das pesquisas do Partido Republicano à Casa Branca, mas também se traduziu em ataques que vão desde insultos racistas até um menor baleado pelas costas, conforme denúncias de ativistas.
O último desses incidentes ocorreu na quarta-feira. Um grupo de jovens de origem hispânica foi vaiado e posteriormente agredido no momento em que pretendia interromper Trump quando ele se dirigia a centenas de manifestantes que protestavam em Washington contra o pacto nuclear com o Irã.
"Nunca tinha experimentado o ódio como atualmente", disse durante o protesto Mario Carrillo em sua conta no Twitter, publicando também uma série de fotografias nas quais um homem retira, puxando pelos cabelos, uma jovem latina da manifestação.
Por sua vez, a organização Americas's Voice enumerou sete incidentes de diferentes gravidades ocorridos nos EUA entre os dias 2 de agosto e 7 de setembro. Na opinião do diretor-executivo da entidade, Frank Sharry, eles seriam consequência do clima fomentado pelo magnata, que "demoniza e desumaniza" 55 milhões de latinos.
A relação mostra um caso ocorrido na última segunda-feira, em Indiana, onde foram denunciados vários ataques com disparos de arma de fogo realizados contra lojas e imigrantes mexicanos. Um jovem de 14 anos levou um tiro nas costas.
Segundo testemunhas, os atiradores passaram em um carro e, antes de disparar, gritaram vários insultos racistas.
O diretor-executivo da Aliança Nacional de Comunidades Latino-Americanas e Caribenhas (Nalacc), Oscar Chacón, atribuiu o clima de "ódio e racismo" vivido no país à "campanha populista de Trump, que joga lenha na fogueira todos os dias".
Para Chacón, a estratégia não é nova, mas sim uma campanha que veio sendo impulsionada com altos e baixos desde o final dos anos 80 nos EUA, nunca "decididamente enfrentada" pela sociedade americana.
"É preciso um político sem princípios para recuperar os preconceitos que se acumularam durante quase 30 anos", disse o diretor da Nalacc à Agência Efe.
O ativista vê o aumento dos crimes de ódio como "um risco tangível" para a comunidade imigrante, culpada pelos "temores e frustrações" existentes na sociedade americana.
O caso de Indiana se soma ao espancamento de um indigente de origem hispânica em Boston (Massachusetts) e a declaração dada à Polícia por um dos responsáveis pelo crime: "Trump tem razão, todos esses (imigrantes) ilegais deveriam ser deportados".
Ao anunciar seu desejo de ser o candidato republicano à Branca, no dia 16 de julho, Trump disse que o México mandava aos EUA pessoas com "um montão de problemas", que "traziam drogas", e eram "criminosos e estupradores".
Desde então, as contínuas referências do magnata ao tema acenderam o debate político e social no país. Inclusive, em um comício do pré-candidato no Alabama houve alusões do público presente ao "Poder Blanco" dos supremacistas e convocações para matar imigrantes ilegais na fronteira.
Em outro incidente, os murais comunitários do Mission District de San Francisco, predominantemente habitado por hispânicos, foram vandalizados com suásticas e mensagens do "Poder Blanco", da mesma forma que as paredes de algumas lojas de latinos.
A colunista e assessora da Americas Voice, Maribel Hastings, declarou à Efe que o discurso de Trump gerou ações lamentáveis, porque "encoraja aqueles setores que recorrem ao preconceito e à violência".
Para ela, muitos descrevem Trump apenas como um provocador, que só diz o que outros não se atrevem. Outros o classificam como "diferente" pela autenticidade.
"Mas o problema é que suas declarações podem incitar a discriminação e, em alguns casos, a violência", afirmou.
Chicago - A retórica anti- imigração de Donald Trump colocou o magnata na liderança das pesquisas do Partido Republicano à Casa Branca, mas também se traduziu em ataques que vão desde insultos racistas até um menor baleado pelas costas, conforme denúncias de ativistas.
O último desses incidentes ocorreu na quarta-feira. Um grupo de jovens de origem hispânica foi vaiado e posteriormente agredido no momento em que pretendia interromper Trump quando ele se dirigia a centenas de manifestantes que protestavam em Washington contra o pacto nuclear com o Irã.
"Nunca tinha experimentado o ódio como atualmente", disse durante o protesto Mario Carrillo em sua conta no Twitter, publicando também uma série de fotografias nas quais um homem retira, puxando pelos cabelos, uma jovem latina da manifestação.
Por sua vez, a organização Americas's Voice enumerou sete incidentes de diferentes gravidades ocorridos nos EUA entre os dias 2 de agosto e 7 de setembro. Na opinião do diretor-executivo da entidade, Frank Sharry, eles seriam consequência do clima fomentado pelo magnata, que "demoniza e desumaniza" 55 milhões de latinos.
A relação mostra um caso ocorrido na última segunda-feira, em Indiana, onde foram denunciados vários ataques com disparos de arma de fogo realizados contra lojas e imigrantes mexicanos. Um jovem de 14 anos levou um tiro nas costas.
Segundo testemunhas, os atiradores passaram em um carro e, antes de disparar, gritaram vários insultos racistas.
O diretor-executivo da Aliança Nacional de Comunidades Latino-Americanas e Caribenhas (Nalacc), Oscar Chacón, atribuiu o clima de "ódio e racismo" vivido no país à "campanha populista de Trump, que joga lenha na fogueira todos os dias".
Para Chacón, a estratégia não é nova, mas sim uma campanha que veio sendo impulsionada com altos e baixos desde o final dos anos 80 nos EUA, nunca "decididamente enfrentada" pela sociedade americana.
"É preciso um político sem princípios para recuperar os preconceitos que se acumularam durante quase 30 anos", disse o diretor da Nalacc à Agência Efe.
O ativista vê o aumento dos crimes de ódio como "um risco tangível" para a comunidade imigrante, culpada pelos "temores e frustrações" existentes na sociedade americana.
O caso de Indiana se soma ao espancamento de um indigente de origem hispânica em Boston (Massachusetts) e a declaração dada à Polícia por um dos responsáveis pelo crime: "Trump tem razão, todos esses (imigrantes) ilegais deveriam ser deportados".
Ao anunciar seu desejo de ser o candidato republicano à Branca, no dia 16 de julho, Trump disse que o México mandava aos EUA pessoas com "um montão de problemas", que "traziam drogas", e eram "criminosos e estupradores".
Desde então, as contínuas referências do magnata ao tema acenderam o debate político e social no país. Inclusive, em um comício do pré-candidato no Alabama houve alusões do público presente ao "Poder Blanco" dos supremacistas e convocações para matar imigrantes ilegais na fronteira.
Em outro incidente, os murais comunitários do Mission District de San Francisco, predominantemente habitado por hispânicos, foram vandalizados com suásticas e mensagens do "Poder Blanco", da mesma forma que as paredes de algumas lojas de latinos.
A colunista e assessora da Americas Voice, Maribel Hastings, declarou à Efe que o discurso de Trump gerou ações lamentáveis, porque "encoraja aqueles setores que recorrem ao preconceito e à violência".
Para ela, muitos descrevem Trump apenas como um provocador, que só diz o que outros não se atrevem. Outros o classificam como "diferente" pela autenticidade.
"Mas o problema é que suas declarações podem incitar a discriminação e, em alguns casos, a violência", afirmou.