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Republicanos iniciam convenção em busca de uma virada para Trump

Em desvantagem nas pesquisas, o presidente terá sua candidatura formalizada em evento com número reduzido de participantes devido à pandemia

Donald Trump (Leah Millis/Reuters)
EY

Ernesto Yoshida

Publicado em 24 de agosto de 2020 às 06h00.

Última atualização em 24 de agosto de 2020 às 06h28.

O presidente Donald Trump será a estrela da convenção do Partido Republicano, que começa nesta segunda-feira (24) e vai durar quatro dias. O evento formalizará o nome de Trump para concorrer a um segundo mandato na eleição de 3 novembro.

Não será exatamente do jeito que o presidente americano gostaria – um evento grandioso como o da eleição de 2016, quando reuniu mais de 2.400 pessoas. Ainda assim, a festa republicana deverá provocar mais burburinho do que a convenção inteiramente virtual que oficializou a candidatura do democrata Joe Biden , na semana passada. Hoje, 300 delegados dos 50 estados americanos estarão no Centro de Convenções de Charlotte, na Carolina do Norte, para a votação nominal que indicará Trump e seu vice, Mike Pence.

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A convenção republicana será transmitida pela TV e por meio de redes sociais como Facebook, Twitter e Youtube. Por um momento, o Comitê Nacional Republicano chegou a retirar o evento da cidade de Charlotte, uma vez que o governo do estado da Carolina do Norte, que é comandado por um democrata, não concordou com as exigências de Trump de permitir a presença de uma multidão na convenção, sem a obrigatoriedade de manter o distanciamento social e usar coberturas faciais para prevenir a propagação da covid-19 . A convenção foi então transferida para Jacksonville, na Flórida, mas os republicanos tiveram de recuar diante do aumento explosivo de casos de coronavírus nesse estado no sul dos Estados Unidos .

A convenção republicana terá forte presença de membros da família do presidente. A primeira-dama, Melania Trump , deverá fazer um discurso na terça-feira em meio ao jardim de rosas da Casa Branca. Melania tentará apagar da memória dos americanos o vexame de 2016, quando foi acusada de plagiar trechos inteiros do discurso feito por Michelle Obama, mulher do democrata Barack Obama , em 2008. Ao longo da convenção, estão previstos também discursos de Eric (filho), Tiffany (filha), Ivanka (filha) e Lara Trump (nora).

Na lista de oradores, alguns nomes chamam a atenção, como o do empresário Dana White, presidente da Ultimate Fighting Championship (UFC). Outra pessoa escalada para falar é Alice Johnson, uma mulher de 65 anos condenada à prisão perpétua por envolvimento com o tráfico de drogas e que recebeu perdão do presidente Trump. Está previsto um discurso também de Mark e Patricia McCloskey, um casal de St. Louis que viralizou na internet ao ameaçar com armas de fogo um grupo de manifestantes que protestava contra a morte do negro George Floyd na cidade de Minneapolis, em maio deste ano.

Trump precisará muito mais do que o apoio da família e de um grupo de simpatizantes para reverter as pesquisas eleitorais. De acordo com a mais recente média de pesquisas em nível nacional compiladas pelo site FiveThirtyEight, Biden tem 51% da preferência dos eleitores, ante 42% para Trump. A revista The Economist, que tem um modelo estatístico próprio para fazer prognósticos eleitorais, dá a Biden 88% de chances de se tornar presidente em novembro, ante apenas 12% para Trump.

No colégio eleitoral (nos Estados Unidos, a eleição é indireta), a revista britânica prevê 343 delegados para Biden, ante 195 para Trump. Para chegar à Casa Branca, são necessários os votos de ao menos 270 delegados.

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