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Renzi se legitima na Itália e na Europa

Partido Democrata de Matteo Renzi conseguiu um apoio histórico de mais de 40% dos votos nas eleições europeias


	Primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi: "chegou a hora de mudar a UE"
 (Remo Casilli/Reuters)

Primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi: "chegou a hora de mudar a UE" (Remo Casilli/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2014 às 14h52.

Roma - O Partido Democrata (PD) de Matteo Renzi conseguiu um apoio histórico de mais de 40% dos votos nas eleições europeias, o que, além de legitimá-lo para governar e implementar as reformas na Itália, lhe concede um importante papel na Europa.

As eleições europeias contiveram, além disso, a "antipolítica" do Movimento 5 Estrelas (M5S) de Beppe Grillo e afundaram Silvio Berlusconi e seu partido Forza Italia.

Desde os tempos do partido de massas da Democracia Cristã (DC), nenhum outro partido tinha superado 40% dos votos, como conseguiu no domingo a legenda do atual premiê.

Com uma campanha eleitoral transformada em uma pesquisa sobre a situação política interna, para Renzi os resultados são como um plebiscito que lhe outorgou todo o poder e o consenso que não tinha recebido dos eleitores, já que seu governo não passou pelas urnas, mas foi designado pelo chefe de Estado, Giorgio Napolitano.

Renzi recebe a melhor posse possível tanto para implementar as reformas que prometeu em seu país, como também na Europa, onde seu partido se tornará o mais votado do Partido Socialista Europeu (PSE), o que não deixará de lembrar nas cúpulas e, sobretudo, a partir de julho, quando a Itália assumirá a presidência rotativa da UE.

Em suas primeiras declarações, o primeiro-ministro da Itália assegurou que não considerava este voto uma "legitimação", mas afirmou que este resultado dava ao país a capacidade de "influenciar" a Europa.

"A Itália existe. A Itália é mais forte que todos os medos que a ameaçam e será capaz agora de influenciar a Europa", disse Renzi em entrevista coletiva na sede de governo para comentar o pleito europeu.


Para Renzi, os resultados "não foram um plebiscito sobre seu governo" nem sobre sua pessoa, mas permitem que a Itália tenha um papel importante na Europa e "guie no próximo semestre de presidência um caminho de mudança na Europa".

"Chegou a hora de mudar a UE. Por um lado estão as forças populistas, e por outra a ideia da Europa que fracassou, e no meio existe a possibilidade de realizar uma grande mudança", acrescentou.

"Ganhou a esperança contra a raiva", acrescentou Renzi, em uma estocada a Beppe Grillo e seu movimento.

Grillo, que esperava conseguir 25% dos votos e ficou com 21,6, ainda não fez declarações sobre as eleições.

O Movimento 5 Estrelas, apesar de continuar sendo o segundo maior partido do país, foi derrotado por seu principal adversário, Renzi, e perdeu quase dois milhões de votos em relação às eleições gerais de fevereiro de 2003.

O Forza Italia, de Silvio Berlusconi, ficou com 16%, o que marca seu declínio no panorama político italiano após ser, nos últimos anos, o partido mais votado do país.

É significativa também a vitória do único partido - o PD - que realizou uma campanha positiva sobre como mudar a UE.

Apesar da vitória maiúscula, Renzi afirmou que não tem intenção alguma de forçar eleições antecipadas e confirmou que prevê que seu governo de coalizão termine o mandato.

O resultado do Forza Itália escreve para muitos a palavra fim na história política de Silvio Berlusconi, cuja midiática campanha eleitoral não surtiu efeito. Segundo muitos analistas políticos, ele já pensa em emplacar um herdeiro, que pode ser sua primogênita, Marina.

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