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Renúncia de Blatter aquece briga por sucessão

Poucas horas após a renúncia do presidente da FIFA, os principais nomes cotados para sua sucessão já estão movendo suas peças

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, que renunciou hoje (REUTERS/Sergio Moraes)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2015 às 22h02.

Paris - Poucas horas depois da renúncia de Joseph Blatter à presidência da FIFA , nesta terça-feira, os principais nomes cotados para sua sucessão já estão movendo suas peças.

Derrotado pelo suíço na eleição de sexta-feira, o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein já é candidato, à espera da posição de Michel Platini, considerado o grande favorito caso resolva entrar na disputa.

Michel Platini, o nome mais óbvio

O presidente da Uefa é o primeiro nome que vem em mente na hora de traçar uma lista dos possíveis pretendentes ao trono de Blatter.

Só não se sabe se o ex-camisa 10 está disposto a deixar o cargo de presidente da Uefa, onde tem grande respaldo e fez várias reformas importantes, para assumir o comando da FIFA, onde é bem mais difícil ter unanimidade.

O francês de 59 anos esteve nos últimos meses na linha de frente da oposição a Blatter, apesar de ter justamente ajudado suíço a chegar à presidência pela primeira vez, em 1998.

Os dois ficaram amigos quando trabalharam juntos na organização da Copa do Mundo na França, naquele ano.

Platini foi por muito tempo cotado para se candidatar à presidência da FIFA, mas preferiu concorrer a um terceiro mandato à frente da Uefa, para o qual foi eleito em março.

O francês, no entanto, revelou na semana passada que se sentiu traído por Blatter, que teria prometido em 2011 que faria seu último mandato, mas acabou voltando atrás da decisão.

Platini não quis se candidatar contra o ex-mentor, mas passou a ser o maior apoiador do príncipe Ali.

Na quinta-feira, véspera da eleição, o ex-craque francês pediu "olhos nos olhos" a renúncia de Blatter, mas não foi ouvido pelo suíço, que alegou que era "tarde demais".

A reviravolta desta terça-feira abre novas possibilidades ao presidente da Uefa, mas será preciso conquistar o apoio de outras confederações, já que a Europa soma apenas 53 votos entre os 209 membros da FIFA que formam o colégio eleitoral.

Os outros continentes, que são beneficiados com muitos investimentos da FIFA para desenvolver o futebol em países em que o esporte ainda está emergindo, podem não ver com bons olhos o poder da confederação mais rica, que concentra nos seus campeonatos praticamente todos os craques do futebol mundial.

Príncipe Ali, o primeiro candidato

Desconhecido antes de entrar na disputa para a última eleição, o príncipe jordaniano foi o primeiro a anunciar sua candidatura para a sucessão de Blatter, cerca de meia hora depois do anúncio da renúncia.

Na sexta-feira, Ali conseguiu a façanha de impedir a vitória do suíço no primeiro turno, ao receber 73 votos, contra 133 do atual presidente.

O jordaniano acabou desistindo de disputar o segundo turno, mas saiu fortalecido do processo eleitoral.

O príncipe tem uma boa imagem no futebol internacional por ter lutado, entre outras coisas, pelo desenvolvimento do futebol feminino em países árabes.

Aos 39 anos, porém, ele é considerado inexperiente pelos seus críticos e é longe de ser unanimidade no seu próprio continente. A Confederação Asiática não renovou seu cargo de vice-presidente da FIFA, e a maioria dos seus membros sempre apoiou Blatter.

Os azarões

Os ex-craque português Luis Figo e o presidente da Federação holandesa, Michael Van Praag, chegaram a se candidatar para a última eleição, mas desistiram da disputa para tentar formar uma frente unida contra Blatter, em torno de Ali.

Ambos comemoraram a renúncia de Blatter e deixaram claro que já estão avaliando os próximos passos.

"Primeiro, vou me reunir com vários colegas em Berlim, na reunião do comitê executivo da Uefa, que acontecerá antes da final da Liga dos Campeões, e depois, vou analisar meus planos para o futuro", avisou Van Praag.

"Precisamos agora, de forma responsável e serena, encontrar uma solução consensual no mundo inteiro, para dar início a uma nova era de dinamismo, transparência e democracia na FIFA", afirmou Figo.

O português e o holandês, contudo, contam com pouco apoio fora dos seus países respectivos, e devem buscar uma aliança com candidatos com mais chances de ganhar.

Existem especulações sobre uma possível candidatura do influente Wolfgang Niersbach, presidente da federação alemã, que considerou "trágico" o fato de Blatter não ter renunciado ao cargo antes.

O certo é que a Europa deve apoiar um único candidato: ou seja, tudo depende da decisão de Platini.

Fora do velho continente, o presidente da Federação dos Estados Unidos, Sunil Gulati, ganhou respaldo ao criticar Blatter de forma muito ríspida, no embalo das investigações contra a corrupção lideradas pela justiça americana.

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Derrotado pelo suíço na eleição de sexta-feira, o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein já é candidato, à espera da posição de Michel Platini, considerado o grande favorito caso resolva entrar na disputa.

Michel Platini, o nome mais óbvio

O presidente da Uefa é o primeiro nome que vem em mente na hora de traçar uma lista dos possíveis pretendentes ao trono de Blatter.

Só não se sabe se o ex-camisa 10 está disposto a deixar o cargo de presidente da Uefa, onde tem grande respaldo e fez várias reformas importantes, para assumir o comando da FIFA, onde é bem mais difícil ter unanimidade.

O francês de 59 anos esteve nos últimos meses na linha de frente da oposição a Blatter, apesar de ter justamente ajudado suíço a chegar à presidência pela primeira vez, em 1998.

Os dois ficaram amigos quando trabalharam juntos na organização da Copa do Mundo na França, naquele ano.

Platini foi por muito tempo cotado para se candidatar à presidência da FIFA, mas preferiu concorrer a um terceiro mandato à frente da Uefa, para o qual foi eleito em março.

O francês, no entanto, revelou na semana passada que se sentiu traído por Blatter, que teria prometido em 2011 que faria seu último mandato, mas acabou voltando atrás da decisão.

Platini não quis se candidatar contra o ex-mentor, mas passou a ser o maior apoiador do príncipe Ali.

Na quinta-feira, véspera da eleição, o ex-craque francês pediu "olhos nos olhos" a renúncia de Blatter, mas não foi ouvido pelo suíço, que alegou que era "tarde demais".

A reviravolta desta terça-feira abre novas possibilidades ao presidente da Uefa, mas será preciso conquistar o apoio de outras confederações, já que a Europa soma apenas 53 votos entre os 209 membros da FIFA que formam o colégio eleitoral.

Os outros continentes, que são beneficiados com muitos investimentos da FIFA para desenvolver o futebol em países em que o esporte ainda está emergindo, podem não ver com bons olhos o poder da confederação mais rica, que concentra nos seus campeonatos praticamente todos os craques do futebol mundial.

Príncipe Ali, o primeiro candidato

Desconhecido antes de entrar na disputa para a última eleição, o príncipe jordaniano foi o primeiro a anunciar sua candidatura para a sucessão de Blatter, cerca de meia hora depois do anúncio da renúncia.

Na sexta-feira, Ali conseguiu a façanha de impedir a vitória do suíço no primeiro turno, ao receber 73 votos, contra 133 do atual presidente.

O jordaniano acabou desistindo de disputar o segundo turno, mas saiu fortalecido do processo eleitoral.

O príncipe tem uma boa imagem no futebol internacional por ter lutado, entre outras coisas, pelo desenvolvimento do futebol feminino em países árabes.

Aos 39 anos, porém, ele é considerado inexperiente pelos seus críticos e é longe de ser unanimidade no seu próprio continente. A Confederação Asiática não renovou seu cargo de vice-presidente da FIFA, e a maioria dos seus membros sempre apoiou Blatter.

Os azarões

Os ex-craque português Luis Figo e o presidente da Federação holandesa, Michael Van Praag, chegaram a se candidatar para a última eleição, mas desistiram da disputa para tentar formar uma frente unida contra Blatter, em torno de Ali.

Ambos comemoraram a renúncia de Blatter e deixaram claro que já estão avaliando os próximos passos.

"Primeiro, vou me reunir com vários colegas em Berlim, na reunião do comitê executivo da Uefa, que acontecerá antes da final da Liga dos Campeões, e depois, vou analisar meus planos para o futuro", avisou Van Praag.

"Precisamos agora, de forma responsável e serena, encontrar uma solução consensual no mundo inteiro, para dar início a uma nova era de dinamismo, transparência e democracia na FIFA", afirmou Figo.

O português e o holandês, contudo, contam com pouco apoio fora dos seus países respectivos, e devem buscar uma aliança com candidatos com mais chances de ganhar.

Existem especulações sobre uma possível candidatura do influente Wolfgang Niersbach, presidente da federação alemã, que considerou "trágico" o fato de Blatter não ter renunciado ao cargo antes.

O certo é que a Europa deve apoiar um único candidato: ou seja, tudo depende da decisão de Platini.

Fora do velho continente, o presidente da Federação dos Estados Unidos, Sunil Gulati, ganhou respaldo ao criticar Blatter de forma muito ríspida, no embalo das investigações contra a corrupção lideradas pela justiça americana.

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