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Relatório da ONU não levou Santa Sé em conta, diz Vaticano

O observador do Vaticano nas Nações Unidas, Silvano Maria Tomasi, afirmou que o relatório da ONU não levou em consideração as explicações da Santa Sé

O observador da Santa Sé ante a ONU, monsenhor Silvano Tomasi (e): relatório da ONU parecia "já estar pronto", disse Tomasi (Fabrice Coffrini/AFP)
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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2014 às 13h46.

Cidade do Vaticano -O observador do Vaticano nas Nações Unidas, Silvano Maria Tomasi, afirmou nesta quarta-feira que o relatório do Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança não levou em consideração as explicações da Santa Sé, e que parecia "já estar pronto".

Tomasi afirmou em entrevista à Rádio Vaticana que tem a impressão que o relatório "já estava sendo preparado com antecedência", e acrescentou que as críticas provocaram "surpresa" no Vaticano.

"A primeira reação é de surpresa pelo fato negativo de o documento já parecer estar pronto antes do encontro entre o comitê e a delegação da Santa Sé", explicou Tomasi, que acha que o Vaticano ofereceu respostas "detalhadas e precisas" sobre a gestão de casos de abusos a menores que não constavam no relatório.

O Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança criticou hoje o Vaticano por nunca ter reconhecido "a amplitude dos crimes" de abusos sexuais contra menores por parte de membros da igreja, e a acusou de adotar "políticas e práticas que levaram à continuidade dos abusos e à impunidade dos responsáveis". Além disso, afirma que o Vaticano não tomou "as medidas necessárias" para atender os casos e proteger os menores.

Tomasi ressaltou que o documento dá a impressão de estar "desatualizado" se for levado em conta tudo o que vem sendo feito nos últimos anos, como as medidas tomadas pelas autoridades do Vaticano e, consecutivamente, nos diferentes países de cada uma das conferências episcopais.

"Falta uma perspectiva correta e atualizada da atuação da igreja, que realizou uma série de mudanças com relação à proteção das crianças difícil de encontrar no mesmo nível em outras instituições ou estados. Trata-se de uma questão de fatos e evidências que não podem ser tomados como mórbidos!", ressaltou.


Além disso, durante a entrevista, Tomasi explicou como responder de modo preciso às acusações da ONU.

"A Convenção sobre os Direitos da Criança fala em seu preâmbulo da defesa da vida antes e depois do nascimento, enquanto a recomendação que a ONU faz ao Vaticano é que mude sua posição sobre a questão do aborto", lembrou ele, que rotulou a situação como "completa contradição com os objetivos da Convenção".

Tomasi disse que o Vaticano "não tem nada para esconder", e que continuará com as explicações a fim de conseguir o "objetivo fundamental", que é a proteção das crianças, e assegurou que a igreja continuará respondendo sobre esses escândalos.

"Fala-se em 40 milhões de casos de abusos sexuais a crianças no mundo. Infelizmente, alguns deles afetam pessoas da igreja, mas a igreja respondeu e reagiu! E continuará fazendo isso! Temos que insistir nesta política de transparência e de tolerância zero perante os abusos, porque um só caso já é demais", declarou.

A primeira reação do Vaticano perante o relatório da ONU foi a publicação de um comunicado no qual afirmava que estudará minuciosamente as críticas do Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança, mas denunciou que "em alguns pontos" há uma "tentativa de interferir nas doutrinas da igreja".

Em 16 de janeiro, uma delegação do Vaticano compareceu em Genebra perante o Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança para informar sobre como a igreja enfrentou os casos de denúncias por abusos sexuais contra menores realizadas por religiosos católicos no mundo todo.

Essa foi a primeira vez que a Santa Sé se apresentou perante uma entidade internacional para ser interrogada por estes escândalos e pela suposta proteção a padres pedófilos.

*Atualização Às 14h46 do dia 05/02/2014

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Cidade do Vaticano -O observador do Vaticano nas Nações Unidas, Silvano Maria Tomasi, afirmou nesta quarta-feira que o relatório do Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança não levou em consideração as explicações da Santa Sé, e que parecia "já estar pronto".

Tomasi afirmou em entrevista à Rádio Vaticana que tem a impressão que o relatório "já estava sendo preparado com antecedência", e acrescentou que as críticas provocaram "surpresa" no Vaticano.

"A primeira reação é de surpresa pelo fato negativo de o documento já parecer estar pronto antes do encontro entre o comitê e a delegação da Santa Sé", explicou Tomasi, que acha que o Vaticano ofereceu respostas "detalhadas e precisas" sobre a gestão de casos de abusos a menores que não constavam no relatório.

O Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança criticou hoje o Vaticano por nunca ter reconhecido "a amplitude dos crimes" de abusos sexuais contra menores por parte de membros da igreja, e a acusou de adotar "políticas e práticas que levaram à continuidade dos abusos e à impunidade dos responsáveis". Além disso, afirma que o Vaticano não tomou "as medidas necessárias" para atender os casos e proteger os menores.

Tomasi ressaltou que o documento dá a impressão de estar "desatualizado" se for levado em conta tudo o que vem sendo feito nos últimos anos, como as medidas tomadas pelas autoridades do Vaticano e, consecutivamente, nos diferentes países de cada uma das conferências episcopais.

"Falta uma perspectiva correta e atualizada da atuação da igreja, que realizou uma série de mudanças com relação à proteção das crianças difícil de encontrar no mesmo nível em outras instituições ou estados. Trata-se de uma questão de fatos e evidências que não podem ser tomados como mórbidos!", ressaltou.


Além disso, durante a entrevista, Tomasi explicou como responder de modo preciso às acusações da ONU.

"A Convenção sobre os Direitos da Criança fala em seu preâmbulo da defesa da vida antes e depois do nascimento, enquanto a recomendação que a ONU faz ao Vaticano é que mude sua posição sobre a questão do aborto", lembrou ele, que rotulou a situação como "completa contradição com os objetivos da Convenção".

Tomasi disse que o Vaticano "não tem nada para esconder", e que continuará com as explicações a fim de conseguir o "objetivo fundamental", que é a proteção das crianças, e assegurou que a igreja continuará respondendo sobre esses escândalos.

"Fala-se em 40 milhões de casos de abusos sexuais a crianças no mundo. Infelizmente, alguns deles afetam pessoas da igreja, mas a igreja respondeu e reagiu! E continuará fazendo isso! Temos que insistir nesta política de transparência e de tolerância zero perante os abusos, porque um só caso já é demais", declarou.

A primeira reação do Vaticano perante o relatório da ONU foi a publicação de um comunicado no qual afirmava que estudará minuciosamente as críticas do Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança, mas denunciou que "em alguns pontos" há uma "tentativa de interferir nas doutrinas da igreja".

Em 16 de janeiro, uma delegação do Vaticano compareceu em Genebra perante o Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança para informar sobre como a igreja enfrentou os casos de denúncias por abusos sexuais contra menores realizadas por religiosos católicos no mundo todo.

Essa foi a primeira vez que a Santa Sé se apresentou perante uma entidade internacional para ser interrogada por estes escândalos e pela suposta proteção a padres pedófilos.

*Atualização Às 14h46 do dia 05/02/2014

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