Relatório aponta que Chávez enfraquece imprensa venezuelana
O estudo intitulado "Meios privados venezuelanos se enfraquecem sob o assédio de Chávez" foi apresentado nesta quarta-feira, em Nova York
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2012 às 15h27.
Nova York - O enfraquecimento dos meios de comunicação privados na Venezuela devido ao assédio do presidente Hugo Chávez tem como resultado uma autocensura da imprensa e a falta de cobertura de temas cruciais para o país, segundo um relatório do Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ).
O estudo intitulado "Meios privados venezuelanos se enfraquecem sob o assédio de Chávez" foi apresentado nesta quarta-feira, em Nova York, e é o quarto e o mais crítico realizado pelo CPJ sobre a situação da imprensa na Venezuela desde a chegada ao poder do atual presidente, em 1999.
"O desmantelamento gradual da imprensa crítica na Venezuela nos últimos 13 anos, junto com campanhas de desprestígio nos meios de comunicação estatais e decisões judiciais que permitem a censura, é uma perda notável para os cidadãos que precisam de informações profundas, e não de propaganda", disse Carlos Lauría, coordenador do Programa das Américas do CPJ.
Segundo o relatório, o governo de Chávez "utilizou uma variedade de leis, ameaças e medidas reguladoras para enfraquecer, de maneira gradual, a imprensa independente enquanto erguia um império midiático estatal".
"Para evitar possíveis multas ou inclusive penas de prisão, muitos jornalistas e meios de comunicação decidiram censurar sua própria cobertura informativa", afirma, mencionando casos nos quais a imprensa precisou se retratar ou não fazer a cobertura de um fato, por exemplo, a suposta poluição de um rio.
"O governo também bloqueou cobertura informativa crítica, fechou rádios e redes de televisão, processou jornalistas por difamação, excluiu quem considera hostil de eventos oficiais e perseguiu - com a ajuda de militantes e de meios de comunicação estatais - jornalistas críticos", denuncia o CPJ.
Neste contexto, "tornou-se cada vez mais difícil ter acesso à informação de interesse público" e "temas cruciais não estão recebendo cobertura informativa em um ano eleitoral", afirma Joel Simon, diretor-executivo do CPJ.
Entre os assuntos "de interesse nacional" que não são tratados, o CPJ menciona "a saúde de Chávez, o crescente desemprego, a superlotação nas prisões e as condições do vital setor energético estatal".
"A cacofonia afoga a possibilidade de debater temas importantes e, no contexto da campanha eleitoral, o público é o grande perdedor", acrescenta Simon, afirmando que a "polarização" entre o chavismo e a oposição encarnada pelo candidato Henrique Capriles "se reflete de forma dramática na imprensa".
O relatório também destaca que "o declínio do jornalismo venezuelano tem implicações importantes não apenas para o país, mas também para a América Latina".
"Quase todas as estratégias de Chávez para controlar e isolar os jornalistas críticos foram emuladas por governos que simpatizam com o venezuelano na região, de Nicarágua a Equador", indicou.
O assédio do governo venezuelano se estende à internet, onde recorreu a "atos intimidadores": "As contas de jornalistas críticos são hackeadas e utilizadas para promover mensagens a favor do governo", segundo a investigação do CPJ.
Nova York - O enfraquecimento dos meios de comunicação privados na Venezuela devido ao assédio do presidente Hugo Chávez tem como resultado uma autocensura da imprensa e a falta de cobertura de temas cruciais para o país, segundo um relatório do Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ).
O estudo intitulado "Meios privados venezuelanos se enfraquecem sob o assédio de Chávez" foi apresentado nesta quarta-feira, em Nova York, e é o quarto e o mais crítico realizado pelo CPJ sobre a situação da imprensa na Venezuela desde a chegada ao poder do atual presidente, em 1999.
"O desmantelamento gradual da imprensa crítica na Venezuela nos últimos 13 anos, junto com campanhas de desprestígio nos meios de comunicação estatais e decisões judiciais que permitem a censura, é uma perda notável para os cidadãos que precisam de informações profundas, e não de propaganda", disse Carlos Lauría, coordenador do Programa das Américas do CPJ.
Segundo o relatório, o governo de Chávez "utilizou uma variedade de leis, ameaças e medidas reguladoras para enfraquecer, de maneira gradual, a imprensa independente enquanto erguia um império midiático estatal".
"Para evitar possíveis multas ou inclusive penas de prisão, muitos jornalistas e meios de comunicação decidiram censurar sua própria cobertura informativa", afirma, mencionando casos nos quais a imprensa precisou se retratar ou não fazer a cobertura de um fato, por exemplo, a suposta poluição de um rio.
"O governo também bloqueou cobertura informativa crítica, fechou rádios e redes de televisão, processou jornalistas por difamação, excluiu quem considera hostil de eventos oficiais e perseguiu - com a ajuda de militantes e de meios de comunicação estatais - jornalistas críticos", denuncia o CPJ.
Neste contexto, "tornou-se cada vez mais difícil ter acesso à informação de interesse público" e "temas cruciais não estão recebendo cobertura informativa em um ano eleitoral", afirma Joel Simon, diretor-executivo do CPJ.
Entre os assuntos "de interesse nacional" que não são tratados, o CPJ menciona "a saúde de Chávez, o crescente desemprego, a superlotação nas prisões e as condições do vital setor energético estatal".
"A cacofonia afoga a possibilidade de debater temas importantes e, no contexto da campanha eleitoral, o público é o grande perdedor", acrescenta Simon, afirmando que a "polarização" entre o chavismo e a oposição encarnada pelo candidato Henrique Capriles "se reflete de forma dramática na imprensa".
O relatório também destaca que "o declínio do jornalismo venezuelano tem implicações importantes não apenas para o país, mas também para a América Latina".
"Quase todas as estratégias de Chávez para controlar e isolar os jornalistas críticos foram emuladas por governos que simpatizam com o venezuelano na região, de Nicarágua a Equador", indicou.
O assédio do governo venezuelano se estende à internet, onde recorreu a "atos intimidadores": "As contas de jornalistas críticos são hackeadas e utilizadas para promover mensagens a favor do governo", segundo a investigação do CPJ.