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Reino Unido quebra recorde histórico de temperatura mais alta no país

Os termômetros na cidade de Charlwood, no sul da Inglaterra, registraram 39,1° C, acima do recorde anterior, que era de 38,7° C em 2019 - e a expectativa das autoridades é de que a temperatura continue a aumentar

Reino Unido: O novo recorde ocorre em meio à grave onda de calor que vem varrendo a Europa desde a semana passada (Sebastian Gollnow/picture alliance/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de julho de 2022 às 11h02.

O Reino Unido registrou a temperatura mais alta de sua história nesta terça-feira, 19, de acordo com uma leitura provisória do escritório de meteorologia do país. Os termômetros na cidade de Charlwood, no sul da Inglaterra, registraram 39,1° C, acima do recorde anterior, que era de 38,7° C em 2019 - e a expectativa das autoridades é de que a temperatura continue a aumentar.

O novo recorde ocorre em meio à grave onda de calor que vem varrendo a Europa desde a semana passada. Uma grande parte da Inglaterra, de Londres a Manchester, permanece sob o primeiro alerta do país de calor "extremo" no país, decretado na segunda-feira, 18, quando as previsões apontavam para temperaturas acima dos 40° C nos próximos dias. O alerta indica que há perigo de morte mesmo para pessoas saudáveis.

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A agência meteorológica Met Office, do Reino Unido, também informou que números provisórios mostraram que a temperatura permaneceu acima de 25°C durante a noite em partes do país pela primeira vez.

O clima excepcionalmente quente e seco tomou conta de grandes áreas do continente desde a semana passada, provocando incêndios florestais de Portugal aos Balcãs e levando a centenas de mortes relacionadas ao calor. Pelo menos 748 mortes relacionadas ao calor foram relatadas na onda de calor na Espanha e em Portugal, onde as temperaturas atingiram 47° C no início deste mês. Pelo menos cinco pessoas se afogaram em todo o Reino Unido em rios, lagos e reservatórios enquanto tentavam se refrescar.

No Reino Unido, muitas pessoas lidaram com a onda de calor ficando paradas. O tráfego rodoviário caiu de seus níveis habituais na segunda-feira. Os trens funcionavam em baixa velocidade por medo de que a temperatura causasse problemas nos trilhos. A estação Kings Cross de Londres, um dos centros ferroviários mais movimentados do país, estava vazia na terça-feira passada, sem trens na movimentada linha da costa leste que liga a capital ao norte e à Escócia. O aeroporto de Luton, em Londres, teve que fechar sua pista por causa dos danos causados pelo calor.

O secretário de Transportes Grant Shapps disse que a infraestrutura de transporte do Reino Unido, algumas datando da época vitoriana, "simplesmente não foi construída para suportar esse tipo de temperatura - e levará muitos anos até que possamos substituir a infraestrutura pelo tipo de infraestrutura que poderia".

Especialistas em clima alertam que o aquecimento global aumentou a frequência de eventos climáticos extremos, com estudos mostrando que a probabilidade de as temperaturas no Reino Unido atingirem 40° C agora é 10 vezes maior do que na era pré-industrial. A seca e as ondas de calor ligadas às mudanças climáticas também tornaram os incêndios florestais mais difíceis de combater.

LEIA TAMBÉM:Governo britânico é acusado de não levar onda de calor a sério

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