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Reino Unido e França discordam de Trump: Estado Islâmico não está vencido

Trump anunciou ontem (19) que os EUA vão retirar os 2 mil soldados americanos do norte da Síria, pois o "Estado Islâmico foi derrotado"

Estado Islâmico: membros da coalizão internacional acreditam que ainda há muito o que fazer no norte da Síria (foto/Reuters)
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AFP

Publicado em 20 de dezembro de 2018 às 11h10.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) ainda não foi vencido na Síria, considerou o ministério britânico das Relações Exteriores, ao contrário do afirmado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , ao anunciar a retirada unilateral de suas tropas nesse país.

"A coalizão internacional contra o Daesh fez enormes progressos", afirmou a Chancelaria em um comunicado divulgado na quarta-feira à noite se referindo ao EI por seu acrônimo em árabe.

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"Desde o início das operações militares, a coalizão e seus sócios na Síria e no Iraque retomaram grande parte do território do Daesh e foram registrados importantes avanços nos últimos dias na última zona do leste da Síria ocupada pelo Daesh", reconheceu.

Contudo, destacou: "Mas resta muito a ser feito e não podemos perder de vista a ameaça que representam. Inclusive sem território, o Daesh continua sendo uma ameaça".

O Reino Unido, que participa dos bombardeios aéreos realizados pela coalizão, permanece "comprometido com a coalizão internacional e sua campanha para privar o Daesh de todo território e garantir uma derrota duradoura".

Provocando surpresa, Trump afirmou na quarta-feira que chegou a hora de devolver "para casa" os soldados americanos enviados à Síria para lutar contra o EI.

O jornal britânico The Times afirma nesta quinta-feira que Londres não foi informado previamente da decisão do presidente dos Estados Unidos.

Apesar deste anúncio, a França, por sua vez, assinalou que vai manter a presença militar na Síria, segundo declaração da ministra de Assuntos Europeus, Nathalie Loiseau.

"Por enquanto continuamos na Síria", afirmou a ministra à emissora francesa de notícias CNEWS.

"O Daesh não foi varrido do mapa, tampouco as suas raízes", disse a ministra em um tuíte. "Temos que vencer militarmente e de forma definitiva os últimos bolsões desta organização terrorista", continuou, antes de reconhecer que, no entanto, o "Daesh está mais fraco do que nunca", após "perder mais de 90% de seu território".

A França também faz parte da coalizão, com caças americanos majoritariamente na Jordânia e artilharia na fronteira iraquiana com a Síria em apoio às Forças Democráticas Sírias (FDS), coalizão curdo-árabe.

A decisão dos Estados Unidos "nos faz refletir ainda mais sobre a necessidade de ter uma autonomia de decisão, uma autonomia de estratégia na Europa" e "isso mostra que podemos ter prioridades diferentes" das de Washington, manifestou a ministra.

Na Síria, a milícia liderada por curdos que luta contra o EI afirmou que a retirada anunciada por Donald Trump, permitirá a reconstrução do grupo extremista.

"Isto terá um impacto negativo na campanha antiterrorista", afirmam em um comunicado as Forças Democráticas Sírias (FDS), principais aliados da coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos.

"Isto oferecerá ao terrorismo uma oportunidade de recuperação e de iniciar uma nova campanha na região", afirma a nota.

As FDS, ao lado da coalizão internacional, lutam contra o EI em seus últimos redutos de resistência no leste da Síria, perto da fronteira com o Iraque.

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