Reino Unido cogita condições mais rígidas para imigrantes da UE
Empresas classificaram os planos como alarmantes, e parlamentares da oposição descreveram como "simplesmente cruéis"
Reuters
Publicado em 6 de setembro de 2017 às 10h47.
Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 10h50.
Londres - O Reino Unido está cogitando adotar medidas para restringir a imigração de todos que não sejam trabalhadores altamente qualificados da União Europeia , segundo documento do governo publicado por um jornal nesta quarta-feira.
Algumas empresas classificaram os planos como alarmantes, e parlamentares da oposição descreveram como "simplesmente cruéis".
As grandes levas de imigrantes da UE foram uma das razões que levaram alguns britânicos a votarem pela desfiliação do bloco em um referendo do ano passado. Um dos principais slogans da campanha de separação dizia que o Reino Unido deveria "recuperar o controle".
Mas as empresas, especialmente dos setores de alimentação, assistência social e varejo, que dependem de um fluxo constante de trabalhadores estrangeiros, dizem temer que a adoção de uma política imigratória restritiva depois que seu país deixar o bloco as prive da mão de obra de que necessitam.
No documento, vazado ao jornal Guardian e assinalado como "Esboço - Assunto Oficial Delicado", o Ministério do Interior diz que o Reino Unido está mudando o foco para que, onde for possível, as companhias britânicas acolham trabalhadores britânicos, em vez de imigrantes.
"Posto de forma simples, isso significa que, para ser considerada valiosa para o país como um todo, a imigração deveria beneficiar não só os próprios imigrantes, mas também deixar os moradores existentes em melhor situação", disse o documento.
Um porta-voz do governo disse que Londres não comenta esboços de documentos vazados. "Delinearemos nossas propostas iniciais para um novo sistema imigratório que recupere o controle das fronteiras do Reino Unido no final do outono (local)", afirmou.
O governo também disse que considerará os resultados de um estudo de um ano, que encomendou em julho para o Comitê Consultivo de Migração, para analisar o impacto da migração e como controlá-la melhor após a saída da UE.