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Regime sírio volta a ignorar ultimato dos países árabes

Último prazo dado pela Liga Árabe terminava este domingo

Bandeira líbia (Bulent Kilic/AFP)

Bandeira líbia (Bulent Kilic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2011 às 15h32.

Os dirigentes do regime sírio perderam mais uma vez a oportunidade de evitar novas sanções árabes, ao ignorarem o último prazo dado pela Liga Árabe para que assinem um protocolo que permita o envio de observadores ao país.

Sábado à noite, um comitê ministerial árabe tinha anunciado que a Síria tinha até domingo para assinar um protocolo para envio de observadores ao local e evitar novas sanções.

Mas este domingo, não havia nenhuma delegação síria em Doha para assinar o acordo sobre os observadores.

"Damasco pediu novos esclarecimentos sobre o protocolo de acordo proposto", informou uma autoridade do Qatar que pediu anonimato.

Um analista em Damasco avaliou que havia "muito poucas possibilidades" de que o regime aceite a vinda de observadores segundo as condições propostas pela Liga Árabe.

Depois das sanções ocidentais para conter a repressão, que segundo a ONU deixou 4 mil mortos desde março, a Liga Árabe aumentou o isolamento do regime de Bashar al-Assad adotando sanções que começaram a ter efeito dia 27 de novembro.

Trata-se em particular de um congelamento das transações comerciais com o governo sírio e de suas contas bancárias nos países árabes.

No sábado à noite em Doha, uma reunião do comitê ministerial árabe especificou as modalidades da aplicação de outras sanções decididas no final de novembro, estabelecendo em particular uma lista de 19 personalidades sírias privadas de viagens aos países árabes e cujos ativos serão congelados nesses países.


Esta lista compreende os principais chefes dos serviços de segurança, assim como Maher el-Assad, irmão do presidente, o homem de negócios Rami Makhluf, primo do presidente, e os ministros da Defesa e do Interior.

A reunião antecipou também a proibição de toda a venda de armas árabes à Síria e a redução à metade dos voos para Síria a partir de meados de dezembro.

Também encarregou uma comissão técnica de elaborar uma lista de homens de negócios ligados ao financiamento das operações da repressão para sancioná-los.

Sábado, o primeiro-ministro do Qatar, o xeque Hamad ben Jassem ben Jabr Al Thani, negou todo complô árabe contra a Síria e insistiu sobre os riscos de uma internacionalização da crise."Tudo o que queremos, é parar o derramamento de sangue na Síria", insistiu.

No sábado, o vice-presidente americano, Joe Biden, em visita à Turquia, declarou que Washington e Ankara perderam a paciência com o regime de Assad, que não apenas é uma fonte de instabilidade na Síria, mas também ameaça avivar os conflitos da região.

De qualquer forma, o aparato repressivo do regime sírio não descansa. As forças de segurança e as milícias pró-regime mataram, neste domingo, oito civis, três deles adolescentes, denunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres.

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