Reforço de tropas confirma perigo de guerra civil no Iêmen
Conselho de Segurança da ONU declarou apoio unânime ao presidente iemenita, Abedrabbo Mansour Hadi, e à unidade do país
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2015 às 14h37.
Adem - Os beligerantes no Iêmen , onde o conflito tem se acentuado, continuavam nesta segunda-feira a mobilizar suas tropas, apesar dos apelos do Conselho de Segurança da ONU pelo reconhecimento da legitimidade do presidente e pela preservação da unidade do país.
"Os acontecimentos no Iêmen estão empurrando o país para a beira de uma guerra civil", alertou no domingo o enviado especial da ONU no Iêmen, que convocou os partidos a resolverem suas tensões pacificamente.
O Conselho de Segurança da ONU declarou apoio unânime ao presidente iemenita, Abedrabbo Mansour Hadi, e à unidade do país, em meio a temores de que a agitação promovida pelos xiitas huthis, que questionam o chefe de Estado, possa sair do controle.
Mas a milícia xiita dos huthis enviou novos reforços para o sul, tendo como alvo a cidade de Áden, onde o presidente Hadi está entrincheirado. Seu avanço é dificultado pela resistência de tribos hostis, segundo fontes de segurança.
Em Taez (sudoeste), terceira maior cidade do país, milhares de pessoas manifestaram-se nesta segunda em torno de um campo das forças especiais para exigir a saída dos comandantes destas unidades ligadas aos huthis, indicaram os manifestantes.
No domingo, um manifestante foi morto e cinco ficaram feridos quando os milicianos xiitas dispararam balas de verdade contra as pessoas mobilizadas para evitar que os huthis assumissem o controle de sua cidade depois de conquistar o seu aeroporto e a base militar adjacente, de acordo com várias fontes.
Os huthis, que supostamente recebem apoio do Irã xiita, controlam a capital Sana e o norte do Iêmen. Também contam com poderosos contatos dentro do exército entre os seguidores do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, no poder entre 1978 e 2012.
Saleh se aliou aos huthis contra o presidente Hadi, que é apoiado pelas monarquias sunitas do Golfo, incluindo a Arábia Saudita.
Domingo à noite, após uma reunião de emergência, os quinze membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas reafirmaram seu apoio a Hadi e a necessidade de preservar a "unidade" do Iêmen.
O Conselho também chamou "todos os Estados membros a se absterem de qualquer interferência que possa agravar o conflito e a instabilidade."
Combater a influência do Irã
Após a tomada da capital Sana pelos huthis, o presidente Hadi fugiu e se refugiou em Aden. Ele prometeu no sábado lutar contra a alegada influência iraniana xiita em seu país.
"A bandeira da República do Iêmen será hasteada nas montanhas de Maran (reduto dos huthis) em Saada (norte), e não a bandeira iraniana", garantiu no domingo.
Dois comboios militares huthis, que se dirigiam a Áden, precisaram retornar após encontrarem resistência de tribos em Haijat Al-Abd e Al-Maqatara, duas áreas localizadas, respectivamente, a 40 e 80 km de Taez, informaram à AFP autoridades locais e fontes de segurança.
Por sua vez, o ministro da Defesa, o general Mahmud al-Subeihi, inspecionou nesta segunda-feira as forças pró-Hadi na região de Karch, na fronteira entre as províncias de Lahj e Taez, e os exortou a coordenar melhor as suas posições para "deter qualquer avanço huthi".
Na vizinha província de Ibb, os huthis enviaram no domingo "cerca de 5.000 homens e mais de 80 tanques na região de Al-Qaeda", localidade 30 km a nordeste de Taez, segundo fontes militares e locais.
O líder da milícia xiita, Abdel Malek al-Huthi, convocou no domingo uma "mobilização geral" para prosseguir com a ofensiva lançada por suas forças no sul, que visa, segundo ele, os extremistas sunitas da Al-Qaeda e Estado Islâmico (EI).
Enquanto a Al-Qaeda no Iêmen, bem estabelecida no sul do Iêmen, é considerada o ramo mais perigoso da rede extremista, o EI reivindicou atentados suicidas que mataram e 142 na sexta-feira em duas mesquitas em Sana.
Cenário líbio ou sírio
Sinal do seu crescimento à custa da Al-Qaeda, o EI afirmou nesta segunda-feira ter matando 29 agentes de segurança na província de Lahj (sul), o segundo "wilaya" que reivindica neste país após Sana. "Os leões" do EI "liquidaram 29 apóstatas", declarou o grupo jihadista.
Iêmen está se movendo em direção a "uma guerra civil" e corre o risco de "deslocamento", com "uma crescente divisão entre o norte e o sul", advertiu o enviado da ONU Jamal Benomar, dirigindo-se ao Conselho de Segurança.
"Não é realista pensar que os huthis pode tomar todo o país ou que o presidente Hadi pode retomar pela força o controle da situação", disse ele.
Prosseguir com as hostilidades levará a "um cenário líbio ou sírio", e a única solução é política, concluiu o enviado da ONU.
Mas o chefe dos huthis rejeitou implicitamente uma oferta de diálogo em Riade, proposta pela Arábia Saudita, a pedido do presidente Hadi.
"O diálogo não pode ser realizada sob o patrocínio de qualquer parte que alimenta as tensões no seio do povo iemenita", declarou em uma alusão à Arábia Saudita, que classifica os houthis como organização "terrorista" .
Adem - Os beligerantes no Iêmen , onde o conflito tem se acentuado, continuavam nesta segunda-feira a mobilizar suas tropas, apesar dos apelos do Conselho de Segurança da ONU pelo reconhecimento da legitimidade do presidente e pela preservação da unidade do país.
"Os acontecimentos no Iêmen estão empurrando o país para a beira de uma guerra civil", alertou no domingo o enviado especial da ONU no Iêmen, que convocou os partidos a resolverem suas tensões pacificamente.
O Conselho de Segurança da ONU declarou apoio unânime ao presidente iemenita, Abedrabbo Mansour Hadi, e à unidade do país, em meio a temores de que a agitação promovida pelos xiitas huthis, que questionam o chefe de Estado, possa sair do controle.
Mas a milícia xiita dos huthis enviou novos reforços para o sul, tendo como alvo a cidade de Áden, onde o presidente Hadi está entrincheirado. Seu avanço é dificultado pela resistência de tribos hostis, segundo fontes de segurança.
Em Taez (sudoeste), terceira maior cidade do país, milhares de pessoas manifestaram-se nesta segunda em torno de um campo das forças especiais para exigir a saída dos comandantes destas unidades ligadas aos huthis, indicaram os manifestantes.
No domingo, um manifestante foi morto e cinco ficaram feridos quando os milicianos xiitas dispararam balas de verdade contra as pessoas mobilizadas para evitar que os huthis assumissem o controle de sua cidade depois de conquistar o seu aeroporto e a base militar adjacente, de acordo com várias fontes.
Os huthis, que supostamente recebem apoio do Irã xiita, controlam a capital Sana e o norte do Iêmen. Também contam com poderosos contatos dentro do exército entre os seguidores do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, no poder entre 1978 e 2012.
Saleh se aliou aos huthis contra o presidente Hadi, que é apoiado pelas monarquias sunitas do Golfo, incluindo a Arábia Saudita.
Domingo à noite, após uma reunião de emergência, os quinze membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas reafirmaram seu apoio a Hadi e a necessidade de preservar a "unidade" do Iêmen.
O Conselho também chamou "todos os Estados membros a se absterem de qualquer interferência que possa agravar o conflito e a instabilidade."
Combater a influência do Irã
Após a tomada da capital Sana pelos huthis, o presidente Hadi fugiu e se refugiou em Aden. Ele prometeu no sábado lutar contra a alegada influência iraniana xiita em seu país.
"A bandeira da República do Iêmen será hasteada nas montanhas de Maran (reduto dos huthis) em Saada (norte), e não a bandeira iraniana", garantiu no domingo.
Dois comboios militares huthis, que se dirigiam a Áden, precisaram retornar após encontrarem resistência de tribos em Haijat Al-Abd e Al-Maqatara, duas áreas localizadas, respectivamente, a 40 e 80 km de Taez, informaram à AFP autoridades locais e fontes de segurança.
Por sua vez, o ministro da Defesa, o general Mahmud al-Subeihi, inspecionou nesta segunda-feira as forças pró-Hadi na região de Karch, na fronteira entre as províncias de Lahj e Taez, e os exortou a coordenar melhor as suas posições para "deter qualquer avanço huthi".
Na vizinha província de Ibb, os huthis enviaram no domingo "cerca de 5.000 homens e mais de 80 tanques na região de Al-Qaeda", localidade 30 km a nordeste de Taez, segundo fontes militares e locais.
O líder da milícia xiita, Abdel Malek al-Huthi, convocou no domingo uma "mobilização geral" para prosseguir com a ofensiva lançada por suas forças no sul, que visa, segundo ele, os extremistas sunitas da Al-Qaeda e Estado Islâmico (EI).
Enquanto a Al-Qaeda no Iêmen, bem estabelecida no sul do Iêmen, é considerada o ramo mais perigoso da rede extremista, o EI reivindicou atentados suicidas que mataram e 142 na sexta-feira em duas mesquitas em Sana.
Cenário líbio ou sírio
Sinal do seu crescimento à custa da Al-Qaeda, o EI afirmou nesta segunda-feira ter matando 29 agentes de segurança na província de Lahj (sul), o segundo "wilaya" que reivindica neste país após Sana. "Os leões" do EI "liquidaram 29 apóstatas", declarou o grupo jihadista.
Iêmen está se movendo em direção a "uma guerra civil" e corre o risco de "deslocamento", com "uma crescente divisão entre o norte e o sul", advertiu o enviado da ONU Jamal Benomar, dirigindo-se ao Conselho de Segurança.
"Não é realista pensar que os huthis pode tomar todo o país ou que o presidente Hadi pode retomar pela força o controle da situação", disse ele.
Prosseguir com as hostilidades levará a "um cenário líbio ou sírio", e a única solução é política, concluiu o enviado da ONU.
Mas o chefe dos huthis rejeitou implicitamente uma oferta de diálogo em Riade, proposta pela Arábia Saudita, a pedido do presidente Hadi.
"O diálogo não pode ser realizada sob o patrocínio de qualquer parte que alimenta as tensões no seio do povo iemenita", declarou em uma alusão à Arábia Saudita, que classifica os houthis como organização "terrorista" .