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Rebeldes sírios são acusados de crimes contra humanidade

Grupos jihadistas e rebeldes mataram 190 civis, executando 67 deles, e sequestrando 200 pessoas em povoados alauítas da Síria no início de agosto, denunciou ONG

Soldados leais ao regime sírio envolvem um corpo: ONG afirmou ainda que os atos constituem crimes contra a Humanidade (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2013 às 12h48.

Beirute - Grupos jihadistas e rebeldes mataram 190 civis, executando 67 deles, e sequestrando 200 pessoas em povoados alauítas da Síria no início de agosto, denunciou a Human Rights Watch em um relatório difundido nesta sexta-feira.

A ONG, com sede em Nova York, afirmou ainda que os atos constituem crimes contra a Humanidade.

Em seu relatório de 105 páginas, HRW explica que investigou em campo e entrevistou 35 pessoas, entre elas sobreviventes do ataque cometido pelos rebeldes contra 10 povoados alauítas em 4 de agosto na província de Latakia (oeste), reduto do presidente sírio Bashar al-Assad .

Nesse dia, ao menos 190 civis foram abatidos, entre eles 57 mulheres e 18 crianças, segundo a ONG que elaborou uma lista com os nomes das vítimas.

Do total de mortos nesse dia, 67 foram executados, apesar de não estarem armados ou apenas tentarem fugir, indicou a HRW, que reuniu provas que demonstram que eram civis não combatentes que não fizeram nada que ameaçasse ou fizesse crer que existia uma ameaça contra os atacantes.

Segundo a HRW, ao menos 20 grupos participaram na operação durante a qual conquistaram estes 10 povoados, recuperados pelas tropas do regime em 18 de agosto.

No entanto, a ONG assinala que os cinco principais organizadores e executores do ataque de 4 de agosto foram grupos jihadistas como o Estado Islâmico no Iraque e Levante (EILL), a Frente Al Nusra - ambos vinculados à Al-Qaeda - e Jaish al Muhayidin wal Ansar, e também grupos rebeldes islamitas como Ahrar al Sham e Suqur al Iz.

O EIIL e Jaish al Muhayidin wal Ansar mantêm ainda em seu poder mais de 200 civis como reféns, em sua maioria mulheres e crianças.

"Estes abusos são uma operação planejada contra a população civil nesses povoados alauítas e não a ação de indivíduos em solitário", afirmou Joe Stork, diretor interino da HRW para o Oriente Médio.


O relatório considera que algumas das atrocidades da oposição têm uma clara motivação sectária. O texto relata casos de insurgentes que executaram famílias inteiras ou mataram idosos e doentes que foram abandonados por quem fugia.

Assinala também o sequestro e execução do xeque Bader Ghazal, líder religioso alauíta da região, citando a Al Nusra, que alegou que a vítima foi executada por seu apoio ao regime de Al-Assad.

A oposição síria reagiu ao relatóiro da HRW acusando os "extremistas" de estarem por trás desses fatos.

Em uma carta dirigida à ONG, a Coalizão da Oposição Síria condena "todas as violações dos direitos humanos cometidas por grupos armados, incluindo os assassinatos extrajudiciais e os sequestros", e insiste em seu "compromisso com o respeito às leis internacionais referentes aos direitos humanos e às questões humanitárias".

No terreno, os especialistas da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) deixaram seu hotel de Damasco nesta sexta-feira para a primeira missão depois que a instituição recebeu o prêmio Nobel da Paz.

Os inspetores, acompanhados de colegas da ONU, entraram em seis veículos e seguiram para um local não revelado. O trabalho da equipe acontece em total discrição desde 1º de outubro.

Responsável por supervisionar a destruição do arsenal químico sírio, de acordo com uma resolução histórica da ONU, a OPAQ está há alguns meses no centro do noticiário.

Em reação ao anúncio, o diretor geral da OPAQ, Ahmet Uzumcu, manifestou a esperança de que o prêmio ajude a convencer todos os países a proibir as armas químicas.

"Sei que o prêmio Nobel da Paz nos ajudará nos próximos meses a promover a universalidade da Convenção de 1993 sobre a proibição das armas químicas, que não foi assinada nem ratificada por alguns países", declarou Uzumcu.

A OPAQ, com sede em Haia, supervisiona a aplicação da Convenção de Armas Químicas (CAQ), um tratado multilateral assinado em 13 de janeiro de 1993 em Paris e que está em vigor desde 29 de abril de 1997.

O texto proíbe o desenvolvimento, produção, armazenamento e uso das armas químicas, além de prever a destruição total das armas.

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Beirute - Grupos jihadistas e rebeldes mataram 190 civis, executando 67 deles, e sequestrando 200 pessoas em povoados alauítas da Síria no início de agosto, denunciou a Human Rights Watch em um relatório difundido nesta sexta-feira.

A ONG, com sede em Nova York, afirmou ainda que os atos constituem crimes contra a Humanidade.

Em seu relatório de 105 páginas, HRW explica que investigou em campo e entrevistou 35 pessoas, entre elas sobreviventes do ataque cometido pelos rebeldes contra 10 povoados alauítas em 4 de agosto na província de Latakia (oeste), reduto do presidente sírio Bashar al-Assad .

Nesse dia, ao menos 190 civis foram abatidos, entre eles 57 mulheres e 18 crianças, segundo a ONG que elaborou uma lista com os nomes das vítimas.

Do total de mortos nesse dia, 67 foram executados, apesar de não estarem armados ou apenas tentarem fugir, indicou a HRW, que reuniu provas que demonstram que eram civis não combatentes que não fizeram nada que ameaçasse ou fizesse crer que existia uma ameaça contra os atacantes.

Segundo a HRW, ao menos 20 grupos participaram na operação durante a qual conquistaram estes 10 povoados, recuperados pelas tropas do regime em 18 de agosto.

No entanto, a ONG assinala que os cinco principais organizadores e executores do ataque de 4 de agosto foram grupos jihadistas como o Estado Islâmico no Iraque e Levante (EILL), a Frente Al Nusra - ambos vinculados à Al-Qaeda - e Jaish al Muhayidin wal Ansar, e também grupos rebeldes islamitas como Ahrar al Sham e Suqur al Iz.

O EIIL e Jaish al Muhayidin wal Ansar mantêm ainda em seu poder mais de 200 civis como reféns, em sua maioria mulheres e crianças.

"Estes abusos são uma operação planejada contra a população civil nesses povoados alauítas e não a ação de indivíduos em solitário", afirmou Joe Stork, diretor interino da HRW para o Oriente Médio.


O relatório considera que algumas das atrocidades da oposição têm uma clara motivação sectária. O texto relata casos de insurgentes que executaram famílias inteiras ou mataram idosos e doentes que foram abandonados por quem fugia.

Assinala também o sequestro e execução do xeque Bader Ghazal, líder religioso alauíta da região, citando a Al Nusra, que alegou que a vítima foi executada por seu apoio ao regime de Al-Assad.

A oposição síria reagiu ao relatóiro da HRW acusando os "extremistas" de estarem por trás desses fatos.

Em uma carta dirigida à ONG, a Coalizão da Oposição Síria condena "todas as violações dos direitos humanos cometidas por grupos armados, incluindo os assassinatos extrajudiciais e os sequestros", e insiste em seu "compromisso com o respeito às leis internacionais referentes aos direitos humanos e às questões humanitárias".

No terreno, os especialistas da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) deixaram seu hotel de Damasco nesta sexta-feira para a primeira missão depois que a instituição recebeu o prêmio Nobel da Paz.

Os inspetores, acompanhados de colegas da ONU, entraram em seis veículos e seguiram para um local não revelado. O trabalho da equipe acontece em total discrição desde 1º de outubro.

Responsável por supervisionar a destruição do arsenal químico sírio, de acordo com uma resolução histórica da ONU, a OPAQ está há alguns meses no centro do noticiário.

Em reação ao anúncio, o diretor geral da OPAQ, Ahmet Uzumcu, manifestou a esperança de que o prêmio ajude a convencer todos os países a proibir as armas químicas.

"Sei que o prêmio Nobel da Paz nos ajudará nos próximos meses a promover a universalidade da Convenção de 1993 sobre a proibição das armas químicas, que não foi assinada nem ratificada por alguns países", declarou Uzumcu.

A OPAQ, com sede em Haia, supervisiona a aplicação da Convenção de Armas Químicas (CAQ), um tratado multilateral assinado em 13 de janeiro de 1993 em Paris e que está em vigor desde 29 de abril de 1997.

O texto proíbe o desenvolvimento, produção, armazenamento e uso das armas químicas, além de prever a destruição total das armas.

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