Veja quais líderes mundiais reconheceram e contestaram a vitória de Nicolás Maduro na Venezuela
Países de todo o mundo expressaram dúvidas nesta segunda-feira sobre a transparência da eleição presidencial de domingo
Agência de notícias
Publicado em 29 de julho de 2024 às 09h32.
Última atualização em 29 de julho de 2024 às 09h49.
Em 2018, o sucessor do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013) venceu uma eleição boicotada por seus principais adversários.Ele teve 47 pontos de vantagem para o segundo colocado, Henri Falcón, candidato de uma oposição dividida.
Mas no domingo, 28, a oposição estava unida na eleição. As pesquisas apontavam o favoritismo do candidato Edmundo González Urrutia , um "outsider" escolhido pela carismática e popular líder opositora María Corina Machado, que foi impedida de concorrer por uma inabilitação política.
Mesmo assim, Maduro ficou sete pontos à frente de González (51,2% dos votos, contra 44,2%), após a apuração de 80% dos votos, segundo o CNE, controlado pelo chavismo, um anúncio recebido com ceticismo pela comunidade internacional.
Estados Unidos
O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, expressou "grave preocupação" com a possibilidade de que o resultado eleitoral anunciado na Venezuela não reflita a vontade do povo. Ele pediu uma apuração "justa e transparente" dos votos.
"Agora que a votação foi concluída, é de vital importância que cada voto seja contado de forma justa e transparente. Pedimos às autoridades eleitorais que publiquem a contagem detalhada dos votos (atas) para garantir a transparência e prestação de contas", disse.
Colômbia
O chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, pediu a "contagem total dos votos, sua verificação e auditoria de caráter independente" para "eliminar qualquer dúvida sobre os resultados".
Campanha eleitoral dos candidatos à presidência
![Nicolás Maduro Nicolás Maduro](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/07/Nicolas-Maduro-2.jpg?quality=70&strip=info)
2 /8Nicolás Maduro(O presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, discursa em evento de campanha nesta terça-feira, em área popular de Caracas (Venezuela). Maduro convidou os seus seguidores a celebrar no Palácio Miraflores – sede do Governo – em Caracas, o seu “triunfo” nas eleições de 28 de julho, quando competirá contra nove adversários pelo próximo mandato de seis anos no poder)
![Edmundo Gonzáles Urrutia Edmundo Gonzáles Urrutia](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/07/Edmundo-Gonzalez-Urrutia.jpg?quality=70&strip=info)
3 /8Edmundo Gonzáles Urrutia(O candidato presidencial venezuelano Edmundo Gonzalez (C) fala a estudantes ao lado de sua esposa Mercedes Lopez (2ª-L) e da líder da oposição venelana Maria Corina Machado (R) durzueante um comício de campanha na Universidade Central da Venezuela em Caracas, em 14 de julho de 2024)
![](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/07/Maria-Corina-Machado.jpg?quality=70&strip=info)
4 /8(A líder da oposição venezuelana María Corina Machado cumprimenta apoiadores nesta quarta-feira, em evento de campanha em Guanare (Venezuela). Machado afirmou que existe um movimento social de todas as idades e em todas as regiões do país pela “libertação”, mas também pela redenção, porque – disse – os venezuelanos devem curar as suas feridas e reunir-se)
+ 4
União Europeia
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, pediu que a Venezuela garanta "total transparência no processo eleitoral, incluindo a apuração detalhada dos votos e o acesso às atas de votação".
'Abrir uma página de internet leva quase meia hora': candidata barrada detalha a crise da VenezuelaEspanha
O ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares, pediu ao país que garanta "total transparência" na contagem dos votos, a "publicação das atas" e que "a calma e a civilidade sejam mantidas".
Argentina
"DITADOR MADURO, FORA!!!", escreveu o presidente argentino, Javier Milei, em sua conta na rede social X antes da divulgação dos resultados oficiais.
"Os dados anunciam uma vitória esmagadora da oposição e o mundo aguarda que reconheça a derrota após anos de socialismo, miséria, decadência e morte", acrescentou. "A Argentina não vai reconhecer outra fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular".
Chile
O presidente chileno, Gabriel Boric, disse que os resultados anunciados são "difíceis de acreditar" e exigiu "total transparência das atas e do processo", e que observadores internacionais não comprometidos com o governo confirmem a veracidade dos resultados".
"Do Chile não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável", acrescentou.
Peru
O chanceler peruano, Javier González-Olaechea, anunciou que convocará o embaixador do Peru na Venezuela para consultas diante do "graves anúncios oficiais das autoridades eleitorais venezuelanas".
Costa Rica
O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, repudiou "categoricamente" a proclamação de Nicolás Maduro como presidente da República Bolivariana da Venezuela, que considerou "fraudulenta".
Uruguai
Para o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, "não se pode reconhecer um triunfo se não se confia na forma e nos mecanismos utilizados para chegar nele".
Guatemala
"A Venezuela merece resultados transparentes, precisos e que correspondam à vontade do seu povo", escreveu na rede social X o presidente da Guatemala, o social-democrata Bernardo Arévalo, que também disse ter recebido os resultados "com muitas dúvidas".
Itália
"Tenho muitas dúvidas sobre o desenvolvimento regular das eleições na Venezuela", afirmou o chanceler italiano, Antonio Tajani, que exigiu "resultados que possam ser verificados".
Reino Unido
O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido afirmou que está preocupado com as acusações de "graves irregularidades" e pediu a "publicação rápida e transparente dos resultados completos e detalhados".
Eleições geram protestos pelo mundo
![Em São Paulo, cidadãos venezuelanos manifestam-se neste domingo Em São Paulo, cidadãos venezuelanos manifestam-se neste domingo](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/07/ea1af9c8b0c7deb9ab8d23ff9fedaee2e1d02afbw.jpg?quality=70&strip=info)
2 /8Em São Paulo, cidadãos venezuelanos manifestam-se neste domingo(Em São Paulo, cidadãos venezuelanos manifestam-se neste domingo)
![Em Madrid, um momento do comício convocado sob o lema 'Vamos levantar a voz pela mudança na Venezuela' Em Madrid, um momento do comício convocado sob o lema 'Vamos levantar a voz pela mudança na Venezuela'](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/07/9ef85bcefb64c297117ec2c41833c4e4e8399c0fw.jpg?quality=70&strip=info)
3 /8Em Madrid, um momento do comício convocado sob o lema 'Vamos levantar a voz pela mudança na Venezuela'(Em Madrid, um momento do comício convocado sob o lema 'Vamos levantar a voz pela mudança na Venezuela')
![Em Madrid, um momento do comício convocado sob o lema 'Vamos levantar a voz pela mudança na Venezuela' Em Madrid, um momento do comício convocado sob o lema 'Vamos levantar a voz pela mudança na Venezuela'](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2024/07/5ecb42b70bb7adf32ed18a7fb42cc970cc4d9b0aw.jpg?quality=70&strip=info)
4 /8Em Madrid, um momento do comício convocado sob o lema 'Vamos levantar a voz pela mudança na Venezuela'(Em Madrid, um momento do comício convocado sob o lema 'Vamos levantar a voz pela mudança na Venezuela')
+ 4
China
A China, que mantém vínculos próximos com aVenezuela, felicitou Nicolás Maduro por sua reeleição e afirmou que está "disposta a enriquecer a associação estratégica" com o país latino-americano, informou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
Rússia
O presidente da Rússia , Vladimir Putin, também felicitou Maduro. O país é um aliado tradicional da Venezuela e destacou que as relações entre os dois países "constituem uma associação estratégica" e que acredita que estas se desenvolverão "em todas as áreas".
Cuba
"Hoje triunfou a dignidade e o valor do povo venezuelano sobre pressões e manipulações", escreveu o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, na rede X.
Nicarágua
A Maduro "nossa homenagem e saudação, em honra, glória e por mais vitórias", afirmou o presidente Daniel Ortega, que enviou "nosso abraço eterno".
Bolívia
O presidente da Bolívia, Luis Arce , saudou que "a vontade do povo venezuelano tenha sido respeitada nas urnas", ao mesmo tempo que ratificou a "vontade de continuar fortalecendo os nossos laços de amizade".
Honduras
A presidente de Honduras, Xiomara Castro, felicitou Maduro por "seu triunfo inquestionável, que reafirma sua soberania e o legado histórico do comandante" Hugo Chávez, o falecido presidente que escolheu Nicolás Maduro como sucessor.