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Queimadas triplicaram no Cerrado em 2010

Bioma é o mais prejudicado pelas estiagens severas nos últimos anos

Queimada no Parque Estadual do Jalapão, em Tocantis.

Queimada no Parque Estadual do Jalapão, em Tocantis.

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 15 de outubro de 2010 às 16h30.

São Paulo - De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Cerrado brasileiro foi o bioma mais afetado pela seca neste ano. Entre maio e setembro, foram registrados 57,7 mil focos de queimadas, 350% a mais que o verificado no mesmo período de 2009. O número recorde nos últimos cinco ano provocou danos severos à vegetação e elevou as emissões de gases efeito estufa na região.

Os estados mais atingidos foram Mato Grosso, Tocantins e Goiás. Muitos parques nacionais  que resguardam boa parte do que resta da vegetação de cerrado sofreram com o fogo. O parque nacional das Emas, em Goiás teve 90% de sua área queimada, enquanto os parques nacionais de Brasília, no Distrito Federal, e do Araguaia, em Tocantins, perderam 40% de mata, e o Serra da Canastra, em Minas Gerais, 35%.

Segundo a ONG ambientalista WWF-Brasil, as queimadas e os incêndios durante a seca no Cerrado se devem "quase que totalmente à mão do homem" e acontecem para renovação forçada de pastagens naturais voltadas para a alimentação de rebanhos e também pela expansão de áreas de cultivo que demandam limpeza de áreas antes ou após desmatamentos.

Além de degradarem a flora local, prejudicando a sobrivência de espécies animais características da região, as queimadas e os desmatamentos contribuem para o aumento da concetração de CO2 na atmosfera.  Entre 2002 e 2008, as emissões médias anuais de gases de efeito estufa do Cerrado foram de aproximadamente 232 milhões de toneladas de CO2, segundo o governo federal. O desmatamento ainda é a maior fonte de emissões no Brasil.

A secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú, lembra que as mudanças climáticas aumentam a tendência de mais dias sem chuva e de agravamento do quadro de queimadas no Cerrado nos próximos anos. "Daí a importância de políticas públicas permanentes e efetivas para a proteção, recuperação e aproveitamento sustentável do bioma, que já perdeu metade de sua vegetação original", afirma.

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