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Putin e Poroshenko se reúnem em meio ao conflito na Ucrânia

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e o russo Vladimir Putin vão se reunir para falar sobre a situação no leste da Ucrânia

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko (D), e o russo Vladimir Putin (Sergei Bondarenko/AFP)
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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 12h50.

Minsk -O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e o russo Vladimir Putin apertaram as mãos nesta terça-feira em Minsk, pouco antes do início de uma reunião com a União Europeia sobre a situação no leste da Ucrânia , onde Kiev capturou pela primeira vez soldados russos.

"O destino do mundo e da Europa será decidido nesta reunião em Minsk. Assim acho eu", declarou Poroshneko pouco antes do início das conversações que reunirão os países da União Aduaneira (Rússia, Belarus e Cazaquistão) liderada por Moscou e dirigentes da União Europeia (UE).

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Em terra, os combates prosseguiam nesta terça-feira na nova frente perto da fronteira russa na cidade costeira de Novoazovsk (sudeste), onde as autoridades ucranianas confirmaram a presença de uma coluna de blindados vinda da Rússia na segunda-feira.

Jornalistas da AFP refugiados na prefeitura desta cidade, localizada 100 km ao sul do reduto pró-russo de Donetsk, relataram bombardeios no início da tarde.

Contudo, o presidente Poroshenko declarou que seu país busca a paz em Donbass, região mineradora do leste onde os combates fizeram mais de 2.200 mortos em quatro meses.

Em uma reunião com a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, Poroshenko declarou que a Ucrânia pagou "um preço muito alto por sua independência".

Após convocar segunda-feira à noite eleições legislativas antecipadas em 26 de outubro, o presidente ucraniano assegurou que a Assembleia ratificará em setembro o Acordo de Associação com a UE.

A decisão do precedente governo ucraniano pró-russo de suspender este acordo provocou uma onda de protestos pró-europeus, que terminou em um banho de sangue em Kiev e causou a pior crise entre a Rússia e o Ocidente desde o final da Guerra Fria.

Estes eventos foram seguidos pela anexação da Crimeia pela Rússia em março e uma insurreição armada pró-russa no leste do país.

Militares russos detidos

Kiev exibiu nesta terça-feira os interrogatórios dos paraquedistas russos capturados no dia anterior na Ucrânia, a primeira evidência física do envolvimento das forças russas no conflito ucraniano.

Dez paraquedistas russos do 331 Regimento da 98 Divisão com base na Rússia central foram presos na noite de ontem perto da cidade ucraniana de Dzerkalné, a cerca de 20 km da fronteira.

Uma fonte militar russa confirmou a prisão, mas disse que eles cruzaram a fronteira "por acidente".

"Nós estávamos avançando em colunas nos campos, não na estrada. Imaginei que eu estava na Ucrânia quando começaram a nos bombardear", declarou o cabo Ivan Miltchakov, cidadão russo nascido em 1995, segundo ele, em um vídeo amplamente divulgado pela mídia.

Um outro paraquedista, Ivan Romantsev, explicou que inicialmente pensava participar de manobras.

"Quando explodiram meu blindado, comecei a ficar com medo. Percebi que não se tratava de manobras", disse ele.

Kiev acusa a Rússia de enviar tropas e blindados em território ucraniano, de disparar contra suas posições e de fornecer armas e combatentes para os rebeldes, o que Moscou nega.

Na segunda-feira, a Casa Branca denunciou as incursões militares da Rússia na Ucrânia, considerando tratar-se de uma escalada significativa no conflito.

Os combates prosseguem nesta terça-feira perto Novoazovsk.

Uma espessa fumaça era visível sobre a cidade costeira de 11.000 habitantes, sob controle de Kiev e localizada às margens do Mar de Azov.

O exército ucraniano anunciou 12 mortes em suas fileiras nas últimas 24 horas.

Neste clima, dois repórteres de um jornal da Crimeia, que estavam detidos no leste pela organização nacionalista radical ucraniana Pravy Sektor, foram libertados, segundo a diretora do "Télégraphe de Crimée", Maria Volkonskaïa.

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