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Pussy Riot pede que EUA ampliem sanções contra 16 russos

Integrantes pedem que Estados Unidos inclua em sua lista negra 16 indivíduos por suas ações "contra os direitos humanos"


	Integrantes da banda Pussy Riot: Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova apresentaram lista que inclui militares, advogados, juízes e o ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev
 (Tobias Schwarz/Reuters)

Integrantes da banda Pussy Riot: Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova apresentaram lista que inclui militares, advogados, juízes e o ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev (Tobias Schwarz/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2014 às 17h42.

Washington - Dois integrantes do grupo de punk russo Pussy Riot pediram nesta terça-feira ao Congresso dos Estados Unidos que sejam ampliadas as sanções contra a Rússia e inclua em sua lista negra 16 indivíduos por suas ações "contra os direitos humanos".

Nadezhda Tolokonnikova e María Aliójina, de 24 e 25 anos, compareceram perante o comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes onde apresentaram esta lista que inclui militares, advogados, juízes e o ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev.

Ambas ficaram quase dois anos na prisão, junto com outra companheira, acusadas de vandalismo e incitação ao ódio religioso por encenar uma prece contra Vladimir Putin na catedral ortodoxa moscovita de Cristo Salvador.

Em entrevista coletiva posterior, recebidas por membros do Senado e da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, reivindicaram mais atenção à situação dos direitos humanos em seu país.

"Queremos lembrar que nosso governo têm obrigações (internacionais)", disse Tolokónnikova em russo e advertiu que a política de Putin está levando o país à "instabilidade total e ao caos".

As ativistas pediram que os presos políticos não sejam esquecidos e lembraram dos envolvidos no "caso Bolótnaya", que enfrentam entre 5 e 6 anos de prisão pelos confrontos violentos após uma grande manifestação contra o Kremlin em 2012, e advertiram que alguns foram condenados a tratamentos psiquiátricos, "como era feito na antiga União Soviética".

"Temos que falar de nossos presos políticos. O pior que pode acontecer é o esquecimento porque se nos esquecermos deles, eles podem ser assassinados", disse Tolokónnikova, que acrescentou que quando voltar à Rússia após esta viagem aos Estados Unidos para criticar seu país não deve ser "nada bom".

As ativistas evitaram fazer comentários sobre a questão da Ucrânia, após a anexação da Crimeia à Rússia, por considerar que "a situação é muito tensa e difícil neste momento", segundo Tolokónnikova, mas "está claro que as eleições de 25 de maio devem ser recebidas em paz e não com armas", disse Aliójina.

O senador Ben Cardin, o democrata de mais alto categoria no comitê de Relações Exteriores e o congressista democrata Steve Cohen destacaram a coragem das artistas e sublinharam a necessidade de ampliar a "lista Magnitsky", para sancionar funcionários russos envolvidos em violações dos direitos humanos.

"Devemos atuar para salvar nossa própria liberdade mas também proteger os direitos humanos no mundo todo", disse por sua parte o senador democrata Richard Blumenthal.

Os Estados Unidos aprovaram recentemente sanções contra cidadãos russos, incluindo destacadas personalidades próximas ao presidente Putin, após a anexação da Crimeia, e ameaçou com uma nova rodada de sanções junto com a União Europeia se Moscou "perturbar" a realização das eleições ucranianas de 25 de maio.

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