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Professores franceses fazem greve contra reforma no ensino

Entre os elementos de polêmica há a proposta de reduzir o ensino de latim e grego, substituindo estas línguas por uma aula geral de cultura clássica

A ministra francesa da Educação, Najat Vallaud-Belkacem: ela foi atacada pela controversa reforma, que envolve a educação nos estabelecimentos de crianças de 11 a 15 anos (Emmanuel Dunand/AFP)
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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2015 às 11h03.

Paris - Os professores franceses estavam em greve nesta terça-feira para protestar contra uma reforma do ensino secundário, uma proposta que levou a ministra da Educação a uma dura batalha política com a oposição.

A ministra da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, de 37 anos, foi atacada pela controversa reforma, que envolve a educação nos estabelecimentos de crianças de 11 a 15 anos.

Entre os elementos de polêmica há a proposta de reduzir o ensino de latim e grego, substituindo estas línguas por uma aula geral de cultura clássica.

Os professores também se mostram contrários ao novo plano, porque ele planeja dar mais autonomia às escolas, e consideram que isso pode discriminar alguns alunos em função dos estabelecimentos onde estudam.

Na França, apesar da tentativa de caminhar em direção à igualdade, ainda existem grandes diferenças entre as escolas das zonas mais pobres e aquelas das zonas mais prósperas do país.

A porcentagem de abandono escolar entre filhos de trabalhadores manuais é de 32%, enquanto o índice é de apenas 5% entre os filhos de famílias de profissionais liberais.

Além disso, o sistema de educação francês caiu algumas posições no ranking da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que em seu relatório PISA revela que também é um dos menos igualitários do mundo.

A reforma pretende reduzir o abismo, mas seus opositores consideram que o nivelamento será feito por baixo.

Segundo o sindicato nacional de docentes (SNES), que coordena a greve, mais da metade dos professores da associação participavam da ação nesta terça-feira. O ministério da Educação citou um índice de apenas 27%.

Uma reforma 'essencial'

A greve desta terça-feira convocada pelos sindicatos contrários à reforma é encarada como o primeiro grande desafio para Vallaud-Belkacem, estrela ascendente do Partido Socialista francês, no poder, que se tornou ministra com apenas 37 anos.

Esta lei a converteu em um alvo de enormes críticas, principalmente por parte do líder da oposição e ex-presidente Nicolas Sarkozy, que afirmou que Vallaud-Belkacem estava competindo com a ministra da Justiça Christiane Taubira "para ver quem é mais medíocre".

Alguns acusaram Sarkozy de xenofobia por atacar as duas ministras, de origem marroquina, no caso da titular de Educação, e guianense, no caso da titular da Justiça.

Apesar das críticas, Vallaud-Belkacem recebeu o apoio do presidente, François Hollande, e do primeiro-ministro, Manuel Valls, que se revelou um de seus maiores aliados.

"Estou certo. Esta reforma entrará em vigor tal como foi redigida (...) o quanto antes", afirmou um combativo Valls.

"Esta reforma é essencial", acrescentou Valls, antes de destacar que queria prestar uma homenagem especial aos professores da França.

"Esta reforma também é para eles", declarou.

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Paris - Os professores franceses estavam em greve nesta terça-feira para protestar contra uma reforma do ensino secundário, uma proposta que levou a ministra da Educação a uma dura batalha política com a oposição.

A ministra da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, de 37 anos, foi atacada pela controversa reforma, que envolve a educação nos estabelecimentos de crianças de 11 a 15 anos.

Entre os elementos de polêmica há a proposta de reduzir o ensino de latim e grego, substituindo estas línguas por uma aula geral de cultura clássica.

Os professores também se mostram contrários ao novo plano, porque ele planeja dar mais autonomia às escolas, e consideram que isso pode discriminar alguns alunos em função dos estabelecimentos onde estudam.

Na França, apesar da tentativa de caminhar em direção à igualdade, ainda existem grandes diferenças entre as escolas das zonas mais pobres e aquelas das zonas mais prósperas do país.

A porcentagem de abandono escolar entre filhos de trabalhadores manuais é de 32%, enquanto o índice é de apenas 5% entre os filhos de famílias de profissionais liberais.

Além disso, o sistema de educação francês caiu algumas posições no ranking da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que em seu relatório PISA revela que também é um dos menos igualitários do mundo.

A reforma pretende reduzir o abismo, mas seus opositores consideram que o nivelamento será feito por baixo.

Segundo o sindicato nacional de docentes (SNES), que coordena a greve, mais da metade dos professores da associação participavam da ação nesta terça-feira. O ministério da Educação citou um índice de apenas 27%.

Uma reforma 'essencial'

A greve desta terça-feira convocada pelos sindicatos contrários à reforma é encarada como o primeiro grande desafio para Vallaud-Belkacem, estrela ascendente do Partido Socialista francês, no poder, que se tornou ministra com apenas 37 anos.

Esta lei a converteu em um alvo de enormes críticas, principalmente por parte do líder da oposição e ex-presidente Nicolas Sarkozy, que afirmou que Vallaud-Belkacem estava competindo com a ministra da Justiça Christiane Taubira "para ver quem é mais medíocre".

Alguns acusaram Sarkozy de xenofobia por atacar as duas ministras, de origem marroquina, no caso da titular de Educação, e guianense, no caso da titular da Justiça.

Apesar das críticas, Vallaud-Belkacem recebeu o apoio do presidente, François Hollande, e do primeiro-ministro, Manuel Valls, que se revelou um de seus maiores aliados.

"Estou certo. Esta reforma entrará em vigor tal como foi redigida (...) o quanto antes", afirmou um combativo Valls.

"Esta reforma é essencial", acrescentou Valls, antes de destacar que queria prestar uma homenagem especial aos professores da França.

"Esta reforma também é para eles", declarou.

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