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Primárias republicanas nos EUA têm 7 candidatos e nenhum favorito

Mitt Romney lidera as pesquisas em Iowa, primeiro estado que terá primárias, mas sofre rejeição da ala mais conservadora

Republicano Mitt Romney faz campanha em Clinton, Iowa, antes das primárias no Estado (Chip Somodevilla/AFP)

Republicano Mitt Romney faz campanha em Clinton, Iowa, antes das primárias no Estado (Chip Somodevilla/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2011 às 17h25.

Washington - Sete pré-candidatos republicanos à Presidência dos Estados Unidos praticiparão em Iowa na próxima terça-feira das primeiras assembléias primárias, sem um favorito claro.

Entretanto, desde que começou a se formar o leque de aspirantes a desbancar Obama, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, que já concorreu nas primárias de 2008, desfrutou do protagonismo mais constante nas pesquisas.

A promessa de criar empregos é a base da campanha de Romney, de 64 anos, que apoiou seu programa econômico em sua longa experiência como empresário, e foi incentivado por fundos que representam o dobro de qualquer rival, US$ 32 milhões segundo os últimos dados oficiais de setembro.

Embora tenha conseguido personificar muitos dos ideais da ala mais tradicional do partido republicano, Romney é rejeitado pelos mais conservadores por sua fé mórmon e algumas das políticas que aplicou em Massachusetts, como a reforma na saúde.

Essa suposta fraqueza marcou a dinâmica da campanha pré-eleitoral, ao suscitar uma disputa para conquistar os republicanos que veem em Romney, casado e com cinco filhos, um candidato fraco.

As mudanças nos apoios aos diferentes aspirantes foram constantes. É o que aconteceu à congressista por Minnesota Michele Bachmann, defensora do Tea Party, que entrou com força na corrida em maio e manteve o impulso até meados de agosto, quando ganhou a importante pesquisa informal de Iowa.

Talvez a mais socialmente conservadora da corrida eleitoral, a única mulher que pretende concorrer à Casa Branca é além disso a mais crítica com a carga fiscal da administração, com um programa que seduz os ultraconservadores mas que não impediu que fosse colocada nos últimos postos das enquetes.

A congressista ficou escondida em agosto pelo arranque da campanha do governador do Texas, Rick Perry, que muitos acharam que deixaria Romney para trás com seu discurso conservador e claro.

Com a guerra declarada à reforma do Governo Obama na saúde, Perry não duvidou em explorar suas semelhanças com o ex-presidente George W. Bush, que governou no mesmo estado, e insiste em que a criação de emprego no Texas sob seu mandato demonstre suas qualidades para a recuperação econômica, que para ele tem 'uma base bíblica'.


A campanha de Perry, que acumula a maior quantidade de fundos após Romney - mais de US$ 17 milhões - foi no entanto tocada por seus tropeços verbais, como o momento em que ficou em branco ao nomear uma agência do Governo que queria eliminar.

Sua perda de popularidade impulsionou o empresário Herman Cain, que teve que retirar sua candidatura forçado por acusações de assédio sexual, e foi substituído pelo ex-presidente da Câmara de Representantes Newt Gingrich, um ícone conservador que marcou o ideário do partido nos anos 90.

Com apenas US$ 2 milhões em sua conta de campanha, Gingrich é uma força ideológica chave no partido republicano, mas sua popularidade começou a cair nas últimas semanas e deu passagem a outros dois: o congressista pelo Texas Ron Paul e o ex-senador pela Pensilvânia Rick Santorum.

Paul, um legislador de 76 anos de ideologia ultraliberal e marcado isolamento - aposta inclusive em retirar os Estados Unidos da Organização das Nações Unidas -, aparece nas últimas pesquisas como potencial favorito em Iowa.

Sua proposta mais polêmica, a de suprimir o Federal Reserve (banco central) e substituí-lo por um sistema baseado na cotação do ouro, que permitiria a circulação de outras moedas além do dólar, fez com que muitos economistas se desesperassem, mas hoje conta inclusive com uma plataforma de simpatizantes em Wall Street.

Santorum, um católico categoricamente oposto ao aborto e ao casamento homossexual, investiu praticamente todos os seus esforços de campanha em Iowa, o que lhe assegurou a entrada na lista de favoritos nesse estado, segundo uma enquete publicada esta semana pela emissora 'CNN' e a revista 'Time'.

O grande ausente entre os conservadores com mais apoio é o ex-governador de Utah Jon Huntsman, de perfil mais moderado e para quem a experiência como embaixador da China sob o comando de Obama foi mais um empecilho que um impulso.

Segundo a média das enquetes elaboradas na página RealClearPolitics, o ano termina com Gingrich como favorito, com 27,2%, seguido de perto por Romney (25,4%) e mais de longe por Paul (12,2%), Perry (6,6%), Bachmann (6,2%), Santorum (3,8%) e Huntsman (2%). EFE

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