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Presidente iraniano diz que estudantes não vão servir aos interesses do 'inimigo'

As autoridades do Irã acusaram forças externas de incentivarem os protestos, entre elas os Estados Unidos, seu inimigo declarado

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, se dirige às estudantes da Universidade de Al Zahra em Teerã. (AFP/AFP)

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, se dirige às estudantes da Universidade de Al Zahra em Teerã. (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 8 de outubro de 2022 às 14h35.

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou, neste sábado (8), que os estudantes não vão servir aos interesses do "inimigo", ao se referir aos protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, que entram na quarta semana.

"O inimigo pensou que poderia conseguir seus objetivos nas universidades, ignorando o fato de que nossos estudantes e professores estão vigilantes e não permitirão que os falsos sonhos do inimigo se tornem realidade", disse Raisi, de acordo com uma nota da presidência.

Os universitários, "sem dúvida, farão o inimigo fracassar", acrescentou.

Amini, uma jovem curdo-iraniana de 22 anos, foi declarada morta em 16 de setembro, três dias depois de ter sido detida pela polícia moral por supostamente infringir as normas rígidas de vestimenta que se aplicam às mulheres.

Sua morte desencadeou um movimento de protesto no país, especialmente nas universidades.

As autoridades do Irã, que negam qualquer envolvimento da polícia na morte de Amini, acusaram forças externas de incentivarem os protestos, entre elas os Estados Unidos, seu inimigo declarado.

No domingo passado, a agência de notícias Fars informou sobre uma concentração na Universidade de Al Zahra, onde as estudantes se manifestaram contra a morte de Amini.

A Universidade de Sharif, a maior centro de ensino científico do Irã, suspendeu as aulas desde a segunda-feira, após incidentes violentos entre estudantes e as forças de segurança na capital Teerã, de acordo com meios de comunicação locais.

Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes, mas também agentes das forças de segurança, morreram desde o dia 16 de setembro durante as manifestações classificadas de "distúrbios" pelas autoridades, e centenas foram detidas.

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