Presidente da Fifa culpa França e Alemanha por Copa no Catar
Blatter apontou que a Federação Alemã de Futebol recebeu orientação de Wulff "para votar pelo Catar por interesses econômicos"
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2015 às 10h24.
Genebra - O presidente da Fifa , Joseph Blatter , acusa os ex-presidentes da França e da Alemanha de terem pressionado dirigentes do futebol para garantir que o Catar fosse escolhido como sede da Copa do Mundo de 2022. Em uma entrevista publicada pelo jornal alemão Welt am Sonntag, neste domingo, o dirigente suíço denuncia duas "intervenções políticas".
"Nicolas Sarkozy e Christian Wulff tentaram influenciar nos votos de seus representantes. É por isso que temos a Copa do Mundo no Catar", atacou Blatter. "Aqueles que tomaram essa decisão precisam assumir as responsabilidades por isso", afirmou. Segundo ele, se a maioria dos votos foi ao Catar , "eu tinha de aceitar".
Blatter apontou que a Federação Alemã de Futebol recebeu orientação de Wulff "para votar pelo Catar por interesses econômicos". Na época, a entidade era presidida por Theo Zwanziger, que admitiu que o presidente alemão o questionou sobre as chances do Catar. Mas negou que isso tivesse algum impacto no voto.
Outro alemão que votava em 2010 quando a escolha foi realizada foi Franz Beckenbauer, que jamais revelou para quem deu seu apoio. "Olhe para as empresas alemãs", disse Blatter. "Deutsche Bahn, Hochtief e muitas outras tem projetos no Catar mesmo antes da Copa ter sido dada ao país".
Quanto à Sarkozy, o ataque se refere a um encontro entre o ex-presidente francês e Michel Platini, que tem direito a voto na Fifa. O ex-craque admitiu que a reunião ocorreu e que Sarkozy tinha interesses num Mundial no Catar. Mas garante que o político jamais pedira que votasse a favor do país do Golfo.
Viagem
Durante a entrevista, Blatter reconhece que não vai sair da Suíça, sob o risco de ser extraditado aos Estados Unidos, onde corre um processo contra diversos cartolas da Fifa. Neste fim de semana, ele não estará na final do Mundial Feminino, no Canadá.
Pela primeira vez na história do torneio, o presidente da entidade que o promove não irá ao evento. "Até que tudo não esteja esclarecido, eu não tomarei nenhum risco viajando", disse Blatter.
A Suíça não extradita seus cidadãos e, portanto, o dirigente jamais seria enviado por seu país aos Estados Unidos. Mas, fora da Suíça, ele estaria vulnerável.
Questionado se teme pela situação, ele negou. "Não tenho nada a temer". "O que eu temo é que eles destruam a Fifa, um trabalho que eu ajudei a criar", declarou Blatter.
No dia 25 de julho, porém, ele já garantiu sua presença no sorteio das Eliminatórias da Copa de 2018, na Rússia. O presidente Vladimir Putin já deu seu apoio a Blatter.
Genebra - O presidente da Fifa , Joseph Blatter , acusa os ex-presidentes da França e da Alemanha de terem pressionado dirigentes do futebol para garantir que o Catar fosse escolhido como sede da Copa do Mundo de 2022. Em uma entrevista publicada pelo jornal alemão Welt am Sonntag, neste domingo, o dirigente suíço denuncia duas "intervenções políticas".
"Nicolas Sarkozy e Christian Wulff tentaram influenciar nos votos de seus representantes. É por isso que temos a Copa do Mundo no Catar", atacou Blatter. "Aqueles que tomaram essa decisão precisam assumir as responsabilidades por isso", afirmou. Segundo ele, se a maioria dos votos foi ao Catar , "eu tinha de aceitar".
Blatter apontou que a Federação Alemã de Futebol recebeu orientação de Wulff "para votar pelo Catar por interesses econômicos". Na época, a entidade era presidida por Theo Zwanziger, que admitiu que o presidente alemão o questionou sobre as chances do Catar. Mas negou que isso tivesse algum impacto no voto.
Outro alemão que votava em 2010 quando a escolha foi realizada foi Franz Beckenbauer, que jamais revelou para quem deu seu apoio. "Olhe para as empresas alemãs", disse Blatter. "Deutsche Bahn, Hochtief e muitas outras tem projetos no Catar mesmo antes da Copa ter sido dada ao país".
Quanto à Sarkozy, o ataque se refere a um encontro entre o ex-presidente francês e Michel Platini, que tem direito a voto na Fifa. O ex-craque admitiu que a reunião ocorreu e que Sarkozy tinha interesses num Mundial no Catar. Mas garante que o político jamais pedira que votasse a favor do país do Golfo.
Viagem
Durante a entrevista, Blatter reconhece que não vai sair da Suíça, sob o risco de ser extraditado aos Estados Unidos, onde corre um processo contra diversos cartolas da Fifa. Neste fim de semana, ele não estará na final do Mundial Feminino, no Canadá.
Pela primeira vez na história do torneio, o presidente da entidade que o promove não irá ao evento. "Até que tudo não esteja esclarecido, eu não tomarei nenhum risco viajando", disse Blatter.
A Suíça não extradita seus cidadãos e, portanto, o dirigente jamais seria enviado por seu país aos Estados Unidos. Mas, fora da Suíça, ele estaria vulnerável.
Questionado se teme pela situação, ele negou. "Não tenho nada a temer". "O que eu temo é que eles destruam a Fifa, um trabalho que eu ajudei a criar", declarou Blatter.
No dia 25 de julho, porém, ele já garantiu sua presença no sorteio das Eliminatórias da Copa de 2018, na Rússia. O presidente Vladimir Putin já deu seu apoio a Blatter.