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Presidente da Federação Alemã admite erro na condução do caso Özil

O presidente da Federação, Reinhard Grindel, disse que qualquer forma de hostilidade racista é insuportável, inaceitável e intolerável

Quando ganho sou alemão, quando perco sou imigrante turco, escreveu em carta, disse Ozil em carta (Dylan Martinez/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de julho de 2018 às 12h22.

Berlim - O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), Reinhard Grindel, admitiu nesta quinta-feira que errou na condução da polêmica envolvendo o atacante Mesut Özil, mas negou que tenha tido atitude racista.

"Devo dizer claramente como pessoa e para a Federação que, obviamente, toda forma de ataque racista é inaceitável e não deve ser tolerada", informou por meio de comunicado publicado no site oficial da entidade. "Isso é válido em seu momento para Jerome Boateng (que já foi alvo de racismo) e é válido para Özil e todos os outros jogadores da seleção que têm origem migratória", acrescentou.

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No domingo, Özil informou que não atuaria mais pela seleção de seu país e acusou Grindel e a Federação Alemã de racismo. "Quando ganho sou alemão, quando perco sou imigrante turco", escreveu em carta.

O jogador foi alvo de críticas por ter posado para foto com o presidente turco Receb Tayyip Erdogan. Grindel foi um dos que publicamente não gostou da atitude do jogador. "Nós temos nossos valores. Por isso questionamos criticamente a foto dele com o presidente Erdogan. Lamentamos que isso tenha sido usado para ataques racistas", justificou o mandatário.

Özil reclamou também que a DFB não o defendeu dos ataques sofridos e entendeu que por conta disso acabou sendo colocado como principal vilão pela eliminação na primeira fase da Copa do Mundo da Rússia.

"Olhando para trás, como presidente, eu deveria ter dito inequivocamente o que é natural para mim como pessoa e para todos nós como uma federação: qualquer forma de hostilidade racista é insuportável, inaceitável e intolerável", disse Grindel.

A polêmica envolvendo Özil teve repercussão mundial. A chanceler alemã Angela Merkel agradeceu ao jogador pelos serviços prestados e também condenou as atitudes racistas. Erdogan saiu em defesa do jogador.

A DFB também havia se manifestado negando a atitude racista. Grindel agora optou por dar uma declaração em seu nome nesta quinta-feira para enfatizar que ele também é contra as acusações preconceituosas. Na nota, ele finalizou informando que agora a principal entidade do futebol alemão terá três frentes de trabalho.

"Em primeiro lugar, precisamos levar o debate em curso sobre integração e a mudança para esta questão em nossa sociedade. Em segundo lugar, como consequência da decepcionante história na Copa do Mundo, deve haver uma sólida análise atlética, para reencontrarmos um bom futebol. E em terceiro lugar, todos nós temos o grande objetivo comum de ganhar a licitação para a realização da Eurocopa de 2024. Para todos esses projetos, trabalhamos juntos nas próximas semanas e meses com grande comprometimento", finalizou.

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