Presidente argentino nomeia três ministras após renuncias em seu gabinete
As novas ministras são a atual deputada Victoria Tolosa Paz (49 anos), Ayelén Mazzina (32) e Raquel 'Kelly' Olmos (70)
AFP
Publicado em 10 de outubro de 2022 às 21h03.
Última atualização em 10 de outubro de 2022 às 21h05.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, nomeou nesta segunda-feira, 10, as novas ministras do Trabalho, Desenvolvimento Social e de Mulheres, e Gêneros e Diversidades, após aceitar as renúncias dos ocupantes desses cargos, em uma mudança de gabinete a um ano das eleições de 2023.
Fernández "convocou três mulheres de diferentes idades, origem geográfica e ampla experiência em suas áreas de referência para fazer parte de seu gabinete, no objetivo de aprofundar a amplitude de pontos de vista e eficiência na gestão", anunciou o governo em comunicado.
As novas ministras são a atual deputada Victoria Tolosa Paz (49 anos), que assumirá o Desenvolvimento Social; a ativista feminista Ayelén Mazzina (32), para a pasta de Mulheres, Gêneros e Diversidade e a vice-presidente do Banco de Investimentos e Comércio Exterior ( BICE ), Raquel 'Kelly' Olmos (70), para o Ministério do Trabalho.
Fernández acelerou as mudanças no gabinete depois que Elizabeth Gómez Alcorta apresentou sua renúncia do Ministério da Mulher na sexta-feira, em protesto à ação policial de despejo de Mapuches de terras que reivindicam como suas na Patagônia, no sul do país.
A ex-ministra considerou a operação "incompatível" com seus valores políticos. Realizada na última terça-feira em Villa Mascardi (1.600 km a sudoeste), forças policiais federais participaram da ação na qual foram presas sete mulheres da comunidade Lafken Winkul Mapu, entre elas uma grávida e duas com crianças amamentando.
O Ministério da Mulher, Gênero e Diversidade foi criado por Fernández e agora será assumido por Mazzina, que atuou como Secretária da Mulher em San Luis (oeste), província que acaba de sediar o 35º Encontro Plurinacional de Mulheres.
Olmos e Paz estarão à frente dos Ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento Social, respectivamente, pastas-chave no contexto do crescente conflito social na Argentina, país que registra uma inflação de 56,4% entre janeiro e agosto deste ano e estima-se que ultrapassará 90% no ano, causando estragos nos salários e na renda.
O presidente aproveitou para concluir duas mudanças que eram esperadas. Com essas três, o governo de Fernández chega a 18 trocas de ministros, com apenas cinco nomes mantidos desde o início do mandato, em 2019.
Até agora o ministro do Trabalho, Claudio Moroni, criticado por um setor do sindicalismo, havia antecipado sua intenção de renunciar por motivos pessoais, enquanto o ministro do Desenvolvimento Social, Juan Zabaleta, pretende retomar o comando de sua prefeitura em Hurlinghams, em um ano eleitoral.
LEIA TAMBÉM:
Estatal argentina vai fornecer gás residual para abastecer empresa de mineração de criptomoedas
Argentina projeta crescimento do PIB de 2% em 2023, mas pobreza também aumenta