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Preocupados com Trump, líderes europeus se reúnem com Obama

Líderes se reuniram com Obama pela última vez antes que ele deixe o cargo em 20 de janeiro

Reunião: analistas e a imprensa veem esse encontro como uma forma de passar o bastão (Kevin Lamarque/Reuters)

Reunião: analistas e a imprensa veem esse encontro como uma forma de passar o bastão (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de novembro de 2016 às 10h35.

Os líderes europeus, preocupados com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, se reuniram nesta sexta-feira em Berlim com o ainda presidente americano Barack Obama, que mostrou um otimismo moderado em relação a seu sucessor.

Preocupados com o futuro das relações com os Estados Unidos e seu compromisso com a Otan, Angela Merkel, Theresa May, Mariano Rajoy, Matteo Renzi e François Hollande se reuniram com Obama pela última vez antes que ele deixe o cargo em 20 de janeiro.

Em sua última viagem à Europa como chefe de Estado, Obama aproveitou para dizer à chanceler alemã Angela Merkel que espera que seu sucessor, Trump, "faça frente" à Rússia em caso de necessidade e não busque a qualquer preço compromissos com Moscou.

"O presidente eleito não vai continuar exatamente com nossa estratégia, mas eu espero que não adote um enfoque de 'Realpolitik' (política da realidade, baseada em interesses práticos)", indicou Obama.

Merkel admitiu que por enquanto não poderá fazer um acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos (TTIP), já que Trump defendeu a necessidade de um maior protecionismo nos Estados Unidos durante a campanha.

Merkel disse também esperar que as negociações possam ser retomadas em outro momento.

"O que nos une é a convicção comum de que a globalização tem que ser organizada humana e politicamente, mas não há como voltar atrás aos tempos de antes da globalização", indicou a chanceler.

O acordo de livre comércio, impulsionado por Merkel e Obama, começou a gerar cada vez mais resistência em muitos países da UE, liderados pela França, e suscitou temores de que fosse provocar uma erosão das políticas sociais, de meio ambiente e de saúde pública.

Um dia depois de defender a democracia e uma globalização socialmente mais justa em Atenas, Obama rendeu elogios a Merkel, a quem muitos consideram a nova líder dos valores democráticos mundiais após a eleição de Trump.

"Vou me ater à regra de não me intrometer na política dos demais. Tudo o que posso dizer é que a chanceler Merkel tem sido uma parceira extraordinária", afirmou, ao ser questionado se apoiaria uma nova candidatura da dirigente alemã, no poder há 11 anos.

Após a chegada de Obama ao poder, em 2008, os dois chefes de Estado estreitaram os lanços que sobreviveram ao ano de 2013, quando se soube que os Estados Unidos haviam espionado o celular da chanceler.

Muitos analistas e a imprensa veem esse encontro como uma forma de passar o bastão, levando em conta que para alguns de seus partidários, Merkel poderia se tornar a nova "líder do mundo livre".

A visita de Obama a Berlim é cheia de símbolos para ele. Foi lá que, em julho de 2008, realizou seu maior comício diante de 200.000 pessoas que o escutaram defender um futuro sem armas nucleares.

Em Berlim, Obama aproveitará para também se despedir do chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy; do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi; da primeira-ministra britânica, Theresa May; e do presidente francês, François Hollande.

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