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Premiê da Rússia diz que mundo entra em nova Guerra Fria

Para Dmitri Medvedev, a Otan se comporta de maneira "não amistosa" com a Rússia

Dmitri Medvedev: primeo-ministro crê que Otan não é amistosa com a Rússia (Ekaterina Shtukina / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2016 às 09h31.

Munique – O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, criticou neste sábado a Otan pela atitude perante seu país, que comparou com a da Guerra Fria, e advogou por cooperar para evitar uma desintegração da Síria pela influência do Estado Islâmico (EI).

Medvedev realizou estas declarações ao discursar na Conferência de Segurança Munique (MSC), o denominado "Davos da Defesa", que termina no domingo, com o conflito em torno de Síria como tema principal.

"Às vezes, me pergunto se estamos em 2016 ou em 1962", garantiu o primeiro-ministro russo fazendo referência ao momento em que aconteceu a crise dos mísseis, um dos piores momentos da Guerra Fria.

Segundo sua opinião, a Otan se comporta de maneira "não amistosa" com a Rússia, quando deveria atuar conjuntamente frente ao surgimento do terrorismo jihadista global, capaz de atuar em qualquer lugar do mundo.

"O terrorismo é um problema da civilização. É eles ou nós. Não há panos quentes. É preciso pôr de lado nossas diferenças e estarmos unidos", afirmou.

Medvedev apontou que restaurar a confiança é um processo longo que precisa começar um diálogo sem requisitos prévios, algo segundo sua opinião possível, porque as "diferenças agora não são tão profundas como há 40 anos".

Um dos pontos-chave onde a comunidade internacional deve cooperar na crise síria, na qual na sua opinião "não há alternativa" ao diálogo internacional porque o essencial é preservar "a unidade" do país e "evitar uma nova Líbia ou um novo Afeganistão", algo que seria "catastrófico".

É "vital" estarmos de acordo nas "questões principais" em torno da crise síria, porque este país pode se desintegrar perante o avanço jihadista, o que transformaria o conflito em uma "guerra permanente".

Respondendo às críticas do Ocidente, o primeiro-ministro russo garantiu que "não há nenhuma evidência" de que a Rússia esteja "bombardeando civis" na Síria.

Com relação àsssanções que o Ocidente impôs sobre a Rússia por causa da crise na Ucrânia, Medvedev considerou que são "um caminho que não leva a lugar algum".

Com relação ao conflito no leste da Ucrânia, afirmou que os Acordos de Minsk são o "melhor instrumento" para pôr fim à crise, apesar dos problemas na implementação, sobre os quais culpou Kiev por não ter iniciado nem a reforma da constituição e nem a descentralização da administração.

A MSC se centra em sua 52ª edição na Síria e nas três vertentes de sua crise -guerra civil, catástrofe humanitária e Estado Islâmico- embora também pretende analisar outros assuntos como o conflito no leste da Ucrânia, a situação da China, a ameaça do terrorismo jihadista global e as diferenças entre Rússia e a Otan.

Em Munique estão presentes, entre 30 chefes de Estado e governo e 70 ministros, o secretário de Estado americano, John Kerry; o presidente ucraniano, Petro Poroshenko; e o ministro das Relações Exteriores iraniano; Mohammad Javad Zarif; e o primeiro-ministro francês, Manuel Valls. EFE

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Munique – O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, criticou neste sábado a Otan pela atitude perante seu país, que comparou com a da Guerra Fria, e advogou por cooperar para evitar uma desintegração da Síria pela influência do Estado Islâmico (EI).

Medvedev realizou estas declarações ao discursar na Conferência de Segurança Munique (MSC), o denominado "Davos da Defesa", que termina no domingo, com o conflito em torno de Síria como tema principal.

"Às vezes, me pergunto se estamos em 2016 ou em 1962", garantiu o primeiro-ministro russo fazendo referência ao momento em que aconteceu a crise dos mísseis, um dos piores momentos da Guerra Fria.

Segundo sua opinião, a Otan se comporta de maneira "não amistosa" com a Rússia, quando deveria atuar conjuntamente frente ao surgimento do terrorismo jihadista global, capaz de atuar em qualquer lugar do mundo.

"O terrorismo é um problema da civilização. É eles ou nós. Não há panos quentes. É preciso pôr de lado nossas diferenças e estarmos unidos", afirmou.

Medvedev apontou que restaurar a confiança é um processo longo que precisa começar um diálogo sem requisitos prévios, algo segundo sua opinião possível, porque as "diferenças agora não são tão profundas como há 40 anos".

Um dos pontos-chave onde a comunidade internacional deve cooperar na crise síria, na qual na sua opinião "não há alternativa" ao diálogo internacional porque o essencial é preservar "a unidade" do país e "evitar uma nova Líbia ou um novo Afeganistão", algo que seria "catastrófico".

É "vital" estarmos de acordo nas "questões principais" em torno da crise síria, porque este país pode se desintegrar perante o avanço jihadista, o que transformaria o conflito em uma "guerra permanente".

Respondendo às críticas do Ocidente, o primeiro-ministro russo garantiu que "não há nenhuma evidência" de que a Rússia esteja "bombardeando civis" na Síria.

Com relação àsssanções que o Ocidente impôs sobre a Rússia por causa da crise na Ucrânia, Medvedev considerou que são "um caminho que não leva a lugar algum".

Com relação ao conflito no leste da Ucrânia, afirmou que os Acordos de Minsk são o "melhor instrumento" para pôr fim à crise, apesar dos problemas na implementação, sobre os quais culpou Kiev por não ter iniciado nem a reforma da constituição e nem a descentralização da administração.

A MSC se centra em sua 52ª edição na Síria e nas três vertentes de sua crise -guerra civil, catástrofe humanitária e Estado Islâmico- embora também pretende analisar outros assuntos como o conflito no leste da Ucrânia, a situação da China, a ameaça do terrorismo jihadista global e as diferenças entre Rússia e a Otan.

Em Munique estão presentes, entre 30 chefes de Estado e governo e 70 ministros, o secretário de Estado americano, John Kerry; o presidente ucraniano, Petro Poroshenko; e o ministro das Relações Exteriores iraniano; Mohammad Javad Zarif; e o primeiro-ministro francês, Manuel Valls. EFE

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