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Poucos avanços marcam 2º dia da reunião da ONU sobre mudança climática

Entre os debates, estão a redução dos gases do efeito estufa, o papel dos biocombustíveis, e a degradação das matas, responsável por 20% das emissões no mundo

Poluição no Japão: membro da delegação chilena lamentou poucos avanços na sessão (Koichi Kamoshida/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2011 às 12h20.

Bangcoc -A lentidão nas negociações e as divergências entre os países pobres e ricos marcaram nesta quarta-feira o segundo dia de debates da reunião da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, realizada nesta semana em Bangcoc.

"Há pouquíssimas reuniões, não sei muito bem por que viajei 15 mil quilômetros, na verdade", assinalou à Agência Efe um membro da delegação chilena, que lamentou os poucos avanços durante esta segunda sessão plenária da conferência, que encerra na sexta-feira.

Após os tímidos compromissos obtidos na Cúpula de Cancún (México) de dezembro passado, os países em desenvolvimento exigem às economias industrializadas um maior compromisso para que reduzam suas emissões de gases do efeito estufa, causadores da mudança climática.

As nações mais pobres e as ONGs presentes na reunião pedem transferência de tecnologia e promessas concretas para conter o desmatamento e a degradação das matas, cuja destruição representa 20% das emissões de gases do efeito estufa, número só superado pelo que produz o setor energético.

As delegações de quase 200 países também debatem o papel dos biocombustíveis, que por um lado reduzem a dependência dos combustíveis fósseis, mas por outro contribuem para o desmatamento.

Segundo a ONG Amigos da Terra, os Estados Unidos representam um dos principais obstáculos para se conseguir um consenso global para frear a mudança climática.


O vice-presidente da delegação americano, Jonathan Pershing, disse em reunião preparatória em Bangcoc que os EUA não estão dispostos a mudar sua meta de reduzir as próprias emissões em 17% em 2020, com relação aos volumes de 2005, o que representa entre 3% e 4% comparado aos índices de 1990.

Os Estados Unidos, que não ratificaram o Protocolo de Kioto, se mantêm contrários a participar de outro tratado vinculante similar, quando o primeiro expirar em 2012.

Segundo os especialistas, os países industrializados devem reduzir suas emissões de gases poluentes entre 25% e 40% até 2020 em relação aos índices de 1990 caso se queira evitar que as temperaturas subam mais que 2 graus centígrados a respeito dos níveis dos tempos pré-industriais, o que poderia provocar inúmeros desastres naturais.

No ano passado, quando se esperava um fracasso completo, a cúpula de Cancún se salvou "de última hora" com o acordo para a criação de um Fundo Verde de US$ 100 bilhões para os países em desenvolvimento até 2020 e uma declaração final que fez uma vaga menção aos direitos dos povos indígenas e à luta contra o desmatamento.

Estados Unidos, Japão, Canadá e Rússia se opuseram à aprovação de compromissos vinculantes, bem como à extensão do Protocolo de Kioto, que estabelece uma redução de 5,2% das emissões até 2012, em relação aos níveis de 1990.

A maioria dos países desenvolvidos deve conseguir cumprir este objetivo, com exceção do Canadá, que elevou suas emissões em 30%.

A sobrevivência dos povos indígenas e o trabalho das tribos para a conservação das selvas tropicais representam outro dos desafios para as delegações presentes em Bangcoc. A Aliança Internacional de Indígenas e Grupos Tribais das Selvas Tropicais denunciou nesta quarta-feira que os indígenas não são levados em conta pela maioria dos países.


"Nossa principal reivindicação é o reconhecimento dos povos indígenas e estar dentro das negociações de mudança climática", disse à Agência Efe o assessor político da Aliança, o panamenho Marcial Arias.

Ele afirmou que muitas nações na América Latina, África e Ásia não reconhecem a propriedade da terra dos indígenas, os mais vulneráveis perante os efeitos do aquecimento global e do desmatamento. Cerca de 370 milhões de indígenas no mundo dependem dos recursos das florestas.

"Os indígenas são expulsos de suas terras pelas empresas madeireiras, hidrelétricas e petrolíferas com o apoio dos Governos e das leis nacionais", lamentou Arias.

Delegados de quase 200 países debatem nesta semana em Bangcoc políticas comuns contra o aquecimento global, na primeira de duas reuniões preparatórias antes da Cúpula das Nações Unidas que será realizada em novembro, em Durban (África do Sul).

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Bangcoc -A lentidão nas negociações e as divergências entre os países pobres e ricos marcaram nesta quarta-feira o segundo dia de debates da reunião da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, realizada nesta semana em Bangcoc.

"Há pouquíssimas reuniões, não sei muito bem por que viajei 15 mil quilômetros, na verdade", assinalou à Agência Efe um membro da delegação chilena, que lamentou os poucos avanços durante esta segunda sessão plenária da conferência, que encerra na sexta-feira.

Após os tímidos compromissos obtidos na Cúpula de Cancún (México) de dezembro passado, os países em desenvolvimento exigem às economias industrializadas um maior compromisso para que reduzam suas emissões de gases do efeito estufa, causadores da mudança climática.

As nações mais pobres e as ONGs presentes na reunião pedem transferência de tecnologia e promessas concretas para conter o desmatamento e a degradação das matas, cuja destruição representa 20% das emissões de gases do efeito estufa, número só superado pelo que produz o setor energético.

As delegações de quase 200 países também debatem o papel dos biocombustíveis, que por um lado reduzem a dependência dos combustíveis fósseis, mas por outro contribuem para o desmatamento.

Segundo a ONG Amigos da Terra, os Estados Unidos representam um dos principais obstáculos para se conseguir um consenso global para frear a mudança climática.


O vice-presidente da delegação americano, Jonathan Pershing, disse em reunião preparatória em Bangcoc que os EUA não estão dispostos a mudar sua meta de reduzir as próprias emissões em 17% em 2020, com relação aos volumes de 2005, o que representa entre 3% e 4% comparado aos índices de 1990.

Os Estados Unidos, que não ratificaram o Protocolo de Kioto, se mantêm contrários a participar de outro tratado vinculante similar, quando o primeiro expirar em 2012.

Segundo os especialistas, os países industrializados devem reduzir suas emissões de gases poluentes entre 25% e 40% até 2020 em relação aos índices de 1990 caso se queira evitar que as temperaturas subam mais que 2 graus centígrados a respeito dos níveis dos tempos pré-industriais, o que poderia provocar inúmeros desastres naturais.

No ano passado, quando se esperava um fracasso completo, a cúpula de Cancún se salvou "de última hora" com o acordo para a criação de um Fundo Verde de US$ 100 bilhões para os países em desenvolvimento até 2020 e uma declaração final que fez uma vaga menção aos direitos dos povos indígenas e à luta contra o desmatamento.

Estados Unidos, Japão, Canadá e Rússia se opuseram à aprovação de compromissos vinculantes, bem como à extensão do Protocolo de Kioto, que estabelece uma redução de 5,2% das emissões até 2012, em relação aos níveis de 1990.

A maioria dos países desenvolvidos deve conseguir cumprir este objetivo, com exceção do Canadá, que elevou suas emissões em 30%.

A sobrevivência dos povos indígenas e o trabalho das tribos para a conservação das selvas tropicais representam outro dos desafios para as delegações presentes em Bangcoc. A Aliança Internacional de Indígenas e Grupos Tribais das Selvas Tropicais denunciou nesta quarta-feira que os indígenas não são levados em conta pela maioria dos países.


"Nossa principal reivindicação é o reconhecimento dos povos indígenas e estar dentro das negociações de mudança climática", disse à Agência Efe o assessor político da Aliança, o panamenho Marcial Arias.

Ele afirmou que muitas nações na América Latina, África e Ásia não reconhecem a propriedade da terra dos indígenas, os mais vulneráveis perante os efeitos do aquecimento global e do desmatamento. Cerca de 370 milhões de indígenas no mundo dependem dos recursos das florestas.

"Os indígenas são expulsos de suas terras pelas empresas madeireiras, hidrelétricas e petrolíferas com o apoio dos Governos e das leis nacionais", lamentou Arias.

Delegados de quase 200 países debatem nesta semana em Bangcoc políticas comuns contra o aquecimento global, na primeira de duas reuniões preparatórias antes da Cúpula das Nações Unidas que será realizada em novembro, em Durban (África do Sul).

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