Pós-pandemia: 1ª viagem do Papa será a país que foi epicentro do terror
Intenção é levar mensagem de paz à região que caiu nas mãos do Estado Islâmico, no Oriente Médio, e ainda é vítima de atentados; viagem acontece em março
Carla Aranha
Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 16h33.
Última atualização em 7 de dezembro de 2020 às 17h01.
O Papa Francisco deverá ser o primeiro pontífice a visitar o Iraque, país de insurgência do Estado Islâmico . O poderio militar dos jihadistas enfraqueceu depois que vários de seus integrantes foram mortos na guerra para expulsá-los do Iraque, entre 2016 e 2017. Mas os insurgentes continuam a praticar atentados, embora de menor porte.
De acordo com informações do Vaticano, o Papa deverá partir de Roma no dia 4 de março para uma viagem de três dias por Bagdá, Erbil, no nororeste do país, e Mossul, que foi a capital do Estado Islâmico no Iraque. Hoje, Mossul, uma cidade de 2 milhões de habitantes com importantes sítios arqueológicos, passa por um momento de reconstrução.
O objetivo da visita é levar uma mensagem de paz à região. O governo iraquiano demonstrou contentamento com a iniciativa e disse que a visita do Papa representa um "momento histórico".
Será a primeira jornada do Papa em um ano, desde o início da pandemia do coronavírus .
O Iraque, que ocupa a região da antiga Mesopotâmia, onde foi criada a escrita, é considerado o berço das religiões monoteístas. A cidade de Ur, no sul do país, é apontada como o local de nascimento do profeta Abraão, pai do judaísmo.
Até a invasão do Iraque, em 2003, o cristianismo também estava bastante presente no país. Depois disso, grupos terroristas islâmicos começaram a atacar pessoas que professavam de outros credos e o número de praticantes de outras religições diminuiu. Muitos imigraram.
Atualmente, acredita-se que cerca de 100.000 cristãos vivam no Iraque, a maioria na cidade de Erbil, onde desfrutam de relativa segurança, e seus arredores.