Por que as polonesas não foram trabalhar nesta segunda
O início da semana foi de greve em toda a Polônia depois que milhares de mulheres foram às ruas protestar contra mudanças na lei do aborto
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2016 às 12h42.
São Paulo – A última segunda-feira foi de greve no comércio, governo, universidades e escolas em toda a Polônia depois que milhares de mulheres foram às ruas protestar contra uma nova lei que pode banir o aborto em todas as circunstâncias. Segundo a Bloomberg, as mulheres representam 45% da mão de obra no país.
Desde 1993 o procedimento é permitido quando a gravidez é fruto de estupro, incesto ou em casos de risco para o bebê ou para a saúde da mulher. Se a lei em debate passar, no entanto, além da proibição, mulheres e médicos poderão ser condenados pela “morte de uma criança concebida”, como a lei definirá o ato.
Críticos da medida alertam que, na ocasião da previsão de responsabilização das mulheres e médicos, mesmo aquelas que sofrerem abortos espontâneos poderão ser investigadas, já que os sintomas da interrupção voluntária são muitas vezes os mesmos. Teme-se ainda que médicos parem de realizar exames pré-natais para se protegerem de acusações.
Em demonstração de revolta contra essa mudança na lei sobre aborto, a última segunda-feira foi chamada de “Segunda Negra” (Black Monday) e contou com as pessoas protestando vestindo essa cor para simbolizar o luto. Segundo a Reuters, em Varsóvia, 25 mil manifestantes marcharam pelas ruas da capital.
De acordo com o jornal britânico The Independent, os protestos foram registrados em 60 cidades e muitas empresas e estabelecimentos comerciais ameaçaram fechar as portas em ato de apoio às mulheres e seus direitos reprodutivos.
A lei é resultado das demandas do grupo conservador católico “Stop Abortion” (Pare o Aborto) e foi submetida ao parlamento da Polônia depois de ter recebido 450 mil assinaturas com o apoio da Igreja Católica. O apoio ao seu teor, no entanto, não é sólido: 40% dos poloneses se manifestaram a favor nos últimos dias. Na segunda, outra pesquisa mostrava que essa percentagem estava em 29%.
A Polônia é um dos maiores países da Europa e conta com uma das legislações mais rígidas sobre o aborto. Majoritariamente católico, o país tem uma população de pouco mais de 38 milhões de pessoas e a maioria delas apoia a lei atual.
Números levantados pelo jornal britânico The Guardian revelam que 74% dos poloneses concordam a disposição legal em vigor e 50% da população se manifestou a favor das greves. 15% pessoas disseram querer participar de novos atos e 15% se opuseram a eles.
“Eu não fui trabalhar”, contou à Reuters uma mulher de 41 anos identificada como Gabriela. “Eles estão violando nossos direitos civis e queria manifestar meu apoio para todas as mulheres que foram machucadas, que tiveram ajuda médica negada”, disse ela ao explicar as razões da sua participação na greve em Varsóvia.
Organizações de proteção dos direitos humanos como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch se manifestaram contra as mudanças em análise.
A inspiração dessa mobilização tem origens em um ato que aconteceu na Islândia há mais de 40 anos, quando as mulheres de recusaram a trabalhar fora e em casa para protestar contra as desigualdades de gênero. Hoje, o país é um dos países mais igualitários do mundo, segundo o Fórum Econômico Mundial.
Nas redes sociais, imagens dos protestos na Polônia circularam rapidamente por todo o mundo. Confira algumas das manifestações abaixo.
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São Paulo – A última segunda-feira foi de greve no comércio, governo, universidades e escolas em toda a Polônia depois que milhares de mulheres foram às ruas protestar contra uma nova lei que pode banir o aborto em todas as circunstâncias. Segundo a Bloomberg, as mulheres representam 45% da mão de obra no país.
Desde 1993 o procedimento é permitido quando a gravidez é fruto de estupro, incesto ou em casos de risco para o bebê ou para a saúde da mulher. Se a lei em debate passar, no entanto, além da proibição, mulheres e médicos poderão ser condenados pela “morte de uma criança concebida”, como a lei definirá o ato.
Críticos da medida alertam que, na ocasião da previsão de responsabilização das mulheres e médicos, mesmo aquelas que sofrerem abortos espontâneos poderão ser investigadas, já que os sintomas da interrupção voluntária são muitas vezes os mesmos. Teme-se ainda que médicos parem de realizar exames pré-natais para se protegerem de acusações.
Em demonstração de revolta contra essa mudança na lei sobre aborto, a última segunda-feira foi chamada de “Segunda Negra” (Black Monday) e contou com as pessoas protestando vestindo essa cor para simbolizar o luto. Segundo a Reuters, em Varsóvia, 25 mil manifestantes marcharam pelas ruas da capital.
De acordo com o jornal britânico The Independent, os protestos foram registrados em 60 cidades e muitas empresas e estabelecimentos comerciais ameaçaram fechar as portas em ato de apoio às mulheres e seus direitos reprodutivos.
A lei é resultado das demandas do grupo conservador católico “Stop Abortion” (Pare o Aborto) e foi submetida ao parlamento da Polônia depois de ter recebido 450 mil assinaturas com o apoio da Igreja Católica. O apoio ao seu teor, no entanto, não é sólido: 40% dos poloneses se manifestaram a favor nos últimos dias. Na segunda, outra pesquisa mostrava que essa percentagem estava em 29%.
A Polônia é um dos maiores países da Europa e conta com uma das legislações mais rígidas sobre o aborto. Majoritariamente católico, o país tem uma população de pouco mais de 38 milhões de pessoas e a maioria delas apoia a lei atual.
Números levantados pelo jornal britânico The Guardian revelam que 74% dos poloneses concordam a disposição legal em vigor e 50% da população se manifestou a favor das greves. 15% pessoas disseram querer participar de novos atos e 15% se opuseram a eles.
“Eu não fui trabalhar”, contou à Reuters uma mulher de 41 anos identificada como Gabriela. “Eles estão violando nossos direitos civis e queria manifestar meu apoio para todas as mulheres que foram machucadas, que tiveram ajuda médica negada”, disse ela ao explicar as razões da sua participação na greve em Varsóvia.
Organizações de proteção dos direitos humanos como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch se manifestaram contra as mudanças em análise.
A inspiração dessa mobilização tem origens em um ato que aconteceu na Islândia há mais de 40 anos, quando as mulheres de recusaram a trabalhar fora e em casa para protestar contra as desigualdades de gênero. Hoje, o país é um dos países mais igualitários do mundo, segundo o Fórum Econômico Mundial.
Nas redes sociais, imagens dos protestos na Polônia circularam rapidamente por todo o mundo. Confira algumas das manifestações abaixo.
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